terça-feira, 23 de janeiro de 2024

O que a mídia pensa: Editoriais / Opiniões

Risco da nova política industrial é repetir erros da velha

O Globo

Histórico recomenda ceticismo sobre os planos do governo de investir R$ 300 bilhões até 2026

O governo abriu ontem mais um capítulo na longa história das políticas industriais brasileiras. Desta vez, o plano se chama Nova Indústria Brasil e prevê financiamentos da ordem de R$ 300 bilhões até 2026, a maior parte do BNDES. É verdade que o mundo tem sido palco de uma nova onda de ações governamentais para reavivar a indústria. Mas o pretexto da “onda global” não necessariamente justifica as medidas. O governo amontoou diversos objetivos num só plano: quer reduzir a pegada de carbono, obter autonomia em tecnologias de defesa, aumentar a participação da agroindústria, transformar digitalmente as empresas etc. Não disse, porém, como cada um desses objetivos se traduzirá em benefícios e incentivos.

Fortalecer a indústria é sonho antigo dos governantes. No mundo emergente, a industrialização sempre foi vista como elevador para o desenvolvimento. No Brasil, a desindustrialização aconteceu antes de o país ficar rico. No começo dos anos 1990, o setor industrial ocupava 23% da mão de obra. Hoje ocupa 19%. A redução se deve a uma combinação de fatores internos e à conjuntura global. O Brasil não foi o único país a sofrer desindustrialização, nem o mais afetado. Na Coreia do Sul, a mão de obra industrial caiu de 36% do total em 1991 para 25%. Nos Estados Unidos também, de 23% para 19%.

Merval Pereira - Sem controle

O Globo

A situação do PT está difícil e complicada como nunca. Do lado da direita, existem forças políticas de oposição muito fortes. Lula tem sido obrigado a engolir sapos de diversos tamanhos.

Quando o então presidente Bolsonaro desistiu de influenciar as decisões do Congresso e entregou ao Centrão a negociação do Orçamento, abriu mão de um poder que o Executivo já havia perdido, para manter uma base partidária fiel. Como seu interesse estava em outra ponta do processo político — na formação de uma base militar e popular, por meio das redes sociais, que lhe permitisse dar um autogolpe —, não se incomodou com a perda do controle do Congresso.

Tinha a maioria que impediria qualquer tentativa de impeachment, e os partidos da massa heterogênea de políticos lhe foram fiéis na campanha eleitoral. O presidente Lula venceu a eleição com a mais estreita margem de votos dos últimos anos, mas herdou um Congresso adverso. Tem sido obrigado a engolir sapos de diversos tamanhos, especialmente com a derrubada de vetos e derrotas em votações no Congresso.

Carlos Andreazza - Refinaria da História

O Globo

Se há uma campanha de reescritura da História recente da bandalheira no país, em curso um movimento pela reabilitação de agentes corruptos, natural será que se tentem limpar também os objetos da corrupção. Donde o discurso fraudador sobre a Refinaria Abreu e Lima, exemplo de “volta por cima”.

O Brasil que volta consistindo também naquele que nada aprendeu. O crítico já acusado de fascista a favor da reencarnação do capeta. A adulteração do passado protegida — beneficiada, acelerada — por este 8 de Janeiro permanente; estado de vigília que, em defesa da democracia, autoriza variadas modalidades de autoritarismo virtuoso e tolera a imposição da História deturpada.

E então: o petrolão foi armação. Envolvido no complô o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que não desejaria uma Petrobras pujante.

Blitz refazedora do passado a se estender — potencialmente — até as piratarias do mensalão. Por que não? O bolsoportunista Valdemar Costa Neto, outrora sócio do lulopetismo, já farejou o possível alcance regenerativo das distorções sobre a verdade. Elogiou o presidente como gancho para atacar Moro, o corrompimento da Lava-Jato tendo o condão de desmontar o combate à corrupção e reabilitar biografias retroativamente. Injustiçado também ele, Valdemar. Por que não? Às favas o fato de que condenado antes da existência da operação.

Andrea Jubé - Lula e o medo de virar o Schumacher da política

Valor Econômico

Sucessão sempre foi um tema sensível e ambíguo para o presidente

A sucessão sempre foi um tema sensível e ambíguo para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um querer e não querer.

Em 2014, ele se viu sob pressão do PT para que fosse candidato novamente no lugar da então presidente Dilma Rousseff, que tentaria a reeleição. Curiosamente, naquele ano, o “queremismo” lulista tinha como um dos expoentes a ex-prefeita e ex-ministra Marta Suplicy.

Um ano depois, amargurada com a reeleição de Dilma e com denúncias de corrupção contra o partido no âmbito da Lava-Jato, ela deixou o PT. Agora, passados dez anos do “volta, Lula”, Marta voltou ao PT pelas mãos de Lula para ajudar a legenda a reaver o comando da Prefeitura de São Paulo, em aliança com o Psol.

Pedro Cafardo - Ensino técnico, Pé-de-Meia e sonhos de Beneditos

Valor Econômico

Brasil tem presença de jovens no ensino técnico menor que a média de outros países, inclusive da América Latina

Forte, alto e magro, José Benedito (nome fictício) tinha tudo para ser um zagueirão. Desde garoto, destacou-se entre os coleguinhas do bairro pela estatura, que hoje chega quase a 1,90m. Era um gigante intransponível na defesa em jogos de futebol no terrão.

O tempo foi passando e Benedito teve de abandonar os amiguinhos do bairro, enquanto alguns já faziam testes na base de grandes times de São Paulo. Tendo pai ausente, aos 9 anos começou a ajudar a mãe, empregada doméstica, a sustentar a família, com cinco irmãos menores. Vendeu picolés caseiros no farol e ao mesmo tempo carregou tijolos como servente de pedreiro.

Assis Moreira - Política industrial: todos juntos

Valor Econômico

Modelos econômicos diferentes, mas apetite parecido em meio à competição tecnológica e geopolítica

O plano de nova política industrial no Brasil, anunciado ontem, provocaria anos atrás uma imediata chuva de advertências por parte de outros parceiros. Desta vez, porém, o anúncio do presidente Lula ocorre num cenário global de renascimento das políticas industriais e de expansão significativa de programas de subsídios, em meio à intensificação da competição tecnológica e geopolítica entre as principais potências.

Na prática, quase todos os países se envolvem sistematicamente em alguma forma de política industrial, especialmente grandes economias como os EUA, Europa e a China, apesar de seus modelos econômicos diferentes.

Em março de 2019, o Conselho Europeu, que reúne os líderes do bloco comunitário, convidou a Comissão Europeia a apresentar uma nova "política industrial assertiva que permita que a UE continue sendo uma potência industrial". A avaliação em Bruxelas é de que a Europa não pode se dar ao luxo de perder a corrida por certas tecnologias avançadas consideradas cruciais no século XXI.

Luiz Carlos Azedo - Nova política industrial de Lula não convence

Correio Braziliense

"Com o programa anunciado ontem, Lula gera a desconfiança de que optou pelo "capitalismo de estado" como modelo de desenvolvimento. O mercado reagiu negativamente"

Com o programa anunciado ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva gera a desconfiança de que optou pelo "capitalismo de Estado" como modelo de desenvolvimento. O mercado recebeu com a desconfiança a Nova Política Industrial anunciada ontem, em Brasília, da qual são protagonistas o vice-presidente Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior, e principalmente o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. A ausência do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, gerou especulações de que haveria um racha na equipe econômica. O resultado foi a alta do dólar e a queda na Bovespa, indicadores que refletem a desconfiança dos investidores, quando o resultado deveria ser uma injeção de otimismo nos agentes econômicos.

Cristovam Buarque* - Coisas de Brasília

Correio Braziliense

Lula resgatou uma coisa de Brasília, adotada aqui entre 1995 e 1998, e a expandiu para todo o Brasil: a ideia de depósito em poupança no nome de alunos do ensino médio para ser resgatado quando eles concluírem seus cursos

Nosso imaginário vincula Brasília à arquitetura e às artes plásticas: Athos Bulcão, Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Burle Marx. Esses nomes e suas obras são tão marcantes que esquecemos nossas contribuições que são "coisas de Brasília": Clube do Choro, Plebe Rude, Capital Inicial, Legião Urbana. Tendemos a esquecer que experiências sociais e políticas que saíram daqui se espalharam e ajudam a mudar o Brasil.

A mais conhecida coisa de Brasília é a Bolsa Escola, desenhada na UnB em 1986 e implantada de forma pioneira pelo governo do Distrito Federal a partir de 1995. Com o mesmo nome, em 2001, o presidente Fernando Henrique levou o programa para 4 milhões de brasileiros. Em 2003, com o nome de Bolsa Família, o presidente Lula estendeu a todos que precisavam de uma renda mínima para sobreviver. Embora reduzindo o papel educacional — mudança no nome, retirada da gestão pelo MEC e incorporação de outros grupos beneficiados, não mais apenas as mães com filhos na escola —, o programa não perdeu sua origem como coisa de Brasília.

Aylê-Salassié Filgueiras Quintão* - Mercado de carbono: aliado ou concorrente?

Na expectativa de descobrir novas fontes de receita para amparar   a economia, o governo brasileiro vem propagando um "futuro" baseado no ciclo comercial do carbono e na importância da bioenergia. Serve, no mínimo, de apoio para a discussão sobre    "oneração" e “desoneração" fiscal tributária, pontos de inflexão política.

Para além disso, faz ressurgir das tais "memórias do esquecimento” uma das políticas públicas que mais alavancaram a economia brasileira nos anos 60 e70:  a Lei no 5.106, de 02.09.de 1966, que permitia investimentos em reflorestamento, por parte de pessoas físicas e jurídicas, até o limite de 50% do imposto de renda devido. Tirou o Brasil de uma cultura extrativista, inconscientemente predatória, para criar milhares de empresas e empregos de base florestal no País. 

Eliane Cantanhêde - A nova polarização do Brasil

O Estado de S. Paulo

Mais do que a guerra de Israel, é a posição de Lula que divide empresários e intelectuais

Em sua reação a uma fala impensada do ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) voltou a pedir “equilíbrio e moderação” das lideranças e autoridades diante da guerra de Israel e acrescentou: “Para não importar as tensões do Oriente Médio para o Brasil”. Parece tarde demais. Assim como famílias e amigos romperam por causa da polarização política interna, empresários, artistas e intelectuais guerreiam a favor e contra a posição do Brasil sobre os ataques israelenses aos palestinos. O bombardeio é por manifestos e em torno de uma palavra: genocídio.

Com uma biografia estonteante, de altos e baixos, Genoino foi por décadas o homem do diálogo entre esquerda, centro e direita no Congresso, o melhor porta-voz informal do PT para jornalistas e uma imprescindível presença entre as várias tendências petistas. De todos os condenados do mensalão, foi o que pagou o preço mais injusto.

Alvaro Costa e Silva - Cláudio Castro está dando defeito

Folha de S. Paulo

Investigado pela PF, governador elogia Lula pensando na própria pele

Cláudio Castro claudica. Vive atualmente seu pior momento. Incapaz de rebater as críticas à atuação do governo diante das chuvas que castigaram o estado, deixando 12 mortos; imóvel, como se tivesse pés e mãos amarrados, para enfrentar o problema da segurança pública; e pendurado num rombo de R$ 8,5 bilhões no orçamento de 2024.

Ainda vê o cerco da Polícia Federal se fechar em torno dele, correndo o risco de não terminar o mandato. Um fato já trivial no Rio, cujos governantes, ao longo dos últimos 50 anos, a começar pelo cacique Chagas Freitas, construíram uma azeitada máquina de corrupção, populista e clientelista, que se move por meio de mecanismos ocultos e autômatos. Não importa quem esteja no comando. Voraz, o sistema iguala vocações, mediocridades, partidos e ideologias. É uma espécie de vício político contra o qual não se consegue lutar.

