quinta-feira, 5 de setembro de 2024

O que a mídia pensa | Editoriais / Opiniões

Maduro expõe fracasso da estratégia de Lula

O Globo

Ordem de prisão contra oposicionista vencedor da eleição comprova que ditador não quer saber de diálogo

A decisão do ditador Nicolás Maduro de mandar a Justiça prender, sob acusações absurdas, Edmundo González, o oposicionista vencedor das eleições de 28 de julho, expõe de modo eloquente o fracasso da estratégia adotada até aqui pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva diante da crise venezuelana. Depois da fraude escancarada nas eleições de julho, o Brasil se aliou à Colômbia e apostou no diálogo para encontrar uma saída. Só que, apoiado pelas Forças Armadas, Maduro nunca quis saber de conversa.

Roberto Macedo - Surpreendeu o aumento do PIB no 2º trimestre, mas...

O Estado de S. Paulo

Minha sensação é de que estamos passando por outro ‘voo de galinha’. Perspectivas à frente são de um crescimento menor

Conforme anunciado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2024, à taxa de 1,4%, relativamente ao trimestre imediatamente anterior, surpreendeu os analistas do mercado, que majoritariamente previam 0,9%, uma diferença bastante expressiva. Parte dela é explicada pelo fato de que muitos consideraram o efeito negativo das enchentes no Rio Grande do Sul, mas tudo indica que os fortes gastos de reconstrução atuaram em sentido contrário. O número do primeiro trimestre do ano foi revisado de alta de 0,8% para 1%.

Do lado da oferta, destacam-se o crescimento da indústria, de 1,8%, e do setor de serviços, de 1%, sendo que este setor é o mais importante da economia, respondendo por cerca de 2/3 dela. No caso da demanda, os destaques foram o aumento dos investimentos, ou formação bruta de capital fixo, que foi de 2,1%; e o aumento do consumo das famílias (1,3%) e do governo (1,3%). No setor externo, as exportações cresceram 1,4% e as importações, 7,6%.

Celso Ming - PIB veio forte, mas problemas continuam

O Estado de S. Paulo

Problemas estruturais continuam sinalizando que são necessárias mudanças para que os resultados não sejam negativos mais à frente

Vale a comemoração pelo avanço robusto do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre sobre o anterior, de 1,4%. Essa força deixou um carrego superior a 2,5% para este ano. Mas, atenção, os problemas estruturais persistem e até aumentaram, o que põe em dúvida os bons resultados lá na frente.

Uma das três boas surpresas que explicam em boa parte o bom crescimento do PIB tem a ver com a recuperação mais rápida e mais consistente da economia gaúcha que, em abril e maio, foi assolada pelas enchentes. O Estado pesa cerca de 6% no PIB do Brasil e, graças à transferência de recursos federais e à resiliência de sua gente, setores como de materiais de construção, aparelhos e utensílios domésticos, móveis, veículos e serviços mostraram pronta reação.

Míriam Leitão - Surpresas do PIB e sinais de alerta

O Globo

As notícias positivas previstas por bons economistas no início do ano estão se confirmando: basta ver os dados do PIB e do emprego

A frase mais comum na economia ultimamente é que os dados surpreenderam. O PIB do segundo trimestre foi mais uma surpresa, assim como foram os números do mercado de trabalho. Há um debate global na economia sobre a falta de precisão dos modelos de projeção em alguns indicadores. Mas o mais importante que isso é entender que, até agora, houve uma série de boas notícias. A economia crescerá perto de 3% pelo terceiro ano e o componente do PIB que mais subiu neste segundo trimestre foi o investimento. A atividade econômica está mais disseminada pela indústria e pelos serviços, ao contrário do crescimento impulsionado apenas por um setor, como ocorreu no ano passado com o agro.

Escrevi aqui na coluna que este ano seria de crescimento maior do que o previsto e com uma qualidade maior. Disse isso, por exemplo, no texto publicado em 3 de março, a “Fotografia da economia”. Desde o início do ano, entendi que era preciso preparar-se para as surpresas positivas. Elas estão se confirmando, ainda que haja sombras no horizonte. Um economista que ouvi na ocasião foi Mansueto Almeida, do BTG, e ele previa o que está acontecendo: um crescimento melhor, com recuperação do crédito, dos salários e melhora gradual do investimento.

Joseph Stiglitz - A economia dos EUA se Trump vencer

Valor Econômico

Embora demagogos populistas como Trump não se importem com déficits, investidores nos EUA e no exterior deveriam ficar preocupados

A eleição presidencial dos Estados Unidos em novembro é crucial por muitos motivos. O que está em jogo não é apenas a sobrevivência da democracia americana, mas também a gestão apropriada da economia, com implicações de grande alcance para o resto do mundo.

