Chuvas são inevitáveis; mortes, não
O Globo
Governo deve adotar planos eficazes de
contingência e políticas de moradia que evitem áreas de risco
O ano mal começou, e as primeiras chuvas
intensas já foram suficientes para demonstrar o despreparo das cidades
brasileiras para enfrentar intempéries que tendem a tornar-se cada vez mais
intensas e letais em decorrência das mudanças
climáticas. As respostas a esses eventos previsíveis — e inevitáveis
— têm sido insuficientes, como mostra a contagem de mortes depois de cada
temporal.
Embora houvesse previsão de chuvas fortes no fim de semana, a cidade do Rio e os municípios da Baixada Fluminense se revelaram despreparados. Até ontem, as autoridades fluminenses contavam 12 mortos e dois desaparecidos. Vias essenciais, como a Avenida Brasil, tiveram de ser interditadas. Parte de um hospital na Zona Norte ficou alagada. Carros da polícia e do Corpo de Bombeiros não puderam deixar os quartéis devido à inundação.