terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

OPINIÃO DO DIA: Juca Kfouri - Santiago não morreu em vão

O cinegrafista Santiago Andrade perdeu a vida ao fazer o seu ofício: mostrar a realidade brasileira..

Seus órgãos serão doados como ele desejava e sua família autorizou.

Santiago trazia na sua identidade o nome da capital chilena, palco de algumas das cenas mais bestiais dos anos 70, o golpe militar que derrubou o governo democrático de Salvador Allende.

O presidente socialista chileno dizia que os extremos se encontravam pelas costas dele.

Morreu resistindo no Palácio de La Moneda, em setembro de 1973, vítima dos radicais de direita e dos equívocos dos extremistas de esquerda.

O sacrifício do brasileiro Santiago também deixa uma lição: num regime democrático à violência das iniquidades sociais não deve ser contraposta a das bombas.

O Brasil que se manifestou em junho do ano passado não é o Brasil dos incendiários, massa de manobra dos agentes provocadores apóstolos do quanto pior melhor
.
O que se viu durante a Copa das Confederações foi a maioria, que sabia o que queria, diminuir por causa dos rebeldes sem causa.

A Copa do Mundo se aproxima.

Quem quer um Brasil realmente mais justo quer distância também deste tipo de violência
.
Santiago deverá ser o marco dessa virada.

Fonte: CBN

Com a presença de Dilma PT ataca o STF e a oposição

Em discurso no aniversário do PT, Dilma critica pessimistas e fala em ‘cara de pau’

Antes, durante discurso, Rui Falcão dividiu adversários da presidente entre ‘novovelhismo‘, uma referência ao PSB, e ‘neopassadismo‘, em alusão ao PSDB

Gustavo Uribe

SÃO PAULO - Na festa de comemoração dos seus 34 anos, o PT elevou na noite desta segunda-feira o tom das críticas e fez o discurso mais duro até o momento contra o presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, pré-candidato à sucessão presidencial. Os dirigentes da sigla reagiram com críticas indiretas aos recentes ataques feitos pelo socialista ao governo federal e atacaram, entre outras coisas, o discurso do “novo”, um dos principais motes da pré-campanha eleitoral do PSB.

Última a discursar no evento, que serviu também de ato de desagravo aos petistas condenados no mensalão, a presidente Dilma Rousseff fez críticas aos “pessimistas”, que, segundo ela, têm a “cara de pau” de dizer que o ciclo do PT se esgotou no governo federal. Na avaliação dela, esse discurso, “é mais que uma mentira”: “é uma agressão ao bom senso”.

- Eles têm a cara de pau de dizer que o ciclo do PT acabou, que o nosso modelo se esgotou, que nós demos o que tínhamos de dar. Essas afirmações são feitas pelos mesmos que, antes da posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anunciaram uma debandada gigantesca de empresários que sairiam correndo do país – criticou.

A presidente também atacou as críticas feitas pela oposição ao governo federal em relação à condução da economia e tratou de ressaltar que a administração petista cumpre com o tripé macroeconômico – câmbio flutuante, superávit primário e metas de inflação -, uma das principais críticas feitas pelo PSB à administração da petista. Segundo ela, quem usa o pessimismo como estratégia política “não acredita no Brasil”.

- São os mesmos, esses pessimistas, que aproveitam alguns desequilíbrios de uma conjuntura internacional muito difícil para todos os países para dizer que o fim do mundo chegou. O fim do mundo chegou sim, mas chegou para eles e isso faz muito tempo – afirmou a presidente, segundo a qual possui “energia redobrada para fazer mais”.

Em resposta ao discurso de que é possível fazer mais, usado principalmente pelo presidente nacional do PSB, a petista ressaltou que um governo sério é “um começo” e afirmou que ninguém cobra mais e questiona mais o governo federal que ela mesma.

- Eu sei também que eles dizem que esse governo poderia ter feito mais. E eu digo, com realismo e humildade, que o programa realizado por um governo sério, um governo que quer o bem do povo, sempre é só um começo e sempre deixa claro que é preciso fazer mais – afirmou.

As críticas à oposição ao governo federal também foram feitas pelo presidente nacional do PT, Rui Falcão. Em discurso, ele criticou o discurso do novo e fez ataques indiretos à gestão do PSB no governo de Pernambuco.

- O "algo novo” é, por acaso, o nepotismo? O "algo novo" é, por exemplo, passar a chamar de loteamento de cargos a experiência democrática do governo de coalizão que eles mesmo praticaram e praticam com afinco, desenvoltura e, eu diria, quase com despudor? - questionou.

Em discurso, o dirigente nacional da sigla dividiu os oponentes da petista entre "novovelhismo", uma referência ao PSB, e "neopassadismo", uma alusão ao PSDB. Segundo ele, ambos "são partes de um mesmo corpo", "parecem farinha do mesmo saco". Para o dirigente petista, o “neopassadismo” quer trazer "dinossauros" de volta, "que o povo tem enxotado pelo povo". Os “novovelhismos”, segundo ele, são "os falsos novos" e pensam que serão capazes "de fascinar os brasileiros".

- O neopassadismo e o novovelhismo só se diferenciam na exibição de seus personagens e na algazarra de suas minúsculas plateias, porque o conteúdo da sua fórmula e da suas formulações são idênticos - criticou.

Críticas ao STF
Segundo o líder petista, o partido não "nasceu para apanhar calado" e nem "para virar o saco de pancadas da nação". No discurso, o líder do PT faz ainda críticas ao ministros do Supremo Tribunal Federal. Segundo ele, membros da Suprema Corte "prejulgam insultando", "suspeitam caluniando" e "agridem com gratuidade espantosa". Segundo ele, "uma corte não é um partido político".

- Se ela começa a se transformar nisso, pode vir, até mesmo, a instaurar um novo tipo de terrorismo de estado. O membro de uma corte não pode ter atitudes estremas, inconsequentes e exacerbadas, pois, por sua própria natureza, o Poder Judiciário deve ser o mais equilibrado e, muito especialmente, mais justo, como infelizmente não tem sido com nossos companheiros condenados no curso da Ação Penal 470 – criticou.

Durante o discurso do dirigente petista, um grupo de militantes do PT fixou uma faixa no palco que pedia a anulação da Ação Penal 470. Em punho em riste, gesto feito pelos petistas presos, os militantes puxaram um coro em apoio ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.

- Dirceu, guerreiro, do povo brasileiro – cantaram.

No evento, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, foi vaiado por movimentos sociais que exigem da prefeitura paulistana moradias populares.

Fonte: O Globo

Críticos do PT no poder são ‘caras de pau’, diz Dilma

Em ato dos 34 anos do partido, presidente defende sua gestão e, sem citar nomes, ataca adversários que apontam fim do ciclo petista

Ricardo Galhardo e Isadora Peron

SÃO PAULO - A presidente Dilma Rousseff usou o evento de comemoração dos 34 anos do PT na noite desta segunda-feira, 10, em São Paulo, para defender o seu governo das críticas que tem recebido, especialmente na área econômica. Dilma chamou os seus críticos de "pessimistas" e "caras de pau" e disse que ninguém cobra mais resultados do seu governo do que ela mesma.

"Eles teimam, teimam mesmo, em não enxergar que estamos conseguindo construir esse novo Brasil, sem abdicar dos nossos compromissos com a solidez dos fundamentos macroeconômicos, com controle da inflação, equilíbrio das contas públicas, e fazendo a dívida líquida do setor público cair", afirmou a presidente.

Dilma chamou de "cara de pau" quem tem defendido que o ciclo do PT à frente do governo federal chegou ao fim. Na semana passada, o governador de Pernambuco e provável adversário dela na corrida presidencial em outubro, Eduardo Campos (PSB), afirmou que o "velho pacto político" colocado em prática pelo PT "mofou".

"Agora eles têm a cara de pau de dizer que o ciclo do PT acabou, que o nosso governo se esgotou, que nós demos o que tínhamos o que dar", ironizou.

A presidente também chamou de "pessimistas" os que criticam os resultados da sua política econômica. "Esses pessimistas aproveitam alguns desequilíbrios típicos de uma conjuntura internacional muito difícil, que todos os países estão enfrentando, para dizer que o fim do mundo chegou. O fim do mundo chegou sim, mas chegou para eles, e isso faz muito tempo", afirmou.

Sem citar o julgamento do mensalão, Dilma homenageou a militância "solidária com todos aqueles que concorreram ou concorrem a cargos, mas solidária especialmente com companheiros que mais precisam dela, com companheiros nas situações mais difíceis".

Ao fim de seu discurso, a presidente falou dos planos para o futuro e de como os governos do PT criaram alicerces para o Brasil avançar. A fala da presidente tem a ver com o slogan criado pelo publicitário João Santana para o evento: "Sempre em frente, sempre à frente".

Novos termos. O presidente nacional do PT, Rui Falcão, fez as críticas mais duras aos prováveis adversários da presidente na eleição deste ano. Sem citar nomes, Falcão criou dois termos para se referir a eles: "neopassadista" e o "novovelhista". Segundo pessoas próximas a Falcão, o discurso se refere ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) e a Eduardo Campos.

Em seu discurso, disse que os dois são "partes do mesmo corpo". "O neopassadismo e o novovelhismo parecem farinha do mesmo saco. Assemelham-se em quase tudo", afirmou o presidente do PT.

