A
recente entrevista realizada online pela Fundação Astrojildo Pereira, em
homenagem a José Carlos Capinan, deu uma boa dimensão do ser humano, médico,
jornalista, escritor e poeta que completou 80 anos em 19 de fevereiro deste
ano.
Capinan
conversou com antigos e novos companheiros sobre a sua vida, o Brasil dos anos
60 até à atualidade. A emoção foi grande em rever antigos companheiros que
abrilhantaram a entrevista como o cineasta Vladimir de Carvalho (contemporâneo
de Universidade e do CPC na Bahia), o jornalista Francisco Almeida, o ator Stepan Nercessian, o historiador Ivan Alves
Filho, a ativista social e gestora
pública Rachel Dias, o professor Martin Cezar Feijó, o escritor e ensaísta Luis
Sérgio Henriques, o advogado Roberto Freire (presidente do Cidadania), o
jornalista Renato Ferraz e o diretor
geral da FAP Caetano Araújo. Ainda destacamos a participação dos parceiros
Tomzé, Roberto Mendes, Carlinhos Cor das Aguas, Lula Gazineu e dos amigos
Angela Fraga, Armandinho, Targino, Marcelo Gentil e Antônio Rizério homenageando os 80 do poeta Capinan . Toda a
entrevista está sendo editada e vai ser disponibilizada nas mídias sociais da
Fundação Astrojildo Pereira (WWW.fundaçaoastrojildo.com.br). Desde o seu nascimento no Arraial de Três Rios
e o seu registro no município de Esplanada, na Bahia, e até hoje vivendo em
Salvador, Capinan é e foi um viramundo. Construiu um repertório literário, poético
e musical como poucos da sua geração; enfrentou e continua enfrentando as
dificuldades de um criador da área de cultura, querendo e lutando por um Brasil
brasileiro e universal que seja contemporâneo, democrático, comprometido com as
transformações políticas, econômicas e sociais necessárias, ainda a serem
realizadas pela sociedade brasileira.
Capinan
é um abolicionista do século XX, avançando pelo século XXI na melhor tradição libertária
e humanista do século XIX. De Esplanada veio para Salvador estudar Direito na
Universidade Federal da Bahia (UFBa), em 1960, aos 19 anos. Desde então começou
a sua produção intelectual e um ativismo cultural que o levou a participar de
importantes movimentos políticos, sociais, ambientalistas e culturais acontecidos
no Brasil desde a década de 60.
O
Brasil da época estudantil de Capinan em Salvador apontava para um futuro que
prometia ser melhor: a industrialização avançava, tínhamos o samba e a bossa
nova, éramos bicampeões mundiais com Pelé e Garrincha e o mundo nos olhava com
curiosidade e admiração. Brasília estava
sendo construída de uma maneira vertiginosa tendo à frente a liderança do
presidente Juscelino Kubitschek e as genialidades de Oscar Niemeyer e Lúcio
Costa. A Universidade de Brasília tinha
Anísio Teixeira e Darci Ribeiro, entre outros, destacando a importância da
educação, apontando novos horizontes e possibilidades de integração e
modernização do Brasil, a partir do planalto central.