Segundo o tucano, votar em Bolsonaro para derrotar o PT pode ser a estratégia errada
Marcelo Osakabe, O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - O candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, fez novo apelo, neste domingo, a favor da estratégia do voto útil já no primeiro turno da eleição deste ano. Segundo ele, existem eleitores que estão com Jair Bolsonaro (PSL)neste momento para tirar o PT do governo, mas a estratégia pode se mostrar errada.
"O que temos visto é que tem uma parte do eleitorado que está votando no Bolsonaro para derrotar o PT. Mas pode ser o inverso, pode ser um passaporte para a volta do PT. Porque no segundo turno, o Bolsonaro perde para todo mundo. Acho que isso vai ficar claro ao longo desses últimos 20 dias."
Alckmin cumpriu agenda de campanha na manhã deste domingo, no bairro do Campo Limpo, na periferia da zona Oeste da capital paulista. O tucano fez uma caminhada por uma avenida do bairro na companhia de Fernando Fernandes (PSDB), prefeito Taboão da Serra, cidade que faz divisa com o bairro. Cumprimentou lojistas e parou para comer um pastel de queijo e tomar caldo de cana na feira local.
O tucano, que tem tido dificuldade em crescer nas pesquisas mesmo com o maior tempo de TV entre todos os candidatos, também foi questionado sobre a possibilidade de elevar o tom contra o candidato do PT, Fernando Haddad, que tem subido rapidamente nas pesquisas de opinião desde que substituiu o ex-presidente Lula na chapa do partido. "O que temos dito é que não é na bala nem com radicalismos da esquerda ou direita que vamos fazer a economia voltar a crescer", despistou.
Rebateu suposto favorecimento a familiares
O presidenciável também criticou a matéria do jornal Folha de S. Paulo que afirma que ele teria assinado, enquanto governador do Estado, dois decretos que beneficiaram familiares e que renderam R$ 3,8 milhões a eles em um processo de desapropriação para a construção de uma rodovia em São Roque, a 70 km da capital.
"Uma das matérias mais injustas e inverídicas que já vi. Nenhum parente meu tem propriedade (na região). Um sobrinho da dona Lu foi casado com uma pessoa da região, em separação completa de bens, ela que tinha (propriedades). Não são mais casados", explicou. "O governo não pagou um centavo, quem pagou foi o consórcio e quem definiu o valor foi a Justiça."
Segundo a reportagem publicada neste domingo, os decretos assinados por Alckmin resultaram na desapropriação de imóveis de propriedade de Othon Cesar Ribeiro e Juliana Fachada Cesar Ribeiro. Othon é filho de Adhemar Ribeiro, irmão da esposa do tucano, Dona Lu.
Depois de deixar o Campo Limpo, Alckmin visitou um evento organizado pela Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA).
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