O Globo
Bastou Jair Bolsonaro e o bolsonarismo
saírem fortalecidos das urnas para um monte de gente que se fez de indignada
com os ataques do presidente à democracia e com sua condução negacionista da
pandemia, de confronto com os estados e os protocolos sanitários, saísse do
armário e passasse a declarar apoio a sua reeleição.
A forma espantosa, fleumática e convicta
com que governadores, prefeitos, dirigentes de partidos do agora quase extinto
centro político e até aqueles cuja reputação foi enxovalhada pelo gabinete do
ódio correram para apoiar Bolsonaro mostra que o fenômeno político mais
subestimado da campanha é o antipetismo.
Levantamentos de diversos institutos atestavam que a rejeição a Bolsonaro superava a de Lula. Alguns chegaram a perguntar explicitamente se as pessoas tinham mais medo da volta do petista ou da permanência do candidato do PL. Todas as medições apontavam para a ojeriza maior ao legado de Bolsonaro que aos períodos anteriores, do PT no poder.