Em seu ataque mais pesado, sugeriu que os adversários de Dilma fecharam os olhos para as denúncias de corrupção no Metrô e na CPTM durante os governos tucanos em São Paulo e para o episódio da apreensão de cocaína no helicóptero do deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG). "O algo ‘novo’ é fechar os olhos, e, quem sabe até, esquecer-se de tapar o nariz, para carregamentos exóticos em helicópteros?", disse.

Mensalão. Seguindo a tônica do discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no fim de semana, Falcão criticou a atuação dos ministros do Supremo Tribunal Federal e disse que "a Corte não é um partido político, nem uma torcida organizada". Nesse momento, Falcão foi interrompido por militantes da corrente minoritária O Trabalho, que foram para a frente do palco com uma faixa pedindo a anulação do julgamento do mensalão.

Fonte: O Estado de S. Paulo

PT e PSDB sobem ao palanque

Dilma participa de festa dos 34 anos do PT e diz que o "im do mundo" chegou para os "pessimistas". No Rio, Aécio fala em "incompetência" do governo

Grasielle Castro, Amanda Almeida

Oficialmente, o período de campanha eleitoral só começa em julho, mas os principais partidos já estão com o passo acelerado. Ontem mesmo, o petistas e tucanos ensaiaram o tom com eventos que miram as urnas em outubro. A festa de aniversário de 34 anos do PT, por exemplo, foi marcada pela exaltação do governo da presidente Dilma Rousseff, que tentará a reeleição. Já no campo da oposição, o senador e pré-candidato à Presidência pelo PSDB, Aécio Neves (MG), aproveitou a segunda-feira para visitar a sede do AfroReggae, no Rio de Janeiro, onde o partido ainda não tem candidato ao governo estadual. Em tom de campanha, Aécio voltou a atacar o governo federal.

Ao abrir o evento do PT, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, declarou que a proposta era reafirmar o compromisso com Dilma. “Quero desejar que o dia seja um marco importante na nossa trajetória de consolidação da transformação do Brasil, iniciada em 2003, com o presidente Lula. A senhora encarna um projeto de transformação”, discursou. A própria organização do ato em homenagem ao PT foi estrategicamente pensada para enaltecer a presidente. O evento, que ocorreria em Brasília, foi transferido para a capital paulista, e o novo slogan do partido lançado na festa — “Sempre em frente, sempre à frente” — deverá ser incorporado ao discurso de reeleição da presidente.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não participou do evento, pois está em Nova York, mas gravou vídeo exibido em telão. Dilma, por sua vez, atacou os rivais: “Os pessimistas aproveitam os desequilíbrios de uma conjuntura internacional muito difícil para dizer que o fim do mundo chegou. O fim do mundo chegou, sim, mas para eles”. A legenda também deu espaço para o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha e para o senador Lindbergh Farias (RJ), pré-candidatos petistas aos governos de São Paulo e do Rio de Janeiro, respectivamente.

“Trágico”
Mais cedo, no Rio de Janeiro, em visita à sede do AfroReggae, o discurso de Aécio Neves foi repleto de críticas. O senador atacou os resultados na área econômica e ironizou o apagão que várias cidades do país sofreram na semana passada. “Estou muito preocupado. Nenhuma área teve atuação tão pessoal da presidente como a área da energia. O governo afugentou os investidores. Seria cômico se não fosse trágico, mas é trágico. Só não temos apagão em mais extensão porque o Brasil parou de crescer”, criticou, referindo-se ao fato de Dilma ter sido ministra de Minas e Energia no governo Lula.

O tucano aproveitou o tema para alfinetar a gestão econômica do governo federal. “Se estivéssemos crescendo como apregoou o ministro da Fazenda, não teríamos energia. A falta de planejamento e a incompetência chegaram num setor absolutamente essencial, e o que esperamos pela frente é mais crescimento pífio da economia”, disse.

Já o governador de Pernambuco e presidenciável pelo PSB, Eduardo Campos, que deixa o cargo até 4 de abril para disputar o Planalto, se reuniu ontem com o deputado federal Inocêncio Oliveira, presidente do PR pernambucano, para tratar da sucessão estadual.

Fonte: Correio Braziliense

Dilma acusa "cara de pau"

Sem citar nomes, presidente tacha Eduardo e Aécio de pessimistas e diz que quem vê o modelo atual esgotado é "cara de pau"

Agência Folhapress

SÃO PAULO - A presidente Dilma Rousseff fez ontem um discurso em que deixou claro sua candidatura à reeleição em 2014 e criticou duramente os seus opositores, a quem chamou de "pessimistas" e "cara de pau". Segundo ela, "dizer que o modelo de governo do PT está esgotado é mais do que uma mentira, mas uma agressão ao bom senso e à autoestima dos brasileiros."

Dilma participou, à noite, de um evento para comemorar os 34 anos do PT e, durante fala de cerca de 40 minutos, declarou que a oposição não consegue entender os avanços que o governo petista fez nos últimos 11 anos.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG), pré-candidato tucano à Presidência, já disse que o ciclo do PT se encerrou. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), outro pré-candidato, diz reconhecer os avanços do governo do ex-presidente Lula, mas afirma que daqui para frente "é preciso fazer mais".

"Eles têm a cara de pau de dizer que o ciclo do PT acabou", declarou Dilma, sem citar nomes. "Esses pessimistas agora aproveitam alguns desequilíbrios da conjuntura internacional, muito difícil para todos os países, para dizer que o fim do mundo chegou. O fim do mundo chegou sim, mas chegou para eles, e isso faz muito tempo", completou sob aplausos da militância petista.

A presidente destacou ainda realizações de seu governo e disse que tem energia e disposição para fazer mais pelo Brasil.

"Ninguém cobra mais de mim mesma do que eu mesma, ninguém questiona mais o meu governo do que eu própria. Não somos conformistas, não somos paralisados, nós sempre seguimos em frente e à frente. Possuo energia e disposição redobradas para fazer mais", bradou a petista.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não compareceu ao evento devido a uma viagem que fez a Nova Iorque, enviou um vídeo em que disse que ninguém fez mais pelo Brasil do que o Partido dos Trabalhadores.

Mais ataques
No mesmo evento, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou que a oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff se divide em dois grupos que, segundo ele, apesar de fazerem discursos de mudança e renovação, são "especialistas em mofo", "doutores em bolor que não conseguem mudar o Brasil."

Em discurso, Rui Falcão disse que "de tanto se enrolar em suas mesmices, (os grupos) parecem ser o que realmente são: partes de um mesmo corpo, farinha do mesmo saco."

Na mesma linha da presidente Dilma Rousseff, sem mencionar os nomes de Aécio Neves e de Eduardo Campos, Falcão classificou as duas forças opositoras ao governo Dilma de "neopassadismo" e "novovelhismo".

"Da boca deles, quando ouvimos que o novo é o novo, apenas enxergamos a mais patética, dramática e caquética cena da velha política. O que chamam de novo é cobrir de paetês velhas oligarquias e falsas alegorias?", questionou o petista.

Ainda de acordo com Falcão, "o neopassadismo quer trazer alguns dinossauros de volta à política brasileira e, no novovelhismo pensam que com discursos fáceis serão capazes de mudar o Brasil e de fascinar os brasileiros".

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

PT lança candidatura à reeleição em aniversário do partido

Cristiane Agostine e Fernando Taquari

SÃO PAULO - Em evento para comemorar o aniversário de 34 anos de fundação do PT e lançar sua candidatura à reeleição, ontem em São Paulo, a presidente Dilma Rousseff fez um discurso com críticas à oposição, ao afirmar que os seus representantes não entendem o acelerado processo de ascensão social no Brasil e "têm a cara de pau de dizer que o ciclo do PT acabou".

A presidente disse que está com disposição renovada para fazer mais pelo país e destacou os fundamentos macroeconômicos de sua gestão. Afirmou que pessimistas aproveitam a conjuntura internacional difícil para "pregar que o fim do mundo chegou".

O pré-candidato do PT ao governo paulista, Alexandre Padilha, fez um discurso bastante crítico ao PSDB e afirmou que "o PT vai governar o Estado de São Paulo e priorizar a educação". De acordo com Padilha, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) é "lento", "sem coragem" e "acomodado". "O PSDB está com a pilha fraca", afirmou o ex-ministro.

Os adjetivos, que serão bastante repetidos pelo petista durante a campanha ao Palácio dos Bandeirantes, estão, segundo dirigentes do PT, baseados em pesquisas encomendadas pelo partido que apontam essas como as principais críticas dos paulistas ao governo tucano.

Diante da militância petista, Padilha destacou sua atuação como ministro das Relações Institucionais durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando fazia a ponte entre os prefeitos e o governo federal.

"O PT vai ganhar a eleição em São Paulo para trazer a era republicana para a relação do Palácio dos Bandeirantes com os 645 municípios paulistas", disse Padilha.

O presidente nacional do partido, deputado Rui Falcão (SP), classificou os adversários da presidente como "neopassadismo" e "novovelhismo". Ao lado de Dilma, Falcão disse que os dois pré-candidatos à Presidência são "partes de um mesmo corpo", "parecem doutores em bolor" e apresentam programas semelhantes, sem fazer referências diretas ao senador Aécio Neves (PSDB), e ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).

