Rodrigo Vizeu
DEU EM O GLOBO/REUTERS
Publicada em 22/09/2008 às 13h00m
BRASÍLIA - A avaliação positiva (ótimo e bom) do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu de 57,5% em abril para 68,8% em setembro. A pesquisa do Instituto Sensus e encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) também mostrou que a avaliação negativa (ruim e péssimo) caiu de 11,3% para 6,8%. O número dos que consideram a administração federal regular foi de 29,6% para 23,2%. (Como você avalia o governo Lula?)
O percentual de ótimo e bom bateu o recorde anterior, de abril, e é o maior de toda a série histórica do levantamento, realizado desde julho de 1998, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso.
Segundo o diretor do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, o novo recorde se deve ao bom desempenho da economia e aos programas sociais. Para o pesquisador, o recente crescimento da inflação e dos juros ainda não afetou a percepção da população.
- As reservas estão em alta, a economia funciona. Levantamentos sobre os resultados dos programas sociais indicam que eles fomentaram as economias locais e geraram empregos - afirmou Guedes.
A avaliação do desempenho pessoal do presidente Lula também cresceu, indo de 69,3% para 77,7%. A desaprovação do presidente caiu de 26,1% para 16,6%. A última vez que a aprovação pessoal do presidente foi tão alta foi no início do mandato de Lula. Em julho de 2003, ela foi de 77,6%.
O presidente aparece como um importante cabo eleitoral nas eleições municipais: 15,5% dos entrevistados votariam apenas no candidato indicado pelo presidente, enquanto 28,6% poderiam votar no nome sugerido pelo petista. Os dois percentuais somados chegam a 44,1%, índice de voto potencial em candidatos de Lula. Não votariam nos candidatos a presidente 19,9% do eleitorado. Outros 30,9% só apoiariam se conhecessem ( clique e leia mais ).
Serra lidera intenções de voto para 2010
A pesquisa voltou a avaliar a intenção de voto para a sucessão presidencial em 2010, sem Lula, e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), mantém liderança na pesquisa estimulada. Ele aparece na frente em todas as simulações de que participa.
A ministra da Casa-Civil, Dilma Rousseff (PT), nas simulações em que aparece, ocupa o terceiro ou quarto lugares no primeiro turno e é derrotada pelo PSDB no segundo.
Em uma primeira hipótese, Serra teria 38,1% dos votos, contra 17,4% do deputado Ciro Gomes (PSB), 9,9% da ex-senadora Heloísa Helena (PSOL) e 8,4% da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT).
No caso do PSDB escolher Aécio Neves, o líder das pesquisas passaria a ser Ciro Gomes, com 24,9%, contra 18,2% do tucano, 13,4% de Heloísa e 8,6% de Dilma. Em uma disputa em que PT trocaria Dilma pelo ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), Serra ficaria com 38,5%, contra 19,6% de Ciro, 10,6% de Heloísa e 2,7% de Patrus.
Tampouco a ex-ministra e ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy se sairia tão melhor como nome petista. Também ficaria em último, com 5,9% das intenções de voto. Na dianteira apareceriam Serra (37,9%), Ciro (18,9%) e Heloísa (10,4%).
Em uma hipótese sem Ciro, Serra lideraria com 45,7%, contra 12,5% de Heloísa e 10% de Dilma. Trocando Serra por Aécio, esse cenário se embolaria: Aécio teria 22,4%, Heloísa 21,2% e Dilma 12,3%.
Em um eventual segundo turno entre Serra e Dilma, o governador ficaria com 51,4% das intenções de voto, contra 15,7% da ministra. Aécio também derrotaria Dilma por 34% contra 18,4%. Serra também venceria Patrus por 55,1% a 7,7% e Ciro por 47,1% a 22,5%.
Pequena projeção explica desempenho ruim dos petistas
O mau desempenho dos candidatos petistas contrasta com a alta avaliação do presidente Lula. Para o diretor do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, isso se deve à ainda pequena projeção dos nomes do PT, entre eles Dilma, a atual preferida de Lula.
- Os nomes mais fortes do PT não estão no cenário político, como José Dirceu e Antonio Palocci. Os nomes atuais são mais recentes. Dilma ainda não tem a imagem tão atrelada à do presidente. Além disso, falta-lhe uma marca - afirmou.
DEU EM O GLOBO/REUTERS
Publicada em 22/09/2008 às 13h00m
BRASÍLIA - A avaliação positiva (ótimo e bom) do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu de 57,5% em abril para 68,8% em setembro. A pesquisa do Instituto Sensus e encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) também mostrou que a avaliação negativa (ruim e péssimo) caiu de 11,3% para 6,8%. O número dos que consideram a administração federal regular foi de 29,6% para 23,2%. (Como você avalia o governo Lula?)
O percentual de ótimo e bom bateu o recorde anterior, de abril, e é o maior de toda a série histórica do levantamento, realizado desde julho de 1998, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso.
Segundo o diretor do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, o novo recorde se deve ao bom desempenho da economia e aos programas sociais. Para o pesquisador, o recente crescimento da inflação e dos juros ainda não afetou a percepção da população.
- As reservas estão em alta, a economia funciona. Levantamentos sobre os resultados dos programas sociais indicam que eles fomentaram as economias locais e geraram empregos - afirmou Guedes.
A avaliação do desempenho pessoal do presidente Lula também cresceu, indo de 69,3% para 77,7%. A desaprovação do presidente caiu de 26,1% para 16,6%. A última vez que a aprovação pessoal do presidente foi tão alta foi no início do mandato de Lula. Em julho de 2003, ela foi de 77,6%.
