Alcance do PCC prova fracasso do Brasil no combate ao crime
O Globo
Expansão da facção revelada pelo GLOBO mostra
que passou da hora de o governo federal cumprir seu papel
Em 31 de agosto de 1993, surgia na Casa de
Custódia de Taubaté, em São Paulo, a
facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), criada sob o pretexto de
combater a opressão no sistema penitenciário e de evitar massacres como o do
Carandiru, que deixara 111 mortos um ano antes. Três décadas depois, o PCC
tornou-se uma potência do crime. Domina rotas internacionais do comércio de
drogas, controla presídios, influi nos índices de violência e
desafia governos, como mostrou
a série especial do GLOBO “Multinacional do tráfico”.
O foco no faturamento, especialmente a partir da ascensão do chefão Marcos Willians Herbas Camacho, ou Marcola, rapidamente expôs a realidade da organização criminosa. Nas últimas décadas, o PCC não só consolidou sua hegemonia nos presídios paulistas, como expandiu seus domínios para outros estados e países, despertando a atenção de autoridades internacionais. Em 2021, foi incluído numa lista de bloqueios do Departamento de Tesouro dos Estados Unidos.