A
atitude desprezível e repugnante do presidente Bolsonaro de festejar a
paralisação dos testes com a Coronavac, vacina chinesa que está sendo produzida
pelo Instituto Butantan em São Paulo, como uma vitória política sobre o
governador João Dória, dá bem a dimensão desumana desse político, que brada que
o país tem de parar de ser “terra de maricas” e encarar de frente a pandemia.
Se
não fosse a barreira do Centrão, esta seria a milionésima vez em que Bolsonaro,
cometendo mais um crime de responsabilidade, poderia ser impedido pelo
Legislativo de continuar à frente do governo. Não tem a menor condição
psicológica ou moral para exercer a presidência da República uma pessoa que não
consegue ter empatia com os cidadãos do país que teoricamente lidera.
O
tiro de misericórdia tentado acabou saindo pela culatra, pois o pobre do
voluntário que morreu, cometeu suicídio ou foi vítima de uma overdose,
ocorrência que nada tem a ver com a vacina. O fato de que, mesmo depois de
esclarecido o caso, a Anvisa não autorizou a retomada dos testes, mostra que há
mais do que uma exagerada cautela por parte do órgão governamental.