Os eleitores deparam-se com uma escolha não apenas entre diferentes políticas econômicas, mas entre os diferentes objetivos dessas políticas. Embora a candidata democrata, a vice-presidente Kamala Harris, ainda não tenha detalhado plenamente sua agenda, ela deverá continuar com os pilares básicos do programa de Joe Biden, entre os quais políticas sólidas para manter a concorrência entre empresas, preservar o ambiente, reduzir o custo de vida, sustentar o crescimento, reforçar a soberania e a resiliência econômica nacional e mitigar a desigualdade social.

Maria Hermínia Tavares - O Brasil e a proposta de expansão do Brics

Folha de S. Paulo

Com a ampliação de 2023, a que o Brasil resistiu, grupo perdeu nitidez de propósitos

Mudanças importantes em curso na cena internacional propõem desafios inéditos para a política externa brasileira e exigem revisão das visões e estratégias que a caracterizaram ao longo de muitas décadas. Um desses desafios é decidir o que fazer com o Brics diante da segunda ampliação do bloco proposta por China e Rússia.

Durante 14 anos, o grupo foi formado pelos quatro países que o fundaram em 2009 e lhe deram o nome —Brasil, Rússia, Índia e China— mais a África do Sul, que a ele se juntou logo depois, daí o S final da sigla.

No ano passado, incorporou cinco novos membros, nenhum conhecido por praticar a democracia.

Luiz Carlos Azedo - Depois das chuvas, a seca assola o Brasil

Correio Braziliense

Muitas cidades registraram clima igual ao do Saara, que varia de 14% aos 20% de umidade. Como Brasília, 10 chegaram a registrar apenas 7%

“Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da caatinga rala.

Arrastaram-se para lá, devagar, Sinha Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás.

Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar, sentou-se no chão.

— Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai.”

Vidas Secas (Editora Record), romance de Graciliano Ramos, publicado em 1938, de 176 páginas, é uma obra-prima da literatura brasileira. Retrata a vida miserável de Fabiano e sua família de retirantes sertanejos obrigada a se deslocar, de tempos em tempos, para áreas menos castigadas pela seca. São cenas que parecem distantes, principalmente depois de o canal do Rio São Francisco irrigar boa parte do semiárido do Nordeste, mas que podem se repetir em regiões inimagináveis, como os igarapés e várzeas da Amazônia, e áreas alagadas do Pantanal, castigadas pela seca e em risco de desertificação.

Maria Cristina Fernandes - Sucessão das mesas será mais longa e arriscada

Valor Econômico

Quanto mais durar a disputa pelo comando do Congresso, mais desgaste os achados de Dino, CGU e TCU provocarão sobre seu colégio eleitoral

A reviravolta na disputa pela presidência da Câmara, com a desistência do deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP), segundo nome no comando da Mesa, é só um aperitivo. O que está em jogo é o comando daquela que se tornou a maior unidade orçamentária da República. A instabilidade é filha desse gigantismo.

A sucessão das mesas diretoras costuma ter início quando a eleição municipal termina. Os partidos contam os exércitos conquistados para a batalha das eleições legislativas dali a dois anos, olham para o tamanho em que ficou o chefe do Executivo do outro lado da praça, e fazem os acertos que resultam nas mesas diretoras.

A antecipação da sucessão foi antes uma demonstração de fragilidade do que de força do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Ao fazê-lo, esperava se valer do poder, que se esvai a cada dia, sobre a pauta de votações. A abdicação de Pereira em favor do correligionário Hugo Motta (PB) está longe de ser hostil a Lira, mas desarranja o jogo.

Bruno Boghossian - Lula e Lira ensaiam renovação de um pacto

Folha de S. Paulo

Reviravolta em sucessão na Câmara abre caminho para preservar arranjo entre os dois lados

No início do mandato, Lula andava por aí dizendo que, para sobreviver no Congresso, precisaria conversar "com quem não gosta da gente". Lá pelas tantas, o presidente chamou o centrão ao Palácio da Alvorada para um desses papos e entregou ao grupo de Arthur Lira um par de ministérios e o comando da Caixa.

Seria exagero dizer que o governo passou a ter vida fácil depois do acerto. Os termos da relação, porém, se tornaram um pouco mais previsíveis. Lula reconhece a bizarra situação em que o presidente da Câmara se recusa a conversar com o ministro responsável pela articulação política, mas procura navegar dentro dos limites do poder do centrão.