Adriana Fernandes - Imprevisibilidade tributária

Folha de S. Paulo

Até onde o governo vai apertar os botões para arrecadar mais?

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entrou em 2024 mantendo a pressão para fazer o ajuste fiscal pelo lado da arrecadação, mas terá que sinalizar o quanto antes qual será o limite para o aumento da carga tributária.

Parte da queda dos investimentos do ano passado pode estar relacionada, na visão de alguns economistas e empresários, às incertezas sobre até onde o governo vai apertar os botões para arrecadar mais. O tema também já entrou no radar da própria equipe econômica.

Enquanto o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu em torno de 3% em 2024, os investimentos tiveram um desempenho muito ruim. No terceiro trimestre, registraram a quarta queda consecutiva, mostrando que a capacidade produtiva no Brasil não está se expandindo como se esperava.

Joel Pinheiro da Fonseca - Nova indústria com plano velho?

Folha de S. Paulo

'Nova Indústria Brasil' ameaça repetir os fracassos de Dilma, Lula e Geisel

Com o governo indo atrás de toda exceçãozinha tributária que ele possa cortar para arrecadar um pouquinho mais, seria de se esperar que, na hora de investir o dinheiro, ele usasse do mesmo rigor, sendo impiedoso com gastos ineficientes, certo? Certo??

Infelizmente, parece que com o "Nova indústria Brasil" o governo vai investir muito (R$ 300 bi) com o que já deu errado. Exigência de conteúdo nacional, crédito subsidiado e compras do governo.

Não é preciso ser um fundamentalista de mercado para ver o problema aí. Afinal, o Estado tem um papel no crescimento econômico. A Coreia do Sul não chegou aonde chegou sem papel ativo do governo. Mas tão importante quanto os casos de sucesso, é lembrar quando a política industrial fracassou, como no Brasil. DilmaLula, Geisel; a política industrial brasileira já torrou muito dinheiro e empobreceu muita gente.

Hélio Schwartsman - Lula é um oportunista

Folha de S. Paulo

Presidente muda discurso ao sabor de seus interesses, o que traz descrédito para a política

Lula é um oportunista, no que o termo encerra de positivo e de negativo. Quando viu que enfrentaria uma disputa difícil contra o então presidente Jair Bolsonaro, o petista veio com o discurso da frente ampla para salvar a democracia e convidou o ex-adversário Geraldo Alckmin para compor a chapa, na posição de vice.

Com isso, conseguiu atrair o voto de eleitores que faziam restrições ao PT, mas tinham ainda mais medo de Bolsonaro. Deu certo. Lula venceu por estreita margem.

Dora Kramer - A força do trator

Folha de S. Paulo

Aliança com o STF pode ter forte reação se Congresso for posto de escanteio

O governo vem tentando dourar a pílula no caso da medida provisória da cobrança de imposto sobre as folhas de pagamentos das empresas contempladas com a desoneração, aprovada com ampla maioria no Legislativo. O ministro da Fazenda diz que a decisão final será do presidente da República, que faz discurso criticando o empresariado por excesso de ganância.

Na cena real não é nada disso. Lula acusa os empresários porque não pode chamar de gananciosos os congressistas para não arrumar mais confusão do que já arrumou tentando testar os limites do Parlamento na afronta explícita a duas decisões inequívocas. Fernando Haddad tenta suavizar e disfarça dizendo que a decisão cabe ao presidente, mas já está tomada pelo Congresso.

Mercadante nega a volta da política de campeões nacionais com o plano para a indústria: 'Não escolhemos parceiro'

Por Alvaro Gribel e Karolini Bandeira / O Globo

Presidente do BNDES diz que nova política industrial terá editais públicos e transparentes com 'rigor nas garantias'

O presidente do BNDESAloizio Mercadante, negou que a nova política industrial lançada nesta segunda-feira pelo governo Lula represente a volta da política de "campeões nacionais" que começou nos primeiros governos Lula e vigorou principalmente durante o mandato de Dilma Rousseff.

