O Globo
Tivemos recentemente a prova de que, como
dizia o grande filósofo Tom Jobim, o Brasil não é para amadores. O ex-juiz
Sergio Moro, hoje senador, um dos protagonistas das principais cenas políticas
da história recente, viu-se às voltas com pelo menos duas situações exemplares
das tramas rocambolescas que dominam nossa vida nacional.
Como senador, foi um dos interrogadores do
advogado Cristiano Zanin quando sabatinado para a vaga aberta no Supremo
Tribunal Federal (STF). Zanin foi o super-inimigo de Moro na defesa de Lula, e
agora está no Supremo, onde poderia estar Moro, o mesmo STF responsável por
anular todas as condenações do atual presidente da República.
Mais adiante, estava no plenário do Senado interrogando o hacker Walter Delgatti, responsável pelo crime de invasão de privacidade dos celulares dos procuradores de Curitiba que ajudou a desacreditar todo o processo da Operação Lava Jato comandado por Moro. Delgatti sugeriu que viu mensagens pessoais de Moro que indicariam que ele era um “criminoso contumaz”. O senador retrucou dizendo que Delgatti era tão inocente quanto Lula, o beneficiário final do desmonte da Lava-Jato, que o levou de volta à presidência da República.