Vinicius Torres Freire - A política no mundo de Deolanes e Marçais

Folha de S. Paulo

Ideias e representantes de influenciadores começam a avançar para o centro do poder

Talvez nunca antes tenhamos tido tanta informação a respeito de interesses e vontades mais gerais, do que se sabe agora por causa da voz do povo nas mídias sociais e dos meios de pesquisa de opinião nas redes. Sobre suas preferências quanto a políticas públicas ou programas socioeconômicos, continuamos a saber pouco. Porém, eventos ou ondas de mudanças sensacionais explodem nas nossas fuças e dizem algo de mudanças comportamentais e culturais.

Vide a maré de desgraça que vai sendo provocada por "bets", legais ou com a intenção de legalização: despesa bilionária, expansão do vício, oportunidades para o crime. Nesta quarta-feira (4), foi presa a advogada e influenciadora digital Deolane Bezerra, 36, acusada ainda de modo opaco de associação a uma quadrilha que recorria a "bets" e firmas de publicidade, de câmbio etc. a fim de lavar dinheiro.

Conrado Hübner Mendes - No armazém de secos e molhados

Folha de S. Paulo

Diante de Musk, Bolsonaro ou Marçal, Estado de direito não pode hesitar

Aplicar a lei não é tarefa mecânica. Esse lugar-comum tem ao menos dois sentidos. Primeiro, o jurídico: não é mecânica porque normas precisam de interpretação (não admitem o vale-tudo, mas não se reduzem a um algoritmo). Segundo, o político: aplicar a lei a atores poderosos traz obstáculos para além da hermenêutica.

As garras da lei costumam ser inversamente proporcionais ao poder de indivíduos que a violam. Para Estado de direito digno do nome, ter leis justas importa, mas aplicar a lei de forma coerente e não seletiva importa ainda mais. Esta tarefa só pode ser desempenhada por tribunais e juízes com independência, imparcialidade e coragem.

William Waack – Novo universo

O Estado de S. Paulo

Goste-se ou não, a política acompanha a inversão de valores

prisão da influenciadora Deolane Bezerra e o sucesso eleitoral de Pablo Marçal são dois lados da mesma moeda. Trata-se de decisiva mudança de valores em vastas parcelas da sociedade brasileira – que já transforma a política.

As relações de cada um com a lei não é o tema aqui. Mas, sim, o tipo de “pregação” da prosperidade que fez deles fenômeno no mundo das redes sociais muito antes de se tornarem fenômenos de noticiário.

Esse tipo de “pregação” há mais de vinte anos foi consagrada no Get rich or die tryin’ (fique rico ou morra tentando) do rapper americano 50 Cent. Surgiu da pregação da prosperidade de várias denominações pentecostais.

Eugênio Bucci - Liberdade de expressão?

O Estado de S. Paulo

Você pode – e deve – criticar o STF. Há muito o que questionar na corte. Só o que não dá para dizer é que o que aconteceu com o Twitter foi mordaça

No tempo da ditadura, sinais de emissoras exóticas chegavam livremente aos rincões da pátria armada e fardada. Em ondas curtas, a Rádio Moscou ressoava com seu português escorreito em todo o território nacional, dos igapós amazônicos às roças de Nuporanga. E não era só ela. Junto, vinham também as locuções da Rádio Pequim, da Rádio Tirana e da Rádio Bulgária. Comunismo na carótida, calafrios na caserna. As autoridades se inquietavam: como bloquear a radiofrequência da Cortina de Ferro?

Não havia como. Veteranos da radiodifusão lembram até hoje que os militares tentavam usar engenhocas para atrapalhar o som das invasoras, ao menos nas regiões ditas estratégicas, mas a manobra não dava certo. Vetaram peças de teatro, canções de protesto, revistas de mulheres nuas, filmes sortidos, telenovelas picantes e romances de esquerda, mas fracassaram indigentemente no projeto de emudecer as estações alienígenas. Falta de vontade não foi.

Merval Pereira - Volta à normalidade

O Globo

As reações voluntaristas de Moraes para tentar dobrar seu adversário Musk resultaram em decisões jurídicas questionáveis, que deixaram 22 milhões de brasileiros fora do ar

O convite do presidente Lula para que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes assista ao desfile de 7 de setembro no palanque oficial, em resposta à manifestação bolsonarista contra o magistrado marcada para o mesmo dia na Avenida Paulista, é um erro político. Permite aos adversários ver nele a confirmação de que as ações de Moraes correspondem a um jogo em comum acordo com o Planalto.