"O neopassadismo e o novovelhismo parecem farinha do mesmo saco. Assemelham-se em quase tudo. Apresentam, como se fossem soluções profundas e inovadoras, remendos, mal colados, no que já está sendo feito", afirmou Falcão.

O discurso do presidente do PT foi distribuído à imprensa antes de o evento começar. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não participou do ato político, porque está em Nova York.

Falcão afirmou que a reeleição de Dilma não está garantida. "É um grave equívoco imaginar que a eleição está resolvida. É preciso trabalhar para que a tendência [de pesquisas de intenção de voto] se mantenha, sem soberba, sem arrogância e sem subestimar os adversários", disse.

Ao referir-se aos protestos de junho do ano passado, que levaram milhares de pessoas às ruas, o PT reconheceu que a população "quer mudanças", mas afirmou que quer mudanças com a atual presidente, "pois não se deixa seduzir por aqueles que falam em mudar, mas nada acrescentam de verdadeiramente novo ou criativo".

Fonte: Valor Econômico

PSB custa a montar palanques no Nordeste

Murillo Camarotto

RECIFE - O embrião que gerou a candidatura presidencial do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), foi fecundado após os bons resultados colhidos pelo PSB nas eleições passadas. A conquista de seis Estados e de algumas capitais importantes cacifou o pernambucano para o voo solo. No entanto, prestes a colocar a candidatura na rua, Campos enfrenta dificuldades para protagonizar palanques competitivos no Nordeste, região onde é considerado mais forte.

Entre os nove Estados nordestinos, só estão definidas candidaturas do PSB na Paraíba, em Pernambuco, em Alagoas e na Bahia. Nos cinco restantes, há chance de candidato próprio no Ceará e no Rio Grande do Norte, ainda assim em coligações que também vão pedir votos para a presidente Dilma Rousseff (PT) ou para o senador Aécio Neves (PSDB), principais rivais de Campos. Além disso, alguns dos palanques desenhados, como os de Ceará e Alagoas, são eleitoralmente inexpressivos.

Com mais de 38 milhões de eleitores, o Nordeste fez a diferença em favor do PT nas três últimas eleições presidenciais. O impacto dos programas sociais e da previdência rural na região mais pobre do país, aliados à simbologia em torno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - pernambucano emigrou em um pau-de-arara - proporcionaram maioria folgada aos candidatos petistas. A exceções foram algumas poucas cidades que têm maior influência do PSDB.

O rompimento com o PT, depois de décadas de aliança, colocou ao partido de Campos o desafio de viabilizar-se como terceira via. Mesmo tendo ganho nas urnas o comando de quatro Estados nordestinos, o trabalho não tem sido fácil. Até o momento, o PSB divide com o PSDB palanques em quatro Estados da região. Em outros, como em Sergipe, segue ligado ao PT, da mesma forma que ocorre no Amapá e no Espírito Santo, únicos Estados comandados pelo partido fora do Nordeste.

Um dos cenários mais difíceis é o do Ceará, terceiro maior colégio eleitoral da região. Contrário à candidatura de Campos, o governador Cid Gomes deixou o PSB em setembro do ano passado, carregando todo o seu grupo político para o recém-criado Pros. O movimento rebaixou o PSB de protagonista a nanico no Estado.

Para dar suporte à postulação de Campos, o PSB cearense negocia aliança com PSDB e PR, cujas lideranças locais apoiam, respectivamente, Aécio e Dilma. O planejado até o momento, segundo a deputada estadual Eliane Novais (PSB), é que seja lançada ao governo a empresária Nicole Barbosa (PSB), estreante em eleições. Há o desejo de que o ex-governador Tasso Jereissati (PSDB) concorra ao Senado para reforçar a chapa, mas ele resiste.

O PSB, então, aposta suas fichas no trabalho da ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins (PT), que não aceita a aliança nacional de seu partido com o grupo de Cid Gomes e poderia trabalhar por Campos na capital. Ela nega, mas pessoas de seu grupo têm participado de reuniões com o PSB local, que é presidido por Sérgio Novais, ex-marido de Luizianne.

O partido de Campos também é inexpressivo em Alagoas, onde o usineiro Alexandre Toledo vai ser lançado ao governo. Ex-tucano, ele não se elegeu para deputado federal em 2010 e integrava até pouco tempo o secretariado do governador Teotônio Vilela Filho (PSDB), que é cabo eleitoral de Aécio e vai indicar um tucano à sua sucessão. A postulação do PSB é vista localmente como estratégia para ajudar o candidato de Vilela contra os grupos dos senadores Renan Calheiros (PMDB) e Fernando Collor (PTB), ambos aliados de Dilma.

No Rio Grande do Norte, Campos tenta convencer a ex-governadora Wilma de Faria (PSB) a disputar novo mandato. Apesar de aparecer bem colocada nas pesquisas, ela tem hesitado. Secretária-geral do PSB-RN, a deputada federal Sandra Rosado diz que Wilma pode concorrer ao Senado em chapa encabeçada pelo PMDB, chefiado localmente pelo presidente da Câmara, Henrique Alves, que deve pedir votos para Dilma.

O grupo vai enfrentar uma chapa 100% dilmista, com o vice-governador, Robinson Faria (PSD), na disputa pelo governo. Ele articula aliança com a deputada federal Fátima Bezerra (PT), que concorreria ao Senado. Em meio a processos de cassação e inegibilidade, a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) - que também demonstra simpatia por Dilma - ainda não anunciou se vai tentar a reeleição.

Outra liderança do DEM na região, o prefeito de Aracaju, João Alves Filho, foi procurado por Campos para uma possível aliança em Sergipe. Ambos se reuniram em janeiro. O ideal para o PSB seria lançar ao governo o senador Antônio Carlos Valadares (PSB) com apoio do prefeito de Aracaju, que teria compromisso com Aécio.

Alves, entretanto, também é assediado pelo governador Jackson Barreto (PMDB), candidato à reeleição e aliado de Dilma. Principal nome do PSB local, Valadares não tem demonstrado intenção de rachar com o governador. Ele reivindica espaço para o PSB na chapa majoritária, que já conta com o PT. O objetivo comum é derrotar o grupo do senador Eduardo Amorim (PSC), que deve se lançar ao governo ao lado de Dilma.

No Piauí, o PSB também não vai ter candidato próprio, mesmo ocupando o governo do Estado. O governador Wilson Martins (PSB) vai concorrer ao Senado em um exótico palanque triplo, que deve ser encabeçado pelo deputado federal Marcelo Castro (PMDB), aliado de Dilma. O candidato a vice deve ser o tucano Silvio Mendes, que vai fazer campanha para Aécio. A chapa adversária tem o senador Wellington Dias (PT) tentando voltar ao governo.

Apesar de os dois principais candidatos ao governo do Piauí apoiarem Dilma, o PSB acredita que Campos pode levar vantagem no Estado, pois vai contar com a máquina do governo e com "rebeldia" do prefeito de Teresina, Firmino Filho (PSDB), que mesmo sendo tucano deve fazer campanha para o governador de Pernambuco, de quem foi colega de faculdade.

No Maranhão, a preferência de Campos é pela aliança com Flávio Dino (PCdoB), que pela segunda vez seguida vai tentar acabar com a dinastia Sarney no Estado. De acordo com o secretário-geral do PSB no Maranhão, João Bento, já está apalavrada chapa encabeçada por Dino e com o vice-prefeito de São Luís, Roberto Rocha (PSB), concorrendo ao Senado.

Há, no entanto, a possibilidade de a deputada estadual Eliziane Gama (PPS) ser a candidata de Campos. Esta é a opção preferida de Marina Silva, mas seu baixo potencial eleitoral pode comprometer o plano. "Além disso, corre-se o risco de causar um segundo turno desnecessário", lembra o dirigente do PSB, que aposta em vitória folgada de Dino, que ainda não se comprometeu publicamente com nenhum dos presidenciáveis.

Além de Piauí e Ceará, o PSB vai dividir palanques com os tucanos em outros dois Estados nordestinos. Na Paraíba, onde o governador Ricardo Coutinho (PSB) vai tentar a reeleição o partido é aliado do senador Cássio Cunha Lima (PSDB). O tucano ensaia candidatura ao governo, mas pode acabar optando por coordenar a campanha de Aécio no Nordeste. Cunha Lima deve proporcionar boa votação para Aécio em Campina Grande, seu reduto eleitoral e segunda maior cidade da Paraíba. Em 2010, José Serra (PSDB) venceu Dilma lá.

O cenário mais tranquilo para Campos está, naturalmente, em Pernambuco. Seu sucessor ainda não foi escolhido, mas vai entrar como favorito na disputa, tendo como principal adversário o senador Armando Monteiro Neto (PTB), candidato de Dilma. A dúvida gira em torno do empenho de Lula. Se o ex-presidente entrar com força, pode equilibrar a eleição estadual, mas dificilmente evitará a vitória folgada de Campos.

A candidatura mais próxima ao conceito de terceira via é a da senadora Lídice da Mata (PSB), que vai concorrer ao governo da Bahia, maior colégio eleitoral do Nordeste, com mais de 10 milhões de eleitores. Ela terá ao seu lado a juíza aposentada Eliana Calmon - postulante ao Senado levada à política pelas mãos de Marina.

