quarta-feira, 28 de maio de 2025

Opinião do dia – Antônio Pedro de Figueiredo*

“Nem se deve deduzir do que fica exposto que os insurgentes de junho, e nós também, pretendamos revolver totalmente a sociedade para reorganizá-la; bem sabemos que estas revoluções radicais são obra do tempo, e apenas meia dúzia de exaltados podem conceber a esperança de realiza-las imediatamente; mas o que pretendiam os revolucionários de junho; o que nós também pretendemos é o governo, como representante da sociedade inteira, intervenha nos fenômenos da produção, distribuição e consumo, pra regula-los e substituir pouco a pouco uma ordem fraternal ao desgraçado estado de guerra que ora reina nestas importantes manifestações da atividade humana. Os nossos votos hão de ser realizados."

*Antônio Pedro Figueiredo, pernambucano, (1814-1859), filósofo, ensaísta, jornalista, tradutor e professor. Intelectual da Revolução Praieira, em artigo na revista O Progresso, Recife, 28 de agosto de 1848)

O que a mídia pensa | Editoriais / Opiniões

É preciso dar um basta à sanha arrecadatória

O Globo

Setor produtivo faz bem em exigir suspensão de aumento do IOF. Governo deve cortar gastos e emendas

É oportuno e certeiro o manifesto de entidades empresariais defendendo o cancelamento do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), definido pelo governo federal na semana passada. Incapaz de promover um programa confiável de controle de gastos, pressionado pelo crescimento das despesas — em especial as previdenciárias, vinculadas ao crescimento real do salário mínimo — e cioso de despejar recursos públicos em seus projetos de estimação, mais uma vez o presidente Luiz Inácio Lula da Silva partiu para cima do bolso do contribuinte. Para tapar o rombo que se vislumbra no Orçamento, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aumentou o IOF em várias operações, inclusive empréstimos e câmbio. Tal medida inibe a tomada de crédito, desestimula investimentos e inevitavelmente acarretará repasse aos preços, com impacto na inflação. Diante da taxa de juros já nas alturas — 14,75% —, o setor produtivo decidiu dar um basta à sanha arrecadatória.

Plantio da esquerda para as safras de 2026 e 2030 - Fernando Exman

Valor Econômico

João Campos assume essa semana presidência do PSB

Pode-se dizer, com razão, que a campanha eleitoral de 2026 foi indevidamente antecipada. Em parte, o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ser responsabilizado: ao levantar dúvida sobre a candidatura à reeleição, abriu a temporada de especulações e fomentou uma concorrência interna entre os ministros que disputam as senhas da fila sucessória. Na oposição, as discussões também ganharam corpo quando o ex-presidente Jair Bolsonaro foi declarado inelegível pela Justiça Eleitoral. O jogo está aberto. Nos próximos dias, contudo, dois movimentos na esquerda podem ter desdobramentos em um horizonte ainda mais amplo, ou seja, o pleito de 2030.

O mais evidente ocorrerá entre sexta-feira e domingo, durante o congresso nacional do PSB, quando o prefeito do Recife, João Campos, será aclamado presidente do partido. A partir desse momento, ele ganhará status de líder nacional ao circular por Brasília, no meio empresarial e entre agentes do mercado.

Navegação em mudança de época - Sergio Fausto *

O Estado de S. Paulo

Brasil precisa melhorar suas condições e seus instrumentos de navegação, seja para se proteger de tempestades ou para aproveitar os ventos favoráveis

Tornou-se um lugar-comum dizer que não vivemos numa época de mudanças, mas sim numa mudança de época, tal é a profundidade das transformações pelas quais o mundo está passando: mudança climática, avanço da inteligência artificial, “guerra” comercial, financeira e tecnológica pela hegemonia global, ascensão das autocracias, entre outras transformações que vêm alterando os parâmetros de funcionamento da economia, da política, da geopolítica e da própria natureza.

