O
senador Tasso Jereissati foi enfático: 'É preciso parar esse cara'. Veterano,
ele expressou sua estupefação com o comportamento do presidente
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) foi enfático: “É preciso parar esse cara”, disse, em entrevista ao Estado, referindo-se ao presidente Jair Bolsonaro.
Político
veterano, desses que já viram quase tudo na vida pública, Tasso Jereissati
expressou sua estupefação com o comportamento do presidente, a quem
infelizmente coube administrar o País em meio a uma das mais graves crises da
história.
Bolsonaro
não se limita a ser irresponsável ou omisso. Tornou-se nocivo, ao atrapalhar
deliberadamente os esforços de profissionais de saúde e de autoridades públicas
empenhados em conter o avanço da pandemia de covid-19.
Em
meio ao recrudescimento da doença, enquanto governadores e prefeitos enfrentam
o desgaste de decretar medidas drásticas para tentar frear o coronavírus e os
médicos, em razão da falta de leitos de UTI, são obrigados a escolher quem vai
viver e quem vai morrer, o presidente promove aglomerações, desestimula o uso
de máscaras, desmoraliza vacinas e atiça a população contra as autoridades que,
ao contrário dele, fazem o que precisa ser feito.
A
mais recente agressão ocorreu no dia 26 passado, quando Bolsonaro chamou de
“politicalha” as medidas restritivas adotadas contra a covid-19 e disse que
“daqui para frente o governador que fechar seu Estado, o governador que destrói
emprego, ele é que deve bancar o auxílio emergencial”.
A respeito do iminente colapso do sistema de saúde, o presidente disse que “a Saúde no Brasil sempre teve seus problemas” e que “a falta de UTIs era um deles”, como se a atual crise fosse fruto não de sua inépcia, mas do passivo de outros governos. Para completar, ante a informação de que seu governo reduziu drasticamente o financiamento de leitos de UTIs em plena pandemia, Bolsonaro apresentou dados distorcidos sobre repasses de verbas da União aos Estados para insinuar que dinheiro havia, mas não foi usado como deveria.