O Globo
Tentativas de regulação já nascem perdendo de 7 x 1 numa eleição em que o retrato de 2018 parece desbotado
Um evento como a “entrevista” de cinco
horas e tanto de Jair Bolsonaro ao Flow Podcast e fatos das últimas semanas
comprovam que as tentativas da Justiça Eleitoral e da imprensa para instituir
ferramentas de combate à desinformação e à mentira pura e simples nas eleições
são pequenas toalhinhas de enxugar gelo diante do iceberg de que nos
aproximamos.
Se em 2018 as mensagens em aplicativos e as
narrativas das redes sociais já tiveram impacto inédito no comportamento do
eleitor e ajudaram a impulsionar o fenômeno Bolsonaro, agora esses mecanismos
estão ainda mais disseminados e sofisticados, a ponto de qualquer carta de compromisso
das plataformas responsáveis ser inócua, e outras modalidades de comunicação à
prova de comprovação ocuparam espaço que não tinham antes.
É o caso desses podcasts de grande apelo junto principalmente ao público jovem, em que conversas se prolongam por horas sem qualquer tipo de contraponto dos mediadores nem produção que levante dados e informações para atestar que aquilo que é dito a um público que pode chegar a milhões de pessoas condiz com a realidade.