Mesmo em ofensiva para tentar acordo de delação premiada, o ex-ministro Antonio Palocci foi condenado ontem pelo juiz Sergio Moro a 12 anos e dois meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. No processo, Palocci é acusado de repassar US$ 10,2 milhões da Odebrecht a João Santana e Mônica Moura, marqueteiros de campanhas dos ex-presidentes Lula e Dilma. Na sentença, Moro afirma que as declarações do ex-ministro de que teria muito a contribuir com a Lava-Jato soaram como “ameaça” para que outros o auxiliassem a sair da prisão. O ex-ministro está proibido de exercer cargo ou função pública por 24 anos.
Moro condena ex-ministro Palocci a 12 anos de prisão
Para juiz, declarações de réu sobre colaboração parecem ‘ameaça’
Gustavo Schmitt, Cleide Carvalho, O Globo
-SÃO PAULO- O ex-ministro Antonio Palocci foi condenado pelo juiz Sergio Moro a 12 anos e dois meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo que envolve pagamentos de US$ 10,2 milhões feitos pela Odebrecht aos marqueteiros do PT, João Santana e Mônica Moura. O juiz determinou que Palocci permaneça preso e ressaltou que ele se aproveitou do cargo de ministro da Casa Civil para participar como intermediário do PT no esquema de corrupção envolvendo a empreiteira e a Petrobras.
O ex-ministro está proibido de exercer cargo ou função pública por 24 anos, o que corresponde ao dobro da sua pena. O assessor de Palocci, Branislav Kontic, foi absolvido por falta de provas.
Na sentença, Moro afirmou que as declarações do ex-ministro de que teria muito a contribuir com a Lava-Jato soaram mais como ameaça para que terceiros o auxiliassem a sair da prisão do que propriamente uma “declaração sincera de que queria colaborar com a Justiça".