O Globo
Governo precisa dar o exemplo cortando
custos de uma máquina pública inchada, para contribuir com o equilíbrio fiscal
O presidente Lula, no afã de cumprir
promessas de campanha mirabolantes (dar condições de os pobres comerem picanha
todo dia é bom exemplo), busca soluções heterodoxas para financiar seu programa
de governo, já que cortar custos não faz parte do seu dicionário.
Ao juntar na mesma Medida Provisória a
atualização da tabela de isenção do Imposto de Renda e a taxação de grandes
fortunas no exterior e ao anunciar a correção do salário mínimo acima da
inflação, ele procura materializar suas promessas populistas que encontram
dificuldades de ser implementadas pela debilidade de nossa economia.
Jogou para o Congresso a responsabilidade de aprovar as medidas, que já estão valendo, deixando aos parlamentares a tarefa ingrata de, recusando-as, serem os culpados diante da opinião pública ao impedirem que o governo coloque “o pobre no Orçamento e os super-ricos no Imposto”, como lembrou o secretário executivo do ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo.