Profusão de exceções distorce reforma tributária
O Globo
Congresso deve evitar novos casos especiais,
que elevam a alíquota-padrão para todos os demais
A chegada ao Congresso da proposta de
regulamentação da reforma
tributária marca o início de um período vital para o futuro da
mais profunda mudança já feita no sistema de impostos brasileiro. Em boa parte,
o sucesso da reforma dependerá do grau de resistência que o Legislativo
demonstrará diante de grupos de pressão de setores ansiosos por obter
tratamento especial no novo regime de tributos.
Tudo precisa ser feito para que o Congresso preserve o eixo das mudanças: a conversão de cinco impostos federais, estaduais e municipais (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) em dois tributos sobre valor agregado, a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), federal, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), estadual e municipal. Quanto menos exceções houver à alíquota-padrão que valerá para todos, melhor. Do contrário, a necessidade de manter a arrecadação imporá uma alíquota mais alta — em benefício dos poucos privilegiados pelas exceções e em prejuízo de todos os demais.