Retrocedendo na história, é plausível comparar os primeiros 25 anos do século 21 com o último quarto do século 19, quando se iniciaram transformações inter-relacionadas que desembocaram em duas guerras mundiais de consequências devastadoras. Transformações tecnológicas (a segunda revolução industrial), sociais (a expansão da classe operária ligada à grande indústria), geopolíticas (a emergência dos Estados Unidos e, logo a seguir, da Alemanha e do Japão) e ideológicas (de um lado, o marxismo e, de outro, o nacionalismo xenófobo e racista, que se desdobrou no nazifascismo). A história não se repete, mas não convém subestimar as “perturbações” desencadeadas por grandes transformações nas bases tecnológicas e nas estruturas de poder.

Tropa de Davi quis abater Marina - Vera Magalhães

O Globo

Ataques foram tão violentos que chocaram o país, fortaleceram a imagem da ministra e praticamente obrigaram Lula a endossá-la

Havia um intuito claro na arapuca armada para Marina Silva na Comissão de Infraestrutura do Senado ontem: abatê-la, tirá-la do caminho. O ataque coordenado de senadores da Região Norte, entre eles um da base aliada, não deixa dúvida sobre de onde parte a investida contra a ministra. Ela é vista hoje pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP), como entrave a seus projetos para a região, a começar pela extração de petróleo na Margem Equatorial.

A ausência vexaminosa dos principais líderes governistas na defesa de Marina também deixa explícito quanto o governo é hoje dependente de Alcolumbre, como foi até pouco tempo atrás de Arthur Lira. A forma como o ex-presidente da Câmara cobrava suas faturas parece quase espartana perto da sem-cerimônia com que o chefe do Senado vai ao pote.

O duro recado de Marina no Senado - Vera Rosa

O Estado de S. Paulo

Ministra enfrenta prova de fogo no governo, mas diz que não pensa na próxima eleição

“Me respeite, ministra! Se ponha no teu lugar!” Foi assim que o senador Marcos Rogério (PL-RO) se dirigiu ontem à titular do Meio Ambiente, Marina Silva, em sessão marcada por intenso bate-boca, na Comissão de Infraestrutura do Senado. Foram horas de desrespeito transmitidas ao vivo, sem que a base do governo defendesse Marina à altura dos ataques contra ela.

Marcos Rogério presidia a sessão em que a ministra foi convidada para explicar o motivo da criação de uma unidade de conservação ambiental marinha na Margem Equatorial da foz do Rio Amazonas. A Petrobras reivindica autorização do Ibama para prospectar petróleo naquela área e os senadores avaliam que Marina cria obstáculos para dificultar a exploração.

Despesa cresce e IOF maior não é solução - Lu Aiko Otta

Valor Econômico

Governo ficou de novo com a pecha de querer ajustar as contas só com mais receitas

As despesas continuam crescendo, mas isso segue como um “não assunto” no alto escalão do governo. Esse é o problema. Não tem aumento de IOF ou taxação de bets que dê jeito nisso.

Divulgado na semana passada, o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias (Rardp) mais conhecido como “bimestral”, informa que as despesas obrigatórias deste ano ficarão R$ 36,4 bilhões maiores do que o previsto quando o Orçamento do ano foi aprovado.

Para ter uma ideia: o orçamento do Ministério da Justiça este ano é de R$ 22 bilhões. O dos Transportes, R$ 30,8 bilhões. O da Cultura, R$ 4 bilhões. O do Povos Indígenas, R$ 1,3 bilhão. É dessa ordem de grandeza que estamos falando.

Prévia da inflação de maio é a menor para o mês em 5 anos

Mayra Castro / O Globo

Combinação de resultado melhor que o esperado com avaliação que IOF restringirá crédito reforça aposta em fim do ciclo de alta da Selic

A prévia da inflação de maio, divulgada ontem pelo IBGE, mostrou um alívio disseminado nos preços, especialmente de alimentos. O IPCA-15 deste mês ficou em 0,36%, abaixo do 0,43% registrado em abril e das previsões dos analistas do mercado, de 0,44%. Foi a terceira desaceleração consecutiva, e a menor alta para o mês desde maio de 2020.

A visão de economistas é de que o resultado começa a apresentar sinais de uma melhora da inflação mês a mês, com desaceleração disseminada entre os grupos analisados.

