O Globo
O presidente Lula, ao impor sua
autoridade na
demissão do comandante do Exército, Júlio Cesar de Arruda, foi ajudado pelo
voluntarismo do ex-presidente Bolsonaro em relação ao que chamava de “meu
Exército”. Notificado de que seria demitido, o comandante Arruda convocou o
Alto Comando do Exército para queixar-se da decisão do presidente Lula. Não
encontrou respaldo nos generais, que alegaram, entre outras coisas, que o
ex-presidente Bolsonaro demitiu de uma só vez o ministro da Defesa e os três
Comandantes das Forças Armadas, e não houve nenhuma reação.
A razão pela qual Bolsonaro demitiu os militares era até mesmo menos relevante que as razões de Lula agora. Naquela ocasião, Bolsonaro queria a adesão dos comandantes militares à suas ações políticas, e não aceitou que se pusessem em atitude neutra, profissional. Agora, ao contrário, o comandante Arruda negou-se a cumprir determinação do presidente, constitucionalmente comandante em chefe das Forças Armadas.