Por essa política, o governo concedia crédito direcionado a empresas consideradas competitivas em determinados segmentos para que elas liderassem o desenvolvimento industrial do país. Em alguns casos, o banco se tornou sócio de empresas que escolheu incentivar para que adquirissem outras empresas e se internacionalizassem.

Mercadante diz que o banco não vai escolher parceiros:

— O que é importante vocês registrarem nesta discussão: As consultas ao BNDES, em relação a 2022, cresceram 88%, temos R$ 270 bilhões em projetos tramitando. Essa é a esteira, o projeto entra, a gente analisa e aprova. E é aberto a qualquer empresa. A gente trabalha por demanda, não escolhemos parceiro. Temos editais, são transparentes, as linhas de crédito são públicas e estamos recebendo os projetos - afirmou.

Míriam Leitão - Indústria elogia plano do governo para o setor

O Globo

CNI afirma que a medida é positiva por focar em desenvolvimento sustentável, investimento em produtividade e inovação

Por Ana Carolina Diniz

A indústria recebeu positivamente ao lançamento pelo governo federal da nova política industrial do país com promessa de financiamentos de até R$ 300 bilhões até 2026. Segundo o BNDES, deste total, R$ 250 bilhões serão mobilizados pelo banco.

Em nota, a CNI elogiou o programa Nova Indústria Brasileira e considera que a iniciativa é "positiva por focar em desenvolvimento sustentável, investimento em produtividade e inovação e comércio exterior". Afirmou ainda que o "governo brasileiro está no caminho certo ao lançar uma nova política de neoindustrialização".

Vera Magalhães - Acertos e dúvidas da nova política industrial

O Globo

Aposta em inovação tecnológica, transformação digital e transição energética são pontos altos, enquanto ênfase no BNDES gera ceticismo

O Nova Indústria Brasil, nome pelo qual foi batizada a política industrial anunciada nesta segunda-feira pelo governo Lula, acerta ao apostar nos vetores certos em termos de setores que merecem investimento para se desenvolver, mas desperta ceticismo de analistas ao reafirmar velhas máximas de governos petistas que não tiveram êxito no passado, como a crença de que as cotas de chamado "conteúdo nacional" em compras e obras públicas vão alavancar determinados setores da economia, ou que o BNDES pode ser um grande impulsionador do crescimento econômico.

Os méritos da política vêm, portanto, do que ela tem de novo em relação aos governos anteriores. Diferentemente de muitos programas que são meras reedições dos mandatos anteriores de Lula e Dilma Rousseff, este focou em questões cruciais para o desenvolvimento econômico de qualquer país hoje, como inovação tecnológica, transformação digital e bioeconomia, com ênfase na transição energética.

PT cede e deve ter o menor número de candidatos em capitais

Por Lauriberto Pompeu e Camila Turtelli / O Globo

Legenda prevê lançar nomes próprios a prefeito em apenas 16 dos 26 estados onde haverá disputa; no restante, vai apoiar aliados. Mesmo com concessão, sigla não deve escapar de saias-justas

 De volta à Presidência após articular uma frente ampla de partidos em 2022, o PT deve ceder espaço a aliados nas eleições municipais deste ano e registrar o menor número de candidatos em capitais dos últimos 32 anos. O planejamento da legenda prevê lançar nomes próprios a prefeito em apenas 16 dos 26 estados onde haverá disputa. Nas demais, apoiará nomes de outras legendas, o que não vai impedir o partido de enfrentar saias-justas — seja no apoio a nomes do seu próprio campo político ou ao enfrentar siglas que compõem a Esplanada dos Ministérios.

A mudança de estratégia ocorre após um resultado pífio há quatro anos, quando o partido concorreu em 21 capitais, mas não conquistou nenhuma. O desempenho das últimas eleições foi considerado como o “fundo do poço” por dirigentes petistas, que agora preferem concentrar esforços onde há chance de vitória.

Poesia | Filosofia, de Ascenso Ferreira

 

Música | Grande Fla x Flu, frevo de Carlos Fernando -