O Globo
Assim como a camaleônica depoente Emanuela
Medrades, estamos todos exaustos da CPI da Covid. Foram quase três meses de
revelações desconcertantes e revoltantes para um país perplexo diante da
inépcia do governo federal na gestão da pandemia de Covid-19, e a pausa será
bem-vinda para respirar e para que os senadores possam organizar a estratégia
da reta final dos trabalhos.
Com a prorrogação das investigações
finalmente acatada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), é
preciso fazer com que a “parte 2” apresente aos brasileiros as respostas às
questões cruciais, deixe de lado os casos menores e, principalmente, se
preocupe em assegurar que, uma vez configurados crimes, eles sejam bem
demonstrados e tipificados.
O novo calendário decorrente da renovação por mais 90 dias traz uma possibilidade a mais para que o relatório final resulte em alguma consequência na Justiça brasileira: a conclusão da CPI se dará depois da decisão de Jair Bolsonaro sobre reconduzir ou não Augusto Aras à Procuradoria-Geral da República (PGR).