Força do PIB - Fábio Alves

O Estado de S. Paulo

Mercado está ansioso sobre se o nível da Selic é suficiente diante da força do PIB

O Banco Central vem alertando os analistas para uma possível surpresa para cima no desempenho do PIB no primeiro trimestre deste ano, puxado basicamente pelo setor agropecuário. Ao mesmo tempo, o BC vem pedindo paciência para o mercado esperar pelo efeito defasado do aperto monetário, esfriando a atividade e trazendo a inflação para baixo. Só que a resiliência da economia e do mercado de trabalho está deixando o mercado ansioso e reticente sobre se o nível da taxa Selic a 14,75% é mesmo suficiente.

O dom de se iludir - Dora Kramer

Folha de S. Paulo

Lula insiste em não ver que o governo leva surras autoinfligidas, das quais a oposição só se aproveita

Não ficou muito claro o que o presidente Lula (PT) quis dizer quando anunciou que a partir de junho vai voltar a "fazer política", percorrendo o país para "combater a canalhice".

Talvez tenha querido dar um aviso aos navegantes de que aquele Lula, que na oposição arrasava quarteirões e na Presidência não dava moleza aos adversários, estará de volta, mostrando com quantos paus se faz um embate de mestre.

Se foi esse o significado de suas palavras, vai ter de começar dando um jeito de não levar um baile de Nikolas Ferreira (PL-MG) a cada trapalhada do governo.

A aposta errada de Lula - Hélio Schwartsman

Folha de S. Paulo

Gastos turbinados no início do mandato não se converteram em popularidade, o que leva governo a querer gastar mais

Lula apostou e está perdendo. Ainda antes de assumir seu terceiro mandato, o petista decidiu que fugiria ao script normal dos governantes, de iniciar a administração apertando o cinto para concentrar os gastos nos anos finais, e obteve do Congresso a PEC da Transição, que lhe deu R$ 145 bilhões para começar a gestão já tinindo. Por seus cálculos, se largasse bem, conseguiria estender a avaliação positiva até 2026 e assegurar a reeleição.

Confiança dos americanos sobe - Vinicius Torres Freire

Folha de S. Paulo

Apesar de projeto tirânico seguir em frente, mais consumidores e eleitores se acalmam

A confiança do consumidor americano deu um salto grande, depois de cinco tombos. De abril para maio, passou de 85,7 para 98 pontos, segundo a pesquisa do Conference Board. Está entre os níveis mais baixos desde 2022. As expectativas ainda estão em um nível que, se estima, indicaria recessão adiante. Ainda assim, a alta é um espanto.

A redução do fragor da guerra comercial e a recuperação do preço médio das ações deve tem ajudado. Uns 60% das famílias têm investimento em ações.

E daí?

Uma esperança de que Donald Trump cause menos mal ao mundo e, talvez, à democracia se baseia no possível efeito político do dano que o Huno Laranja causar à economia. É a esperança da sabedoria convencional, que não tem se mostrado muito sábia nesta era de extremos bárbaros e redes insociáveis. A ideia, óbvia, é que o desprestígio de Trump o obrigasse a recuos políticos e, quem sabe, o derrotasse na eleição parlamentar de 2026.

Redefinindo um novo progressismo libertário - Rui Tavares

Folha de S. Paulo

Direitistas traíram e distorceram a liberdade, mas parte da culpa é dos esquerdistas, que não a deviam ter abandonado

Quando o presidente dos Estados UnidosDonald Trump, ataca diretamente a liberdade acadêmica de uma universidade como Harvard, fica muito claro que ele nunca teve verdadeiramente uma agenda de liberdade. Como tantos autoritários antes dele, a conversa da liberdade foi apenas um meio para chegar a um fim, o poder, a partir do qual passou a esmagar a liberdade dos outros.

A culpa principal é de quem participou nessa perversão ideológica. Há já uma década que duas versões da liberdade têm sido vendidas pela direita radicalizada. Uma delas é conservadora, patriarca e nacionalista: a liberdade de ofender, insultar e degradar, apresentada contra a "ditadura do politicamente correto" ou do wokismo ou, mais frequentemente, apenas para chatear a esquerda. Qualquer observador minimamente atento sabia que esse pessoal nunca quis saber de liberdade.