O presidente aparece como um importante cabo eleitoral nas eleições municipais: 15,5% dos entrevistados votariam apenas no candidato indicado pelo presidente, enquanto 28,6% poderiam votar no nome sugerido pelo petista. Os dois percentuais somados chegam a 44,1%, índice de voto potencial em candidatos de Lula. Não votariam nos candidatos a presidente 19,9% do eleitorado. Outros 30,9% só apoiariam se conhecessem ( clique e leia mais ).
Serra lidera intenções de voto para 2010
A pesquisa voltou a avaliar a intenção de voto para a sucessão presidencial em 2010, sem Lula, e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), mantém liderança na pesquisa estimulada. Ele aparece na frente em todas as simulações de que participa.
A ministra da Casa-Civil, Dilma Rousseff (PT), nas simulações em que aparece, ocupa o terceiro ou quarto lugares no primeiro turno e é derrotada pelo PSDB no segundo.
Em uma primeira hipótese, Serra teria 38,1% dos votos, contra 17,4% do deputado Ciro Gomes (PSB), 9,9% da ex-senadora Heloísa Helena (PSOL) e 8,4% da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT).
No caso do PSDB escolher Aécio Neves, o líder das pesquisas passaria a ser Ciro Gomes, com 24,9%, contra 18,2% do tucano, 13,4% de Heloísa e 8,6% de Dilma. Em uma disputa em que PT trocaria Dilma pelo ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), Serra ficaria com 38,5%, contra 19,6% de Ciro, 10,6% de Heloísa e 2,7% de Patrus.
Tampouco a ex-ministra e ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy se sairia tão melhor como nome petista. Também ficaria em último, com 5,9% das intenções de voto. Na dianteira apareceriam Serra (37,9%), Ciro (18,9%) e Heloísa (10,4%).
Em uma hipótese sem Ciro, Serra lideraria com 45,7%, contra 12,5% de Heloísa e 10% de Dilma. Trocando Serra por Aécio, esse cenário se embolaria: Aécio teria 22,4%, Heloísa 21,2% e Dilma 12,3%.
Em um eventual segundo turno entre Serra e Dilma, o governador ficaria com 51,4% das intenções de voto, contra 15,7% da ministra. Aécio também derrotaria Dilma por 34% contra 18,4%. Serra também venceria Patrus por 55,1% a 7,7% e Ciro por 47,1% a 22,5%.
Pequena projeção explica desempenho ruim dos petistas
O mau desempenho dos candidatos petistas contrasta com a alta avaliação do presidente Lula. Para o diretor do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, isso se deve à ainda pequena projeção dos nomes do PT, entre eles Dilma, a atual preferida de Lula.
- Os nomes mais fortes do PT não estão no cenário político, como José Dirceu e Antonio Palocci. Os nomes atuais são mais recentes. Dilma ainda não tem a imagem tão atrelada à do presidente. Além disso, falta-lhe uma marca - afirmou.
Guedes acrescentou que, apesar de Lula ser o maior cabo eleitoral do país, não é qualquer nome indicado por ele que será eleito:
- O candidato escolhido deve ser palatável - disse.
O pesquisador também ponderou que, apesar dos candidatos do PT ainda aparecerem mal nas pesquisas, eles devem ganhar musculatura e se aproveitar mais da avaliação de Lula quando começar o período eleitoral de 2010. Ele citou como exemplo o caso do candidato do PSB à Prefeitura de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, que tinha 3% no início da campanha e já ultrapassou 40%. O candidato se aproveitou da alta aprovação de seus maiores apoiadores: o governador Aécio Neves e o prefeito Fernando Pimentel (PT).
Inflação subiu para 81,1% dos entrevistados
A pesquisa CNT/Sensus mostrou ainda que para 61,5% da população, a qualidade de vida melhorou nos últimos quatro anos. Ela piorou para 11,6% dos entrevistados e se manteve igual para 25,8%. De acordo com Ricardo Guedes, historicamente, governos com nível altos nesse indicador tendem a fazer os sucessores.
- É uma boa referência em todos os quadros que tendem para o bipartidarismo, como costuma acontecer em nossas eleições presidenciais - disse Guedes.
Ainda de acordo com o levantamento, 58,1% dos entrevistados acreditam que o poder de compra do salário-mínimo no governo Lula é maior que nas administrações anteriores. Um total de 15,9% dos entrevistados afirmou ser beneficiário de pelo menos algum dos programas sociais do governo, enquanto outros 49,7% conhecem pessoas beneficiadas. Um terço (33,3%) não conhecem pessoas que recebem benefícios estatais.
Já 75,3% da população demonstraram tendência a votar em candidatos que mantenham os atuais programas sociais, enquanto apenas 13,6% não apoiaram nomes com esse compromisso.
A inflação subiu para 81,1% dos entrevistados. O número estava em 67,7% em abril deste ano. 11,6% acreditam que os preços se mantiveram estáveis e 3,1% acham que estes caíram. Para 69,2%, o maior aumento dos preços se deu nos alimentos. Em seguida aparecem impostos e tarifas (4,8%), produtos de limpeza (2,4%) e transporte (1,3%).
A pesquisa CNT/Sensus foi realizada de 15 a 19 de setembro em 136 municípios de 24 estados de todas as regiões do país. Foram entrevistadas 2.000 pessoas. A margem de erro é de três pontos percentuais.