O que deveria ser uma disputa jurídica ganhou contornos políticos, para gosto de Elon Musk. As reações voluntaristas de Moraes para tentar dobrar seu adversário Musk resultaram em decisões jurídicas questionáveis, que deixaram 22 milhões de brasileiros fora do ar. Pouca gente ficará a favor de Musk, ou de Moraes, por questões de patriotismo. Trata-se aqui de impedir que uma das redes sociais mais usadas pelo brasileiro em seu dia a dia esteja a nosso alcance, por visões políticas que nada têm a ver com a maioria dos usuários.

Ruy Castro - Marçal, Bolsonaro ao cubo

Folha de S. Paulo

Bolsonaro lhe abriu a porta do inferno. Agora descobre que, comparado a Marçal, ele é um amador

Primeiro, a má notícia: estamos ameaçados de ter Pablo Marçal como presidente. Agora, a boa notícia: ficaremos livres de Bolsonaro para sempre. É dos casos em que uma notícia não compensa a outra. Bolsonaro, por exemplo, não está achando graça em nenhuma das duas. Ao acompanhar atônito a escalada de Marçal rumo à, por enquanto, Prefeitura de São Paulo, consegue identificar e até antecipar cada movimento dele. Sabe muito bem como a história vai terminar —na qual ele, Bolsonaro, morre no final. Na verdade, seu enterro já saiu.

Bolsonaro está ciente de que Marçal, que aprendeu tudo com ele em violência e estupidez, vai esmagar seu opaco candidato Ricardo Nunes. Isso o obrigará a jogar Nunes aos cães, como fez com muitos outros, e, para sobreviver politicamente, juntar-se a Marçal, levando seus filhos hoje reduzidos aos zeros. Marçal talvez aceite o apoio, pela massa de votos bolsonaristas que isso lhe pode trazer. Mas, do jeito que as coisas vão, Marçal poderá ter esses votos jogando parado e ele próprio chutar Bolsonaro aos abutres. O que será bem feito, mas que vantagem levará nisso a democracia?

Malu Gaspar - Marçal e o pior do sistema

O Globo

Pablo Marçal bagunçou o cenário da disputa pela Prefeitura de São Paulo ao se apresentar como candidato antissistema. Na definição que ele mesmo deu numa sabatina do UOL: “O sistema não é a lei. O sistema é o modus operandi pelo qual o político toca a política”. Ser antissistema, segundo ele, não é querer “entrar no sistema”, e sim “colocar [no sistema] pessoas que não se curvem” a ele. O escrutínio das últimas semanas mostrou que não é bem assim.

O ex-coach confessa que se faz de idiota nos debates e entrevistas porque “o público gosta disso”. Finge ser o que não é para enganar o eleitor — típico modus operandi dos políticos tradicionais.

Seu partido, o PRTB, já abrigou figuras como Fernando Collor de Mello e Hamilton Mourão. O fundador, Levy Fidélix, vivia de ser dono de partido. Disputou várias eleições e perdeu, mas sobreviveu mais de 30 anos na política pendurado no fundo partidário, negociando apoios à esquerda e à direita.

O novo presidente, Leonardo Avalanche, é acusado pela viúva de Fidélix e por um grupo de ex-aliados de ter tomado a legenda na mão grande, desrespeitando o estatuto e acordos com eles.

Fabiano Lana - Qual é o Brasil que emerge de Pablo Marçal?

O Estado de S. Paulo

Enquanto arquétipo da mentalidade de uma classe, o candidato do PRTB sabe que não está sozinho na pretensa batalha contra o “sistema”

Originário da classe C, evangélico, do Centro-Oeste agro, forjado na linguagem das redes sociais, de “direita”, vendedor de livros de autoajuda, Pablo Marçal se tornou expressão de um Brasil que tanta gente gosta de desprezar, mas que cada vez mais dá as cartas. Além de um fenômeno inesperado, o candidato do PRTB hoje é um arquétipo de um contingente de brasileiros que não vê com bons olhos nem a tradicional elite cultural-administrativa, com seus intelectuais, artistas, jornalistas, professores de universidades públicas de “humanas”, e políticos, mas também não se entusiasma com as políticas de Estado para a população mais miserável do País – porque se considera esquecido.

O Brasil é tão pobre que hoje um trabalhador com carteira assinada com dois salários mínimos já está na metade superior da pirâmide social brasileira. Essa pessoa, porém, vê a vida como um desafio diário. Estudou em escolas públicas com péssima qualidade, vive em lugares com alto índice de violência e pode ficar horas diárias em um transporte público sucateado – ou arrisca a vida com sua moto de baixa cilindrada em um trânsito feroz. Se faz faculdade, é cara, e se endivida para pagar seus estudos.

Poesia | Joaquim Cardoso - Tarde no Recife

 

Música | Olhos Sentimentais - Eduardo Gudin e Paulo César Pinheiro