Lídice rompeu com o governador Jaques Wagner (PT), que vai tentar fazer sucessor o secretário da Casa Civil, Rui Costa (PT). A crise de popularidade do PT é a aposta do PSB para uma votação importante de Campos no Estado. O contraponto pode ser o prefeito da capital, ACM (Neto), apontado pelo Vox Populi como o mais bem avaliado do país. Ele vai apoiar Paulo Souto (DEM) ao governo e fazer campanha para Aécio Neves.

Fonte: Valor Econômico

Aécio Neves visita sede do AfroReggae, no Rio

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, visitou, na manhã desta segunda-feira (10), a sede do Grupo Cultural AfroReggae, no Rio de Janeiro. Aécio Neves reuniu-se com integrantes do grupo, entre eles seu coordenador, José Júnior, e conheceu o projeto de apoio a ex-detentos na (re) inserção ao mercado de trabalho. Em entrevista coletiva, o senador respondeu perguntas sobre a parceria com o AfroReggae, a série de apagões e as questões econômicas.

O AfroReggae é uma organização não governamental (ONG) que atua principalmente na comunidade de origem de seus integrantes, por meio de atividades de apoio aos jovens, desenvolvendo projetos sociais, como dança, percussão, futebol, reciclagem de resíduos e capoeira.

Seguem abaixo trechos da entrevista concedida por Aécio Neves à imprensa.

A visita à sede do AfroReggae
Vamos fazer uma campanha propositiva, que fale de um Brasil novo, um Brasil que não continue nesse caminho estreito em que estamos hoje, em que as principais conquistas, e falo da estabilidade, da credibilidade do Brasil, estão se perdendo. Apenas quem não quiser é que não enxerga o caminho extremamente perigoso que o Brasil está trilhando. Não há propaganda oficial, por mais bilionária que seja, que mascare a nossa realidade. O Brasil cresceu ano passado apenas mais que a Venezuela, aqui na nossa região, na América do Sul. A inflação está em torno do teto da meta.

Em nenhum dos anos do governo da presidente Dilma a inflação vai chegar sequer próxima do centro da meta. Isso porque temos preços controlados de energia, de combustíveis, de transporte público. Porque a inflação real, na tampa que essa panela de pressão sair, vai para 9%, 10%. Aliás, a de inflação já ultrapassou isso. Então, o que queremos é discutir com muita seriedade que caminho queremos para o Brasil.

E o PSDB, falo como presidente nacional do PSDB, vai apresentar uma proposta nova para o Brasil, de meritocracia, solidariedade com estados e municípios. A questão da segurança pública será absolutamente prioritária na nossa proposta, e por isso conversas como a que estou tendo aqui no Rio hoje com o AfroReggae serão importantes.

Queremos incorporar algumas das experiências delas, não digo nem que sejam heterodoxas, mas elas fogem àquele receituário tradicional de segurança pública. Aumenta efetivo, aumenta equipamentos para pegar mais bandidos. Não, vamos tentar diminuir o número de bandidos com medidas como essa aqui.

E aqui estou muito à vontade. A nossa experiência, o Júnior pode dizer aqui, com o AfroReggae é algo que existe muito antes de qualquer projeto presidencial, porque acredito nisso. E os resultados lá em Minas foram muito bons, como têm sido bons aqui também no Rio, e espero que possam ser bons no Brasil. Minha visita aqui hoje é para estreitar laços que já existiam na construção de um projeto para um Brasil que queremos melhor que o atual.

Sobre os apagões e a ameaça de desabastecimento
Muito preocupado, não apenas eu, mas os brasileiros como um todo e em especial os especialistas. Nenhuma área teve uma atuação tão pessoal da atual presidente da República nos últimos doze anos como a área de energia, seja como ministra de Minas e Energia, depois chefe da Casa Civil, onde fez questão de externar a todo instante quem mandava, deixar claro quem mandava na área, depois como presidente da República.

Denunciamos no ano passado o equívoco de uma medida provisória que desestruturou o sistema, afugentou investimentos. E o Brasil vai na contramão do mundo. Ao invés de investirmos em energias alternativas, estamos com parque eólicos prontos, sem que as linhas de transmissão fossem feitas. Algo absolutamente absurdo. Abandonamos, por exemplo, o grande programa do etanol, com energia alternativa também, para apostar apenas nas energias fósseis.

E o que ocorreu é que ao invés de termos o efeito que gostaríamos, de diminuição da conta de luz, que poderia ter vindo pela isenção do PIS/Cofins, que foi a nossa proposta, teríamos uma queda maior ainda do que a que houve na conta de luz, seja das empresas, seja das indústrias, seja do cidadão, se houvesse a simples diminuição do PIS/Cofins incidente sobre as contas de luz, como, aliás, fizemos nos impostos estaduais.

Em Minas Gerais, por exemplo, meta das famílias não paga ICMS, o mais importante imposto estadual sobre conta de luz. As famílias de mais baixa renda, é óbvio. O governo, não. Fez uma profunda intervenção no sistema, afugentou investidores e seria cômico se não fosse trágico. Mas o triste é que é trágico. Apenas não estamos tendo apagões ainda em maior extensão porque o Brasil parou de crescer, estamos tendo um crescimento pífio. Se o Brasil tivesse crescendo nos níveis que apregoavam o ministro da Fazenda no início do ano, a 4%, não teríamos energia para sustentar esse crescimento.

Então, a falta de planejamento e a incompetência do atual governo chegaram em um setor absolutamente essencial para a vida e para o crescimento do país. E o que esperamos pela frente? Mais um crescimento pífio da economia, infelizmente.

Carlos Pereira: Gênese da deserção do PSB está na coalizão

Fiel nas votações, sigla foi escanteada no governo

"Conclamo novamente os parlamentares a reafirmar uma forte parceria em favor do Brasil e em favor da democracia, da superação definitiva da miséria e do desenvolvimento sustentável". Essas são as palavras que resumem bem a mensagem da presidente Dilma Rousseff enviada ao Congresso Nacional na abertura do ano legislativo de 2014. Ela deixou claro seu desejo de construção de parcerias com os parlamentares neste ano eleitoral ao afirmar que os dois Poderes devem continuar cooperando no último ano de seu mandato presidencial.

Este discurso, no entanto, não condiz com as ações concretas da presidente Dilma na gerência de sua coalizão majoritária de governo. A característica mais marcante das coalizões dos governos do PT tem sido a desproporcionalidade entre o peso político dos aliados no Congresso e a fatia de poder delegada aos seus parceiros, além da heterogeneidade ideológica e de grande número de parceiros (ver minha coluna no Valor, em 29/01/2014). Considerando-se as primeiras decisões já tomadas na última reforma se seu ministério, com as nomeações de Aloizio Mercadante (Casa Civil), José Henrique Paim (Educação), Arthur Chioro (Saúde) e Thomas Traumann (Secretaria de Comunicação Social), nenhuma alteração substancial parece ter ocorrido até o momento, no que se refere à correlação de forças dentro do governo entre os principais parceiros da coalizão.

A importância de se levar em conta o peso político de partidos aliados na montagem de um governo de coalizão não é uma novidade ou uma invenção recente. Na verdade, isto é preconizado desde 1961, com o artigo seminal de William Gamson ("A Theory of Coalition Formation"), publicado no American Sociological Review. Esta regularidade empírica, conhecida como a "Lei de Gamson", afirma a necessidade de correlação perfeita entre o número de cadeiras ocupadas por partidos aliados e seus respectivos espaços de poder no governo, se tornou condição tanto para o sucesso do governo no Legislativo como para a longevidade de governos de coalizão.

O gráfico abaixo mostra a estratégia de gerência do governo Dilma Rousseff, entre janeiro de 2011 e julho de 2013, e o apoio obtido pelo governo no Congresso.

Como pode ser observado, partidos que desfrutam de um menor superávit da coalizão (medido pela diferença da percentagem de ministérios pela percentagem de assentos na Câmara dos Deputados) tendem a votar menos frequentemente com o governo. Os valores positivos do superávit da coalizão significam que o partido político está sobre-recompensado, por outro lado, os valores negativos demonstram que o partido está sub-recompensado. O PMDB, por exemplo, que tem exibido um déficit na coalizão de - 6, conforme mostra o gráfico, apresentou uma média de apoio ao governo de apenas 55%. Com exceção do PT, nota-se que partidos que votam de forma mais consistente com a indicação do governo, não são recompensados por esta maior fidelidade, como foi o caso do PSB, que apresentou a segunda menor dispersão de apoio legislativo ao governo. Entretanto, mais fidelidade não se traduziu em maior alocação de poder para este partido quando ainda fazia parte da coalizão de Dilma.

Na realidade, a correlação entre a percentagem de ministérios e de assentos na Câmara dos Deputados durante o governo Dilma é de 83%, demonstrando que a distribuição de ministérios entre aliados políticos não é arbitrária. Ou seja, quem tem mais assentos no Legislativo tende a ganhar mais ministérios. Entretanto, esta correlação está longe de ser perfeita (igual a 1), como indicado pela "Lei de Gamson".

Duas outras correlações são importantes para serem observadas: enquanto a correlação entre o superávit da coalizão e o apoio do legislativo ao governo é de 82%, a correlação entre a percentagem de ministros e o apoio legislativo às iniciativas do governo é de 65%. Do que se conclui que o apoio observado na Câmara é mais fortemente relacionado ao superávit dos partidos na coalizão do que o ganho individual de cada partido. Isto sugere que aliados levam em consideração seus pesos relativos no Legislativo e suas fatias de poder no governo quando votam no Congresso.

