Eleições tornam urgente regulação das redes sociais
O Globo
Congresso deve reduzir riscos trazidos por
desinformação e inteligência artificial às campanhas
No primeiro aniversário da tentativa de golpe
de 8 de janeiro, é salutar o país avaliar o que foi feito nos últimos 12 meses
para evitar novos ataques à democracia e urgente destacar o que falta fazer. Um
ponto parece unir as principais autoridades da República: a necessidade de
regular as redes sociais, principais focos de conspirações golpistas.
Em entrevista
ao GLOBO, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes foi
categórico: “A prioridade é impedir a continuidade dessa terra
sem lei das redes sociais”. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também
defendeu a regulação em entrevista recente: “Esse movimento de uma vida
paralela, não analógica, uma vida digital muito rápida, vai exigir de nós,
congressistas, que algumas modificações aconteçam”.
Faltando sete meses para o início da propaganda eleitoral, o Congresso deve dar atenção ao tema. Passou da hora de deputados e senadores deixarem de ser reféns das fabulações espalhadas pelas grandes plataformas digitais. A falta de regras transformou as redes sociais e os aplicativos de comunicação em centros de disseminação de desinformação. Repetidas vezes, as empresas de tecnologia falharam. Quando vídeos, áudios ou memes fraudulentos são removidos, milhões já os viram, e o estrago já está feito.