STF faz bem em ampliar exigências sobre emendas
O Globo
Universidades, projetos culturais e eventos
também precisam de transparência no uso dos recursos
Diante das sucessivas manobras do
Legislativo, as emendas parlamentares continuam a exigir a ação do Judiciário.
Na última decisão, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino determinou
a estados e municípios beneficiados, entre 2020 e 2023, por transferências
diretas ao próprio caixa sem projeto nem controle — modalidade conhecida como
“emenda Pix” — que prestem conta do uso das verbas num prazo de 90 dias perante
os ministérios de origem dos recursos. Ao mesmo tempo, e pelo mesmo motivo,
Dino suspendeu novos repasses a universidades federais, estaduais e suas
fundações.
No ano passado, ele sustou a liberação de emendas até que Legislativo e Executivo estabelecessem regras que atendessem às exigências constitucionais de transparência e rastreabilidade. Determinou que toda emenda deveria indicar origem do repasse, destinatário e comprovasse os gastos. No mês passado, o Congresso aprovou medidas para atender às exigências. Infelizmente, insuficientes. Continuou opaca a destinação de emendas por bancadas partidárias e comissões temáticas.