• Hotel de Brasília vira ‘bunker’ da Odebrecht; maior empreiteira da América Latina tenta fechar com Procuradores acordo que pode ser o mais explosivo da operação Lava Jato
E m reuniões que entram madrugada adentro, regadas a água, café e vinho, o empresário Emílio Odebrecht, patriarca do grupo Odebrecht, dá ordens e debate com os advogados que negociam aquela que pode ser a mais explosiva delação premiada da Operação Lava Jato, informam Beatriz Bulla e Fábio Serapião. Ele, a filha Mônica, o marido dela, Maurício Ferro, responsável pela área jurídica do grupo, e Newton de Souza, atual presidente, ditam os rumos da tentativa de acordo com a Procuradoria-Geral da República para que Marcelo, filho de Emílio, e cerca de 50 executivos confessem crimes em troca de punição menor. A cena se repetiu várias vezes na semana passada na cobertura do Windsor Plaza Brasília, um dos mais caros da cidade. Ali, a Odebrecht alugou, além de salas de reunião, quartos para cerca de 20 pessoas, refeitório e lounge para secretárias. A maior empreiteira da América Latina tenta fechar um dos maiores acordos judiciais do mundo. Marcelo, que presidia o grupo até ser preso, há um ano e quatro meses, e os executivos estão dispostos a contar bastidores da distribuição de milhões de reais a políticos em troca de redução da pena. A empresa também tenta virar a página da história que a arrastou ao maior escândalo de corrupção do País.
Hotel de Brasília vira QG de delação da Odebrecht
• Grupo aluga espaços e quartos do Windsor Plaza para equipe de advogados que participam das negociações na Procuradoria-Geral da República; Emílio Odebrecht acompanha as reuniões
Beatriz Bulla e Fabio Serapião - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - Em reuniões que entram madrugada adentro, regadas a água, café e vinho branco, o empresário Emílio Odebrecht, patriarca do grupo Odebrecht, dá ordens e debate com os advogados que participam das negociações daquela que pode se tornar a mais explosiva delação premiada da Operação Lava Jato. O detalhe é que, da sala de reuniões onde estavam, na cobertura do Windsor Plaza Brasília, é possível avistar o lugar onde tudo começou, dois anos e sete meses atrás: o Posto da Torre, que deu nome à operação e levou a Polícia Federal até a contabilidade secreta do doleiro Alberto Youssef.