O apelo de Dilma por mais parcerias reflete uma consciência da necessidade de maior cooperação por parte de seus aliados, mas o que dizer de sua contrapartida? Até quando Dilma interpretará como não críveis ameaças de aliados em abandonar sua coalizão diante de sub-recompensas? Em recente pronunciamento abrindo mão de indicar os novos representantes do PMDB para os ministérios do Turismo e da Agricultura, o presidente da Câmara, deputado Henrique Alves, parece demonstrar que, assim como Dilma, também espera cooperação.

Carlos Pereira é professor titular na Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (Ebape) da Fundação Getulio Vargas (FGV), coautor do livro "Making Brazil Work: Checking the President in a Multiparty System"

Fonte: Valor Econômico

Um morto e a liberdade ferida

Morte de Santiago Andrade mobilizou entidades, jornalistas e autoridades em todo o Brasil. Suspeito de lançar rojão teve prisão decretada

RIO - Quatro dias após ser atingido por um rojão disparado por um manifestante durante um protesto contra o aumento da tarifa de ônibus no Rio, morreu ontem o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade, 49 anos. Sua morte cerebral foi declarada por volta das 12h (11h do Recife) pelo Hospital Souza Aguiar. Identificado com a ajuda de Fábio Raposo Barbosa - preso após confessar ter lhe passado o rojão -, o suspeito de ter lançado o artefato, cujo nome seria Caio Silva, segundo a assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça do Rio, teve a prisão preventiva decretada no final da noite, a pedido da polícia.

Santiago é a primeira vítima do ataque de um manifestante desde o início da onda de protestos no País, em junho do ano passado. Antes, outras sete pessoas já haviam morrido, mas nenhuma pelas mãos de ativistas.

A morte do cinegrafista, em consequência de danos no cérebro causados pela explosão do foguete, provocou forte comoção, motivou pedidos de entidades ligadas ao jornalismo por mais segurança, despertou a reação de autoridades e intensificou a caçada ao manifestante acusado de acionar o rojão.

O delegado Maurício Luciano de Almeida afirmou, à noite, que o suspeito havia sido identificado, mas não revelou seus dados. À tarde, o advogado Jonas Tadeu Nunes, que defende Fábio Raposo Barbosa, disse ter passado ao delegado o nome, codinome e CPF do homem que aparece nas imagens do ataque usando calça jeans e camiseta cinza, que, acredita a polícia, seria o agressor. Segundo Almeida, as informações confirmaram o que o serviço de inteligência já havia apurado.

O suspeito foi reconhecido por Raposo Barbosa, por meio de fotos e vídeos enviados a ele pela polícia. O manifestante, preso desde domingo, confirmou ter sido aquele o homem que acendeu o rojão. Os dois foram indiciados por homicídio doloso qualificado e pelo crime de explosão. A pena pode chegar a 35 anos de prisão. Em entrevista, Almeida chegou a dizer que o ataque foi "intencional".

O advogado de Raposo Barbosa, que tenta negociar os benefícios da delação premiada para o cliente, disse que se ofereceu para defender também o suspeito de ter acendido o rojão. "Acho bobagem ele continuar foragido. Estou tentando convencê-lo a se entregar", afirmou. Até as 23h30 de ontem (no Recife), porém, o rapaz ainda não havia se apresentado à polícia.

A presidente Dilma Rousseff determinou que a Polícia Federal participe das investigações e comentou que "a liberdade de manifestação não pode ser usada para matar, ferir, agredir". "A morte do cinegrafista Santiago Andrade, anunciada hoje (ontem), revolta e entristece", disse, no Twitter. Em nota, o Grupo Bandeirantes diz que "o caso é evidência de que a desordem está imperando nas ruas" e exige a condenação "desse assassino e de seu grupo".

O secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, qualificou a morte de Santiago como "assassinato". "Esse episódio mais uma vez mostra que a violência em qualquer situação é o pior dos caminhos", disse.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

Ricardo Noblat: Mais um aliado do governo

Barbaridade serve ao governo porque esvazia atos de protesto

Em Salvador, quando a seleção brasileira jogou por lá, ouvi de um deputado ligado ao governo Dilma: “Nem por encomenda teria sido melhor”.

Uma manifestação acabara de ser sufocada pela Polícia Militar.

O que o deputado queria dizer, e o que não parecia fazer sentido, era que o uso da violência por parte de manifestantes ajudava o governo.

De fato, ajuda.

O governo (qualquer um) não tem e jamais terá condições de evitar a violência a não ser ao preço de muito desgaste. Ao preço de usar mais violência.

Em ano eleitoral seria um desastre para ele, governo.

Os vândalos sabem disso. Daí porque pegam carona em manifestações legítimas para quebrar vitrines, enfrentar a polícia e agora matar um cinegrafista.

É uma barbaridade! Que serve ao governo porque esvazia atos de protesto.

A seguir assim, as passeatas se tornarão cada vez menores.

Fonte: O Globo

Eliane Cantanhêde: Luto

A semana passada pegou fogo e esta abre com a morte cerebral do colega Santiago Andrade, cinegrafista de TV, num episódio cheio de significados e alertas.

Jogar um rojão em pessoas, sejam jornalistas, transeuntes ou policiais, contrapõe o legítimo e saudável direito de manifestação à ilegal e doentia ação de vândalos.

Os que saem de casa com um artefato desses e os que o jogam sobre uma multidão não podem se dizer inocentes. Se não premeditaram, sabiam perfeitamente que poderiam matar. É como quem toma um porre, pega um carro e causa uma tragédia.

O outro significado, ou alerta, é que o rojão que explodiu na cabeça de Santiago (as imagens são chocantes) caiu justamente num cinegrafista que estava ali trabalhando. Escancara, assim, o caráter antidemocrático dos "black blocs", que atingiram simbólica e objetivamente o dever da mídia de informar e o direito de todos à informação.

Por último, a morte cerebral de Santiago não é um episódio aleatório, isolado. Ao contrário, ocorre num momento de grande agitação, incômodo, dúvidas e apreensões em diferentes esferas de poder e, principalmente, na sociedade.

Ele foi mortalmente atingido a meses da Copa, ainda sob o horror do complexo de Pedrinhas e dias depois de dois crimes bárbaros. Um "justiceiro" matou um rapaz de 20 anos com um tiro no rosto, a queima roupa e à luz do dia. E uma turba amarrou um menor infrator a um poste, nu, exposto à execração pública.

A sociedade está, de fato, exausta com incontáveis erros e, particularmente, com a violência sem controle. Mas, se cidadãos e cidadãs se tornam mais cruéis e mais desafiadores do que os piores bandidos, onde nós vamos parar?

Que se criem e se formem menos bandidos e justiceiros --hoje embolados num único ente-- e mais Yvonnes Bezerra de Mello, que embalou o menino do poste e mantém a crença na humanidade. Não é sonhar tão alto.

Fonte: Folha Online

Merval Pereira: Terrorismo

A violência chegou ao limite do suportável em uma sociedade democrática nessas manifestações utilizadas pelos black-blocs como pretexto para suas atuações terroristas. O desprezo pela vida humana está implícito na atitude irresponsável de atirar um rojão em direção a adversários, pois qualquer pessoa normal sabe que não é possível soltar um artefato com esse teor de destruição em uma manifestação pública sem correr o risco de matar alguém, como aconteceu no caso trágico do cinegrafista da TV Bandeirante Santiago Andrade.

Todo manifestante que participa dessas passeatas com a intenção de direcionar um artefato desses – um sinalizador, um rojão – contra alguém, seja policial, seja um jornalista, é um assassino em potencial, a atitude pode ser considerada um ato de terrorismo.

É preciso que a sociedade entenda isso perfeitamente: os black-blocs, que têm na violência a maneira de se manifestar contra as instituições ou as grandes corporações capitalistas, assumem o risco de ferir gravemente ou até mesmo de matar, uma atitude inaceitável em uma democracia, onde quem tem o direito ao uso da força é apenas a polícia.

Com muito treinamento e com armas que, pelo menos na teoria, não provoquem danos como os causados pelo rojão. A sociedade exige, além do mais, que a Polícia não exorbite desse poder de uso da força que lhe é concedido e está sempre atenta a denunciar quando isso acontece. Sempre que a polícia age fora dos padrões exigidos em uma democracia, a imprensa é a primeira a denunciar os desvios e a cobrar punições.

Todos os que participam de ações terroristas estão assumindo o risco de um assassinato, que afinal aconteceu. Manifestações contra ou a favor de alguém ou alguma coisa são próprias da democracia, mas dentro da lei e da ordem. Do jeito que estão sendo feitas desde junho, com uma escalada de violência, não é aceitável de maneira alguma.

A atuação da imprensa vem sendo constrangida desde o início das manifestações por esses terroristas, que atacam indiscriminadamente os membros do que denominam de “mídia tradicional”. A tal ponto que jornalistas já não podem sair para trabalhar com suas identificações, pois se tornam alvos de ações terroristas.

A situação chegou a tal ponto que o fotógrafo do Globo que flagrou toda a cena do atentado que culminou na morte do cinegrafista não quis ser identificado como autor das fotos que possibilitaram a identificação dos criminosos. O mesmo aconteceu com o cinegrafista da TV Brasil que filmou a cena.

