Ato de centrais acaba em vandalismo
Confrontos das ruas se repetem no Congresso
Presidente perde mais um assessor direto
Um protesto convocado pelas centrais CUT e Força Sindical contra as reformas e pela saída do presidente Temer acabou em vandalismo em Brasília, com prédios públicos depredados, bombas e até fogo dentro da sede do Ministério da Agricultura. A Esplanada dos Ministérios teve de ser esvaziada. Forte aparato policial fechou os acessos à Praça dos Três Poderes. Houve atos de violência tanto de manifestantes quanto de policiais. Sete pessoas foram detidas e 49 ficaram feridas, inclusive PMs. Dentro do Congresso, o clima também era de muita tensão. Deputados chegaram a trocar empurrões quando o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, anunciou a convocação de tropas federais. O presidente Temer, que ontem perdeu mais um assessor em meio à grave crise, assinou decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) convocando as Forças Armadas para atuarem na segurança e contra a violência em protestos, sendo criticado pela oposição. Reunido ontem em Washington, o Conselho Permanente da OEA ressaltou a força das instituições brasileiras para enfrentar a crise.
Temer chama o Exército
Ato contra governo e reformas acaba em violência, e presidente convoca Forças Armadas
Renata Mariz e Karla Gamba | O Globo
-BRASÍLIA- Prédios de ministérios incendiados, com uma longa coluna de fumaça preta que tomava o céu de Brasília, mascarados armados com coqueteis Molotov, policiais disparando com munição letal na direção de manifestantes, e toda a Esplanada esvaziada às pressas em meio a um cenário de caos. Foi esse o saldo de um protesto de 35 mil pessoas contra o governo de Michel Temer e as reformas previdenciária e trabalhista, organizado por centrais sindicais, ontem à tarde na capital federal. Diante da perda de controle, e cada vez mais enfraquecido no Palácio do Planalto, o presidente editou um decreto que autoriza o uso das Forças Armadas para garantir a lei e a ordem na capital federal. A medida, embora tenha amparo na lei, foi vista por especialistas como um sinal de perda de legitimidade do presidente. Ontem à noite, militares já patrulhavam alguns dos principais pontos da cidade.