Tucano disse que não irá fazer campanha em função das 'questões do momento'
Gustavo Schmitt | O Globo
SÃO PAULO — Até o momento sem decolar nas pesquisas para chegar ao segundo turno, o candidato GeraldoAlckmin (PSDB) disse neste domingo que segue com "confiança e sem stress" e negou qualquer mudança na sua estratégia de campanha, a despeito da pressão interna que enfrenta na campanha para subir o tom antipetista em seu discurso. Em corpo a corpo com eleitores na periferia da capital paulista, Alckmin voltou a defender neste domingo a possibilidade do voto útil em sua candidatura.
O tucano aparece estacionado com 9% de intenções de voto na última pesquisa Datafolha, divulgada na sexta-feira. Na sondagem, Alckmin foi ultrapassado pelo candidato Fernando Haddad (PT), cuja candidatura foi recém oficializada na semana passada, após o impedimento da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquadrado na Lei da Ficha Limpa e que cumpre pena a 12 anos e um mês de prisão. Em primeiro lugar no levantamento está o ex-capitão Jair Bolsonaro (PSL), com 26%.
Segundo o Alckmin, a definição do voto do eleitorado deve ocorrer somente nos últimos 20 dias de campanha. Ao se apresentar como conciliador e o como o "único" candidato capaz fazer um ajuste fiscal nas contas públicas, Alckmin mirou nos adversários ao dizer que a situação da economia não será resolvida "com radicalismo, muito menos com populismo de esquerda, nem de direita".
— Eu não vou fazer a campanha em função das questões do momento. O que nós temos colocado é que não é na bala que resolve, nem com populismo. Vamos recuperar a economia com um grande ajuste fiscal, que traga crescimento e emprego. Vamos com confiança, sem estresse — disse o candidato, entre mordidas de pastel de queijo e goles de caldo de cana.
— A definição de voto é na chegada. Vai ser agora nesses 20 dias. Tem uma parte do eleitorado que está votando no Bolsonaro para derrotar o PT. Mas pode ser o contrário. Pode ser o passaporte pra volta do PT. Porque no segundo turno perde. Perde do PT — afirmou o candidato.
Na área de segurança, o candidato reiterou sua defesa por uma ação integrada de inteligência dos órgãos de segurança pra impedir a entrada de armas e drogas pelas fronteiras do país. O tucano visitou o Campo Limpo, um bairro da periferia da capital paulista e com histórico de violência. Ele lembrou que sua gestão no estado reduziu os homicios de 63 mil para 13 mil casos.
O candidato também comentou reportagem do jornal Folha de S. Paulo deste domingo. A matéria diz que decretos de desapropriações da gestão do tucano beneficiaram seus familiares que embolsaram R$ 3, 8 milhões. Ele negou qualquer irregularidade.
— Nenhum parente meu tem propriedades naquela região. O governo não pagou um único centavo. Quem paga é a concessionária. É muito triste você distorcer os fatos pra conseguir uma manchete.
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