Em qualquer lugar do mundo, correspondentes de guerra usam coletes com identificação de que são jornalistas para serem respeitados pelas partes em disputa, sob a proteção da ONU. Nas manifestações no Brasil desde junho, identificar-se como jornalista, de qualquer empresa, é um risco, não uma proteção. Com o agravante de que não estamos em guerra.

Não importa se desta vez a intenção não era acertar o cinegrafista, mas os policiais que estavam mais adiante. A ação terrorista foi consumada, e suas conseqüências têm que ser punidas rigorosamente. O caráter terrorista da ação dos black-blocs contra a imprensa é revelado pela ameaça feita em frente à delegacia onde estava o primeiro culpado preso, Tiago Raposo, que aliás já havia sido detido em outras ocasiões por distúrbios em passeatas do gênero.

Um de seus companheiros de vandalismo estava lá tentando criar um clima contra a prisão quando se virou para outro cinegrafista, por sinal da mesma TV Bandeirantes, e ameaçou: “O próximo vai ser você”. O cinegrafista reagiu à ameaça e acabaram os dois se atracando, com o black-bloc levando um corte na testa.

Pelo relato do acontecido vê-se que o ambiente político está totalmente desequilibrado, graças a setores da sociedade e partidos políticos que avalizam as agressões dos black-blocs como manifestações legítimas, quando elas são a negação da democracia.

Fonte: O Globo

Dora Kramer: O encaixe

O deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG), denunciado pela Procuradoria-Geral da República por peculato e lavagem de dinheiro, reivindica tratamento igual ao do ex-presidente Luiz Inácio da Silva no tocante ao processo do mensalão.

Defende Lula e diz ser tão inocente quanto ele. O PT, por sua vez, diz que não deseja o mal para o tucano e clama pelo amplo direito de defesa ao adversário político.

Pura encenação. Tudo o que o PT mais deseja é que o infortúnio se abata sobre o PSDB. Fala em "direito de defesa" só para dar a impressão de que os seus não tiveram essa prerrogativa.

Quanto à reivindicação de Azeredo, ele não pode ser tratado como Lula, pois o ex-presidente não foi incluído na denúncia do mensalão. Em boa medida porque o PSDB, partido do acusado ora em tela, concordou em tirar o pé de acelerador nas investigações quando o publicitário Duda Mendonça confessou ter recebido dinheiro "por fora" para fazer a campanha presidencial de 2002.

Os tucanos não resolveram aliviar por acreditar que Lula nada tivesse a ver com o esquema de financiamento de partidos de sua base de sustentação, mas por imaginar que fosse estrategicamente mais eficaz deixá-lo "sangrar".

Na ocasião, aliás, já tinham perdido a moral para tratar do assunto, porque resolveram firmar fileiras em defesa de Azeredo (à época presidente do PSDB) com argumentos semelhantes aos usados pelo PT.

Ou seja, eram infundadas as acusações de que a campanha do então governador de Minas Gerais havia se valido dos préstimos de Marcos Valério de Souza para desviar recursos públicos e maquiá-los mediante empréstimos fraudulentos.

Para o Ministério Público, nos dois casos as denúncias têm fundamento. O primeiro já foi julgado e o segundo começa a andar. Há que se estabelecer diferenças entre os dois. No do PT houve amplitude nacional e envolvimento da direção do partido, bem como da Presidência da República no processo representada pelo titular da Casa Civil.

No do PSDB, o alcance foi local e limitou-se à campanha. Azeredo foi derrotado naquela eleição (1998). Mas, guardadas as proporções, o crime na essência foi o mesmo: o uso do Estado para fins partidários.

Saudação trabalhista. "Partido, é dos Trabalhadores!". É assim que o PT gosta de se autodefinir em palavra de ordem bastante usada em encontros do partido para reiterar a posição de origem. A defesa dos interesses trabalhistas, contudo, não encontra ressonância no programa Mais Médicos, uma das joias da coroa para a reeleição da presidente Dilma Rousseff.

Pelas regras impostas aos trabalhadores da área de saúde vindos de Cuba, o PT como partido do governo patrocinador, na realidade está na contramão dessa rota.

Os médicos cubanos são mantidos longe da família, são vigiados e obrigados a trabalhar por menos de R$ 900 mensais.

Morte anunciada. O cinegrafista Santiago Ilídio Andrade não foi vítima de um acidente. Morreu assassinado pelas mãos do mascarado que atirou um rojão a esmo incentivado pela glamourização dos atos de vandalismo, cuja repressão vem sendo sistematicamente condenada por uma parte da sociedade que enxerga na violência uma forma legítima de protesto e não reconhece que o uso da força é dever do Estado quando em risco está a ordem pública.
Se esse é um raciocínio tido como conservador, queira o bom senso que a banalização da vida não seja vista como um pensamento progressista.

Na escalada de depredações, incêndios, barbárie a torto a direito que assistimos como se fosse uma decorrência natural da tensão nas grandes cidades, um homicídio era inevitável.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Tereza Cruvinel: Quem matou Santiago

Foram muitos os que armaram a mão detonadora que matou o cinegrafista Santiago. Entre eles, os que incentivaram a delinquência política e os que se omitiram diante dela

Estava escrito, desde o ano passado, que em algum momento teríamos um morto. Poderia ser um manifestante, um policial, um profissional da imprensa, como acabou acontecendo. É dolorosa a imagem captada pela TV Brasil, do corpo ferido do cinegrafista Santiago Andrade ao lado da câmera tombada. Foi um jovem trêfego que entregou para outro o rojão que o atingiu. Foram muitos, entretanto, os que armaram a mão detonadora. Destacam-se entre eles os que aplaudiram e incentivaram a delinquência política nas manifestações e os omissos do poder público, que, temendo a crítica, não enfrentaram com a devida energia black blocs e assemelhados.

No crepitar da violência, sobra sempre para os inocentes. Santiago poderia ter outro nome e outra profissão: sua morte seria igualmente triste, seria igualmente um aviso de que o Brasil já se distanciou demais, como escrevi no domingo, do velho ideal do homem cordial. Agora, somos um povo com gosto de sangue na boca, seja no trânsito, seja no campo ou nas manifestações. Ainda que não atendesse por esse nome, já tivemos uma cultura da paz, que precisa ser resgatada. Mas como se os jovens parecem não ter vínculos com o Brasil histórico e agem como se tudo estivesse começando aqui e agora? Não foi para isso que muitos sacrificaram os melhores anos de suas vidas na luta pela democracia, para garantir que no futuro todos pudessem se manifestar. Mas não cobrindo o rosto e agredindo covardemente o próximo. Como disse Dom Orani Tempesta, o que se espera na democracia são manifestações “pacíficas, justas e fraternas”.

O próximo, neste caso, era um jornalista, o que eleva o fato à categoria dos crimes contra a liberdade de imprensa. Entidades patronais e sindicais se manifestaram ontem pedindo mais garantias para o exercício do jornalismo e a federalização destes crimes. A presidente Dilma mandou a Polícia Federal entrar nas investigações sobre a autoria. Tudo isso é devido a Santiago, embora não repare a dor de sua família. Nada disso evitará novos desatinos, se os que governam não compreenderem que estamos cruzando uma fronteira perigosa. A reação dos black blocs é clara: disseram lamentar muito, mas convocaram novos protestos. Da mesma natureza.

Minas se move
Os movimentos eleitorais se intensificam esta semana em Minas, o segundo maior colégio eleitoral do país, que será decisivo para o resultado da eleição presidencial. Ontem pela manhã, o deputado e presidente do PSDB mineiro, Marcus Pestana, renunciou à pré-candidatura a governador em favor de Pimenta da Veiga. Unificado, o PSDB tentará agora recuperar o tempo perdido à espera de uma definição sobre a candidatura, inicialmente pleiteada por cinco aliados de Aécio Neves. Enquanto isso, o pré-candidato petista, ministro Fernando Pimentel, nadava de braçadas e fincava seu nome na dianteira nas pesquisas.

Agora é Pimentel que está com pressa para deixar o Ministério do Desenvolvimento e se jogar inteiramente na campanha pelo governo de Minas. Para isso, depende da escolha de seu substituto pela presidente Dilma. Seja como for, está marcada para sexta-feira, dia 14, uma pajelança eleitoral para ele, em que ninguém menos que Lula fará o lançamento oficial da candidatura.

Além de reeleger Dilma, o PT trabalha para desalojar os tucanos de São Paulo, onde estão há quase 20 anos, e de Minas, que governam há 12 ininterruptos. Já o PSDB tem o seu “cenário paraíso”, que seria a vitória de Aécio, sem perder nenhum dos dois estados. O confronto em São Paulo será pesado, por razões políticas, eleitorais e simbólicas, mas em Minas é que Aécio não pode perder mesmo. É lá que ele pretende alavancar uma diferença formidável sobre Dilma, arrastando 60% dos votos, para compensar o favoritismo dela no Nordeste. 