Uma segunda versão, a dos ultraliberais, era mais genuína: eles acreditavam (e alguns ainda acreditam) em uma versão da liberdade como não interferência por parte do Estado, mas é uma liberdade desidratada. Menos Estado, mais liberdade. Menos impostos, mais liberdade. Não passa disso. É uma liberdade poucochinha, como dizemos aqui em Portugal.

Agressão misógina e negacionista contra Marina é um vexame para o Senado – Luiz Carlos Azedo

Correio Braziliense

A aprovação do projeto de lei que flexibiliza o licenciamento ambiental no país, conhecido como PL da Devastação, é um "golpe de "morte" na legislação ambiental

Casa de ex-governadores e ex-ministros de Estado, o Senado protagonizou, nesta terça-feira, um vexame político de repercussão internacional, às vésperas da realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes), de 10 a 21 de dezembro, em Belém: a agressão misógina e negacionista à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante audiência na Comissão de Infraestrutura, que foi uma verdadeira arapuca política. A ministra foi desrespeitada por três parlamentares e, ofendida, abandonou a reunião. Presidente da Rede Solidariedade, Marina foi senadora da República de 1995 a 2011 e é deputada federal licenciada em função do cargo que exerce. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apoiou o gesto de Marina.

Marina abandona sessão após senador dizer que ministra não merecia respeito

Thaisa Oliveira / Folha de S. Paulo

Senador Plínio Valério (PSDB-AM), que já havia dito ter vontade de enforcar a ministra em março, recusou-se a pedir desculpas

Brasília - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, abandonou a Comissão de Infraestrutura do Senado nesta terça-feira (27) depois que o líder do PSDB, senador Plínio Valério (AM), afirmou querer separar a mulher da ministra porque a primeira merecia respeito e a segunda, não.

"Ministra Marina, que bom reencontrá-la. E, ao olhar para a senhora, eu estou vendo uma ministra, eu não estou falando com uma mulher. Eu estou falando com a ministra. Porque a mulher merece respeito, a ministra não. Por isso que eu quero separar", disse Plínio ao cumprimentar Marina.

Plínio já havia ofendido a ministra em março quando disse ter vontade de enforcá-la. "Imagine o que é tolerar a Marina 6 horas e 10 minutos sem enforcá-la?", afirmou o senador sobre a participação de Marina em audiência na CPI das Ongs.

Na ocasião, Marina rebateu: "Com a vida dos outros não se brinca. Quem brinca com a vida dos outros ou faz ameaça aos outros de brincadeira e rindo, só os psicopatas são capazes de fazer isso".

Marina abandona sessão no Senado após bate-boca sobre rodovia na Amazônia

Alice Cravo / O Globo

Senador Plínio Valério disse que a ministra não merecia respeito; antes, houve discussão com senador Omar Aziz, da base de Lula

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, abandonou a Comissão de Infraestrutura do Senado Federal nesta terça-feira após bate-boca com senadores e embates sobre a pavimentação da BR-319, estrada que liga Porto Velho a Manaus.

Marina Silva deixou a sessão depois que o líder do PSDB, senador Plínio Valério (AM), afirmou querer separar a mulher da ministra porque a primeira merecia respeito, e a segunda não. A ministra disse que só continuaria na comissão se houvesse um pedido de desculpas. Plínio se recusou. Em março, disse ter vontade de enforcar a ministra.

Gleisi defende Marina: ‘Ofensivos e desrespeitosos’

Por O GLOBO 

Aliado do governo, Omar Aziz não foi citado em postagem de defesa da titular do Meio Ambiente. Janja e Anielle Franco também saíram em defesa da ministra

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu a atitude da colega Marina Silva (Meio Ambiente), que abandonou a Comissão de Infraestrutura do Senado Federal nesta terça-feira após bate-boca com senadores e embates sobre a pavimentação da BR-319, estrada que liga Porto Velho a Manaus.

Em postagem nas redes sociais e em uma nota divulgada por sua assessoria, Gleisi reagiu aos senadores Marcos Rogério (PL-RO) e Plínio Valério (PSDB-AM), mas não citou Omar Aziz (PSD-AM), que também discutiu com a ministra durante a audiência.

