Os principais candidatos à Presidência concentraram ataques ao PT em suas atividades de campanha ontem. Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede) criticaram Fernando Haddad, também alvo de Jair Bolsonaro (PSL), que, do hospital, falou ao vivo em rede social.
Adversários alinham discurso contra Haddad
Em campanha na capital paulista, Ciro se coloca como alternativa entre PT e Bolsonaro; Alckmin faz alusão a ‘populismo de esquerda’ e Marina Silva diz que Brasil não pode aceitar ‘promessas mentirosas de 2014’
Jussara Soares, Gustavo Schmitt e Dmitrius Dantas | O Globo
SÃO PAULO - Os presidenciáveis do PDT, do PSDB e da Rede aproveitaram suas agendas de campanha ontem em São Paulo para criticar o PT e o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad, que subiu para o segundo lugar nas intenções de voto depois que foi oficializado titular da chapa petista na disputa pelo Palácio do Planalto.
Empatado com Haddad nas pesquisas, Ciro Gomes (PDT) afirmou em conversa com militantes do movimento negro que o PT se acostumou ao poder e “abusa do carinho” dos brasileiros que sentem gratidão pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ciro evitou críticas diretas a Lula, mas disse que não se pode aceitar todas as determinações do ex-presidente nem que o “PT faça experiência com o Brasil”.
— Quando o Lula era presidente, o Brasil abriu mais de 20 mil indústrias. Se o céu é o mesmo, o chão é o mesmo, o povo é o mesmo, o que é que mudou? A política. O PT começou a abusar do carinho do povo. Botou a Dilma lá, que não tinha experiência, botou o Haddad aqui em São Paulo, que vocês conhecem. Não é porque somos gratos ao Lula que eles acham agora que o povo brasileiro tem que aceitar tudo o que o “seu” Lula mandar e acontecer.
No início da manhã, em um rápido discurso na entrada do Parque Ibirapuera, o pedetista voltou a afirmar que seu nome é a alternativa para quem não deseja ver eleito o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, nem quer um novo governo petista.
—Quero organizar todos os brasileiros, homens e mulheres decentes, que dão valor ao trabalho e que não querem ser levados a um segundo turno que os obrigue a escolher entre o fascismo ou premiar todas as contradições gravíssimas do PT — disse o candidato.
‘SEM ESTRESSE’
Ainda sem decolar nas pesquisas de intenção de voto, Geraldo Alckmin (PSDB) disse que segue com “confiança e sem estresse” e que acredita que o voto do eleitor só deverá se definir nos últimos 20 dias de campanha. Ao se apresentar como conciliador e como o “único” candidato capaz de fazer um ajuste fiscal nas contas públicas, Alckmin disse que a situação da economia não será resolvida “com radicalismo, muito menos com populismo de esquerda, nem de direita”.
—Eu não vou fazer a campanha em função das questões do momento. O que nós temos colocado é que não é na bala que resolve, nem com populismo.
‘PROMESSAS MENTIROSAS’
Marina Silva (Rede), que foi a principal prejudicada nas pesquisas de intenção de voto após a oficialização de Haddad como candidato do PT, disse que ainda há muita água para passar por debaixo da ponte e que não mudará seu discurso.
—O Brasil está diante de um grande desafio: vai entrar pelo caminho das promessas mentirosas de 2014, que a Dilma e o João Santana fizeram, e depois o Brasil foi para o buraco? Vai pelo caminho de dizer que a corrupção não tem problema, na lógica do rouba mas faz? O Brasil precisa firmar cada vez mais uma convicção de passar o país a limpo, de não permitir que nenhum daqueles que são contra a Lava-Jato voltem ao poder —afirmou Marina.
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