Crime em aeroporto expõe urgência de política de segurança
O Globo
Assassinato de delator do PCC mostra poderio
das facções. Sem unir estados e governo federal, é impossível combatê-las
O assassinato, na área de desembarque do
Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, de um empresário que
delatara crimes do Primeiro Comando da Capital (PCC) é a imagem sem filtros do
poder crescente e letal das facções criminosas. Em plena tarde de sexta-feira,
no terminal mais movimentado do país, ele foi executado com dez tiros,
disparados por dois homens encapuzados que saltaram de um carro. As balas
atingiram também um motorista de aplicativo que morreu no sábado e outros dois
inocentes.
O empresário, acusado de lavar dinheiro para o PCC e de ter mandado matar dois integrantes da facção em 2021, fechara em março acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo. Suas informações levaram à prisão de dois policiais civis lotados no Departamento de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc). “Tenho comprovantes de pagamento, tenho contrato, tenho matrícula, tenho as contas de onde vinham o dinheiro, então dá para a gente fazer o caminho inverso”, disse ele ao MP, segundo reportagem do Jornal Nacional. Costumava ter escolta particular, mas no dia da execução ela não chegou. A alegação é que o carro quebrou. Os PMs que integravam essa escolta foram afastados.