O Estado de S. Paulo
A grandeza da tarefa que temos pela frente
às vezes desanima. Mas é o país que temos e simplesmente não podemos desistir
dele, sobretudo agora.
É compreensível que o Brasil esteja
mergulhado no debate sobre o segundo turno das eleições. Afinal, o futuro está
em jogo. Mas chega a ser desanimador ver o debate nas redes sociais sobre
satanismo, canibalismo e outras aberrações, quando sabemos o que nos espera na
virada do ano.
No início de 2023, o novo presidente,
possivelmente com a oposição de quase metade do País, terá de tratar não apenas
da crise econômica, das bombas fiscais montadas por Bolsonaro, mas também de
uma conjuntura internacional adversa.
É possível dizer que agora é um momento de
paixão e que as reflexões pertencem ao futuro. Mas o período eleitoral é uma excelente
oportunidade para definir rumos, trocar ideias, não só porque há nuvens
sombrias no horizonte mundial, mas também porque o Brasil está atrasado em
inúmeros campos essenciais para sua sobrevivência.
A questão mais ampla diz respeito às mudanças climáticas. Com o potencial de nossos recursos naturais, é necessário não só assumir compromissos, como delinear uma política de redução de emissões, reorientar a economia, atrair investimentos, enfim, correr atrás do tempo perdido.