Senado armou arapuca para desgastar Marina Silva - Bernardo Mello Franco

O Globo

Senadores se revezaram para atacar ministra, que se irritou e abandonou a sessão

Seis dias depois de implodir as regras de licenciamento ambiental, o Senado armou nesta terça uma arapuca para desgastar a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

Convidada a falar na Comissão de Infraestrutura, ela foi submetida a uma série de provocações e hostilidades até perder a paciência e se retirar da sessão.

O cerco foi incentivado pelo presidente do colegiado, senador Marcos Rogério (PL-RO). Em diversos momentos, ele silenciou o microfone da ministra, impedindo-a de se defender.

"Furiosa obsessão negativa contra os ganhos do Judiciário" - Aylê-Salassié Filgueiras Quintão*

Em uma fala na Fundação Getúlio Vargas, o ministro  Luis Roberto Barroso , Presidente do Supremo Tribunal Federal(STF), de maneira irônica, afirmou  que muita gente pensa que governar é subir num palanque  e ficar  esbravejando discursivamente. Quando Barroso terminou ,  Jair Bolsonaro, que  tinha sido também convidado, e estava lá no auditório, levantou-se,  pediu o microfone, e  assinalou : Não, não é . O Ministro tem razão. É ir para as ruas ouvir as mães desesperadas com a segurança, as pessoas  reclamando de não ter o que comer, a falta de emprego, de habitação, de medicamentos e, usando  suas prerrogativas de chefes de estado,  buscar soluções para os  problemas que atormentam os cidadãos. 

'O capital' volta às livrarias e prova que o espectro de Marx ainda nos ronda; entenda

Ruan de Sousa Gabriel / O Globo

'Um clássico que não cessa de provocar, de estimular', diz José Paulo Netto, biógrafo

São Paulo - Em 20 de outubro de 2008, no início da maior crise financeira desde a Grande Depressão, o jornal londrino The Times, insuspeito de esquerdismo, noticiou um espectro que se supunha exorcizado desde a queda do Muro de Berlim, em 1989, voltava a rondar o mundo: Karl Marx. “O Capital”, dizia a reportagem, “que na última década vinha sendo usado principalmente como peso de porta”, fora reabilitado por leitores que buscavam entender a raiz da crise. Quase duas décadas depois, os efeitos da debacle econômica ainda não passaram — e nem o interesse nas ideias do velho Marx. Tanto é que uma tradução do “Capital” produzida na Guerra Fria acaba de retornar às estantes do país.

No dia 5 de maio (aniversário de Marx), a editora Ubu relançou a célebre tradução de Regis Barbosa e Flávio R. Kothe, publicada em 1983 na coleção “Os economistas”, da Abril Cultural. Totalmente revisada, a nova edição inclui as modificações de Marx na tradução francesa, de 1875, até agora inéditas no Brasil. Ele incorporou observações críticas ao texto, acrescentou material histórico e estatístico, reposicionou parágrafos e capítulos inteiros, indicando que sua reflexão estava longe de encerrada. O primeiro volume do “Capital” foi publicado em 1867. O segundo e o terceiro foram editados por Friedrich Engels em 1885 e 1894, após a morte de seu parceiro intelectual.

Livro - Antônio Segatto: Capitalismo & Socialismo

PRÓLOGO

Este livro consiste numa tentativa de interpretação de uma extensa época histórica, abarcando cerca de um século e meio, que pode ser delimitada, grosso modo, entre 1848 — aberta com a entrada no cenário político de trabalhadores fabris e intelectuais socialistas, coincidente com a publicação do projeto inaugural do movimento socialista, o Manifesto do partido comunista, de autoria de Karl Marx e Friedrich Engels — e 1989, com a explosão da crise, latente e/ou crônica, que abalou a socialdemocracia e o Welfare State, concomitante ao colapso do socialismo real e do Movimento Comunista Internacional.

Poesia | Da minha aldeia vejo quanto da terra.. de Fernando Pessoa

 

Música | BOCA LIVRE (Lourenço Baeta) - Meio Termo (Cacaso e Lourenço Baeta)

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