Por isso, ele cozinhou em fogo lento a disputa interna, até que restaram apenas Pestana — que muita gente dava como seu preferido no início do processo — e Pimenta, que nele ingressou tardiamente, quando se deslocou para Minas, no meio do ano passado, para coordenar a campanha de Aécio no estado. Em poucas semanas, virou candidato das cúpulas tucanas, embora Pestana tivesse mais apoio nas bases municipais. O próprio Pestana, entretanto, diz que não podiam esperar mais nem realizar processos mais democráticos, como prévias, por falta de tempo. Seu discurso de renúncia buscou sinalizar com o engajamento imediato na campanha de Pimenta, embora seus seguidores mais machucados com o desfecho ainda precisem ser mobilizados. “Retiro meu nome para apoiar com toda energia o nome de Pimenta da Veiga. Peço a cada companheiro que faça por ele como se fosse por mim.” O problema de Pimenta é o longo tempo fora do estado e mesmo da política, na disputa com um adversário que acaba de deixar um ministério poderoso e terá o apoio de Lula e Dilma.

Fonte: Correio Braziliense

Marco Antonio Villa: PT não gosta do Judiciário independente

A ‘vaquinha’ patrocinada pelos petistas e seus asseclas violou explicitamente a decisão do STF

O Partido dos Trabalhadores, que teve suas lideranças históricas condenadas no processo do mensalão, é incansável. Quer porque quer desmoralizar o Supremo Tribunal Federal. O PT não gosta do Judiciário independente. O partido fez de tudo para dificultar o andamento da Ação Penal 470. Pressionou ministros e insinuou até chantagem. Depois desqualificou as condenações. E transformou as prisões em espetáculo de “resistência”. Em seguida, forjou convites fantasiosos de trabalho desacreditando os postulados do regime semiaberto. Deu — para o bem da democracia — tudo errado.

O alvo seguinte foi o presidente do STF, o ministro Joaquim Barbosa. É o mais odiado pelos marginais do poder, feliz expressão do ministro Celso de Mello. Desde 2012 sofre ataque cerrado dos petistas e dos seus aliados, dos blogs sujos que infestam a internet — e que são financiados com dinheiro público. É injuriado e caluniado sistematicamente pelo Ministério da Verdade petista.

Recentemente, Barbosa passou por mais uma situação extremamente constrangedora, quando da abertura dos trabalhos legislativos. E a ofensiva continua: no último sábado, o ex-presidente Lula, com a grosseria habitual, voltou a atacá-lo. O sinhozinho de São Bernardo do Campo não perdoa a independência do ministro Barbosa. Mais ainda: sonha que o STF seja uma repartição do Palácio do Planalto, uma espécie de Suprema Corte ao estilo cubano.

Para os policiais da verdade, o ministro Barbosa não pode tirar férias. Quando o fez, teve os repórteres nos seus calcanhares. Privacidade, zero. E até com certa ironia foram descritos os presentes que comprou em Paris. No fundo estava implícito que negro brasileiro deveria levar daqui um berimbau (e por que não um pandeiro?). É o velho racismo cordial, tão nosso como a jabuticaba.

Os petistas e seus sequazes aproveitaram o momento para desviar a atenção pública dos crimes cometidos pelos apenados. Construíram uma versão de que eram inocentes e que estavam sendo perseguidos por Barbosa. Como se o processo do mensalão e as condenações fossem da sua exclusiva responsabilidade. Como se os seus substitutos legais na presidência não pudessem dar andamento às decisões de rotina da Ação Penal 470.

Dias depois o foco foi dirigido ao ex-deputado João Paulo Cunha. Deu diversas entrevistas, atacou o tribunal, principalmente, claro, o ministro Barbosa. O sentenciado chegou a promover almoço em frente ao prédio da Suprema Corte. Fez de tudo para achincalhar o STF.

Mas os petistas são insaciáveis: agora tentam desqualificar o cumprimento de uma das penas — a de multa. Muito citado durante o julgamento do mensalão, o jurista Claus Roxin defende que não “se pode aprender a viver em liberdade e respeitando a lei, através da supressão da liberdade; a perda do posto de trabalho e a separação da família, que decorrem da privação de liberdade, possuem ainda maiores efeitos dessocializadores. O desenvolvimento político-criminal deve, portanto, afastar-se ainda mais da pena privativa de liberdade. Em seu lugar teremos, principalmente, a pena de multa, e é em especial no seu uso que reside a tendência à suavização de que falei acima (‘Estudos de Direito Penal’, Renovar, 2008, pp.18-19)”.

Portanto, multa é uma pena. No caso da liderança petista, a pena de multa foi acrescida à privação da liberdade. Assim, neste caso, uma não está dissociada da outra. A nossa Constituição é muito clara quando determina que “nenhuma pena passará da pessoa do condenado” (artigo 5º, XLV) e a multa é uma das formas da individualização da pena (artigo 5º, XLVI,c). E, no Código Penal, o valor da multa está vinculado às condições econômicas do réu.

A “vaquinha” patrocinada pelos petistas e seus asseclas violou explicitamente a decisão do STF, a Constituição e o Código Penal. É absolutamente ilegal. Os petistas saudaram como uma manifestação de solidariedade. Até aí, nenhum problema. Afinal, o respeito ao ordenamento jurídico nunca foi uma característica do PT. O mais terrível foi encontrar até um ex-presidente do STF respaldando esta chicana. E mais: os ministros da Suprema Corte silenciaram — ou quando se pronunciaram foi sobre a forma da doação, que é importante, mas marginal frente à gravidade da questão central.

Contudo, nem sempre é possível controlar todas as variáveis de um projeto criminoso de poder, outra feliz expressão do decano do STF. Henrique Pizzolatto percebeu — ainda na fase processual — que tinha sido jogado ao mar pela liderança petista. Logo ele, o homem de 73 milhões de reais.

Não quis representar o papel de mordomo, como nas velhas tramas cinematográficas. Resolveu com seus próprios meios fugir do país. Foi preso. Sabe muito. Deve ter medo, principalmente se recordar os acontecimentos de Santo André.

Vale destacar que foram os milionários desvios do fundo Visanet, oriundos do Banco do Brasil, a principal fonte de recursos do mensalão, como ficou comprovado no julgamento. Sem este dinheiro, não teria havido a compra de apoio parlamentar. E quem foi o organizador deste peculato? Henrique Pizzolatto. Mas teve a colaboração de comparsas, como é possível constatar no relatório final da CPMI dos Correios, e que não foram indiciados pelo procurador-geral Antonio Fernando de Souza, em 2007.

O governo brasileiro, obviamente, prefere que Pizzolato permaneça na Itália. O pedido de extradição é para inglês ver. Hoje, ele é o elo mais fraco entre os sentenciados petistas. E se romper com a lei da omertàpoderá ser o homem-bomba da campanha presidencial.

Marcos Antonio Villa é historiador

Fonte: O Globo

Yoshiaki Nakano: Hora de ajustar

Nosso nó górdio é o nível da taxa de juros e como ele é fixado pelo BC, pois disto decorrem outras distorções da economia

A hora de ajustar a economia brasileira está passando à medida que se aproximam as eleições programadas para o fim do ano. Se não for iniciada já e delineado um programa vigoroso de reformas para os próximos anos, as dúvidas e incertezas devem persistir e poderemos ter um fim de ano conturbado. A necessidade de ajustes e reformas não é gerada apenas pelas especificidades internas da economia brasileira, mas também pelo novo quadro internacional. Melhorias no cenário internacional em função das expectativas mais positivas de crescimento nos Estados Unidos, Japão e mesmo na Europa; mudanças na política monetária do Federal Reserve dos Estados Unidos e seus impactos, ainda que diferenciados, nos países emergentes e a acomodação da China num novo patamar de crescimento, anunciam uma nova fase na economia global. Tais mudanças tornam premente a necessidade de ajuste.

Não há dúvida de que a economia brasileira precisa passar por uma série de ajustes e reformas para retomar um crescimento mais vigoroso e estável. Como já observamos nesta coluna, a fase de bonança externa com o choque nos termos de troca e expansão das exportações de produtos primários se encerrou. No período de bonança, optamos por expandir o consumo privado e os gastos correntes do governo, em vez de ampliarmos a taxa de investimento. Mesmo assim, de 2004 a 2010 tivemos uma aceleração no crescimento, passando de uma média de pouco mais de 2% ao ano, para 4%.

Mas a capacidade ociosa e desemprego reduziram-se e, desde 2011, tudo indica que voltamos ao patamar de crescimento anterior. É óbvio, pois se nem a taxa de investimento produtivo, nem o progresso tecnológico avançaram, não há razão para o crescimento potencial avançar. Voltamos à velha normalidade de equilíbrio ruim com baixo crescimento.

Fazer um diagnóstico do baixo crescimento brasileiro é tarefa bastante simples. Basta não ser criativo e observar no que somos um verdadeiro "outlier", um ponto fora da curva no padrão internacional de crescimento. A lista destas "jabuticabas" é imensa e todo livro de macroeconomia brasileira deveria iniciar com seu exame empírico exaustivo.

Não dá para analisar todas estas "jabuticabas", pois seria necessário um tratado, assim vamos ao nosso "nó górdio", o nível da taxa de juros e como ele é fixado pelo Banco Central, pois disto decorrem uma série de outras "jabuticabas" e distorções da economia brasileira. Desata-se o nó sem necessidade de mudança constitucional ou legal, basta mudar as regras operacionais do Banco Central.

