Voto útil barrou extrema direita, mas enfraqueceu Macron
O Globo
Estratégia funcionou para deter avanço do RN.
Persiste, porém, incerteza sobre o futuro na França
A estratégia do voto útil, que uniu legendas
da centro-direita à extrema esquerda nas eleições legislativas da França, conseguiu barrar a
vitória do Reunião Nacional (RN), de extrema direita. Com um comparecimento
eleitoral recorde de 67%, os franceses mais uma vez impuseram um limite à
ascensão ao poder do partido extremista, que saíra vitorioso no primeiro turno.
O RN registrou um crescimento histórico e obteve 143 das 577 cadeiras da
Assembleia Nacional — ou 25%, percentual que só havia superado no segundo turno
de eleições presidenciais —, mas ficou longe do primeiro lugar e da maioria
absoluta que pareciam a seu alcance.
Ainda que tenham se dissipado os temores sobre uma vitória do RN, ainda persiste a ansiedade sobre o futuro. Nenhum grupo obteve a maioria necessária para formar um governo. A coalizão mais votada, do esquerdista Nova Frente Popular (NFP), somou 182 deputados. Mas trata-de de um grupo heterogêneo. Fazem parte dele a legenda de extrema esquerda França Insubmissa (FI), com 74 deputados desse total, os socialistas, com 59, os verdes, comunistas e outros partidos, com 47. Em segundo lugar ficou o grupo de centro do presidente Emmanuel Macron, com 168 deputados. Em terceiro, o RN.