Dentre as jabuticabas decorrentes do nó górdio temos: grande afluxo de capitais do exterior seguido de "paradas súbitas", gerando persistente desequilíbrio na conta de capitais; taxa de câmbio apreciada e volátil; desindustrialização precoce, privilegiando a alocação de recursos para o setor de não-tradables; elevado gasto do governo com juros, particularmente a absurda taxa implícita de juros sobre a dívida líquida, tornando necessária uma carga tributária fora do padrão internacional; indexação do todo o sistema bancário e de capitais à taxa Selic (a chamada cultura do DI), deslocando toda a curva de juros para cima e confinando-os ao curto prazo; sistema monetário com duas moedas, uma moeda normal e outra "jabuticaba", para a qual o Banco Central garante liquidez e paga taxa Selic, como se fosse remunerar um investimento, privativa dos bancos comerciais e daqueles que aplicam no "overnight" e operações compromissadas do Banco Central; baixa taxa de investimento produtivo; estímulo para que os jovens talentos sejam atraídos não pela atividade produtiva, mas para atividades que apropriam aquilo que é produzido etc…

O que defendemos aqui é que se deve desatar o "nó górdio" já. Uma vez desatado, o próprio mercado vai se ajustar, desencadeando uma sequência de mudanças. A lista acima nos dá ideia da magnitude e extensão que ela desencadeará. A referência básica para avaliar as mudanças é muito simples, devemos aproximar os parâmetros da nossa economia aos padrões internacionais, particularmente das mais dinâmicas do mundo desenvolvido. Desta forma, a economia brasileira caminhará para um novo equilíbrio muito superior, mais dinâmico e mais estável. Com taxa de juros fixada pelo Banco Central, ajustada no seu nível e na forma de fixação (regras operacionais do banco central), aos padrões internacionais, o fundamental é que alocação dos fluxos financeiros nacionais e internacionais e dos jovens talentos sofrerão mudanças, deslocando-se para atividades produtivas. A taxa de câmbio caminhará para um nível mais competitivo e estável, a desindustrialização poderá ser revertida, a taxa de investimento deverá aumentar e a produtividade ganhará um novo dinamismo.

Caberia às autoridades públicas antecipadamente mapear, planejar e estudar detalhadamente as mudanças da sua direção e a sua velocidade para, previamente, remover os obstáculos legais e institucionais. Caberia sim direcioná-los, mas evitando a tentação de regulação burocrática excessiva que caracteriza o Estado brasileiro. Desta forma, podemos caminhar em direção ao novo equilíbrio mencionado.

Yoshiaki Nakano, com mestrado e doutorado na Cornell University, é professor e diretor da Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/EESP).

Fonte: Valor Econômico

Diário do Poder- Cláudio Humberto

Lula articula candidatura
Alguns ministros que saíram dos cargos há dias e dirigentes do PT têm em comum a certeza de que Lula trabalha para assumir a candidatura presidencial, em substituição a Dilma Rousseff. Sua intervenção para impor ministros, como Aloizio Mercadante (Casa Civil), e fazer seu grupo assumir o controle da comunicação do governo fazem parte da estratégia. A única dúvida é se tudo foi combinado com a presidente. Deixar a barba crescer, retomando feições originais, e bater boca com a oposição, a pretexto de "poupar Dilma", são parte do plano de Lula. Lula tem ignorado o PMDB, em suas articulações nos Estados, porque sua ideia é tornar esse partido mero coadjuvante, como PR, PP, PSD... Segundo petistas influentes, Lula deve articular a própria candidatura a presidente contando com o amigo Eduardo Campos (PSB) como vice. Parece até um jogo combinado: Eduardo Campos tem dito que jamais enfrentaria Lula nas urnas. Isso o credencia e garantaria a vaga de vice.

PT e PMDB negociam apoio
Apesar do fogo cruzado do PMDB com a presidente Dilma, na briga por ministérios, o PT de Minas Gerais negocia com o partido de Michel Temer o fechamento de apoio à candidatura de Fernando Pimentel (foto) a governador. Para selar esse acordo, Lula vai na sexta-feira (14), a BH, para o lançamento das caravanas do PT no Estado, enquanto o PMDB afunila as negociações para disputar a vice de Pimentel e ao Senado.

Chapa
O ministro peemedebista Antônio Andrade (Agricultura) e o senador Clésio Andrade são os mais cotados para formar chapa com Pimentel.

Ministro efetivo
O ministro Gilmar Mendes tomará posse nesta quinta-feira (13), pela segunda vez, como ministro efetivo do TSE.

Que país é este?
Com a morte de Santiago Andrade, os terroristas do "black bloc" atingiram o objetivo: afastar a população dos protestos. Mas acertaram no que não viram: a péssima repercussão mundial para a Copa.

Banditismo
Ainda está livre o assassino principal de Santiago Andrade, cinegrafista da Band. O outro criminoso finge que não é com ele. E ainda dizem que "não era a intenção" do black bloc bandido. À família resta chorar.

Candidato
Tanto PMDB quanto o PSDB e o PR acreditam que a candidatura do senador Lindbergh Faria (PT) ao governo do Rio é só blefe. Isolado por aliados nacionais, o petista negocia ao menos o apoio do PCdoB.

Alforria
Com semblante muito tranquilo, a ex-ministra Helena Chagas (Comunicação Social) se dedicava ontem a algo que não fazia há anos: ver vitrines em um shopping de Brasília. Sem pressa, nem aflição.

Isto é Brasil
No dia do aniversário de 34 anos do PT a tag #CorruPTusday ficou em primeiro lugar ontem nos assuntos mais comentados do Twitter.

Pensando bem...
...depois da queima de arquivo do falecido prefeito petista Celso Daniel, nova assombração atormenta o PT: outro Celso (Pizzolato) morto.

Frase
A morte do cinegrafista Santiago Andrade revolta e entristece"
Presidente Dilma Rousseff, sobre o assassinato do jornalista por ativistas black blocs

Cobrança abusiva
O Banco do Brasil em Miami resolveu cobrar taxa mensal, considerada abusiva, de cada conta de servidores do Itamaraty no exterior, onde há décadas são depositados seus salários. A tunga provocou revolta.

A fila anda
Se foi ironia, lascou-se. Se foi sincero, é forte candidato ao troféu Pinóquio o ex-governador mineiro Eduardo Azeredo, com a frase " sou tão inocente quanto Lula", após ser acusado no mensalão mineiro.

Fonte: Diário do Poder

Panorama Político – Ilimar Franco

Duas táticas
A Força Sindical é a única entidade dos trabalhadores que está em campanha pela correção do FGTS pela inflação. A CUT (PT) e a CTB (PCdoB) se omitem. Em 1999, quando o PSDB estava no poder, a correção do FGTS foi alterada em prejuízo dos trabalhadores. O PT, em 11 anos de poder, não tratou da reposição das perdas. E, agora, a CEF está lutando na Justiça contra os trabalhadores.

A distribuição do poder no PT
Os aliados do governo Dilma passam por uma maratona na reforma ministerial. Mas no PT todos já sabem o seu pedaço. O espaço está assim distribuído: a tendência Construindo Um Novo Brasil, com 45 deputados e 12 senadores, tem 10 ministérios. Sua bancada é inferior à do PMDB. A Mensagem tem 12 deputados e uma pasta. Sua bancada é inferior à do PTB, que está fora da Esplanada. A Democracia Socialista, com oito deputados e um senador, tem um ministério. O PROS, com mais cadeiras no Congresso, não tem. O Movimento PT tem oito deputados e uma pasta. O PP, o PR, o PDT e o PCdoB precisaram ter mais do que isso para integrar o Ministério.

“A questão é acabar com o mito da invencibilidade do governo. Ele tem errado um bocado e a atitude um tanto arrogante de fazer de conta que tudo vai bem é um prato para a oposição”
Fernando Henrique Cardoso
Ex-presidente, sobre a campanha eleitoral

Na defensiva
O nervosismo tomou conta dos tucanos com o pedido de condenação e prisão do deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Há cientistas políticos avaliando que, na campanha, o discurso em defesa da ética está comprometido.

Procura-se
O presidenciável Aécio Neves (PSDB) se reuniu com o deputado Marchezan Jr para pedir que ele concorra ao governo do Rio Grande do Sul, pois o tucano ainda não tem palanque nos pampas. A resposta do parlamentar: "Pede para a Yeda". Ele acusa a ex-governadora gaúcha Yeda Crusius de ter dizimado o partido.

Novas despesas, não
A grande preocupação do governo Dilma com a retomada dos trabalhos no Congresso é com leis que turbinem os gastos públicos. O tema mais sensível é o da manutenção do veto à mudança nas regras para facilitar a criação de municípios.

Dentro do contexto
A equipe do ministro Joaquim Barbosa acha estranho vincular sua atuação às declarações do ex-presidente Lula. Avalia que ela foi feita com endereço certo: a suspeita, levantada pelo ministro Gilmar Mendes, de lavagem de dinheiro nas doações para os condenados no mensalão.

Dois pra lá, dois pra cá
A Executiva do PMDB se reúne amanhã. E pode adotar a linha “não exigimos nada", da bancada na Câmara. Integrantes do partido avaliam que se o Senado não adotar o mesmo procedimento assumirá para si o carimbo do fisiologismo.

O outro lado
O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), pede para negar que quando usou a palavra “poste”, referindo-se às eleições, tenha tido a intenção de criticar a gestão do atual prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, cujo vice é do PMDB.

Unanimidade. Todos os candidatos ao governo do Rio elegeram o ex-governador Anthony Garotinho como o melhor adversário para o segundo turno.

Fonte: O Globo