Política e cultura, segundo uma opção democrática, constitucionalista, reformista, plural.
quarta-feira, 28 de maio de 2025
Opinião do dia – Antônio Pedro de Figueiredo*
O que a mídia pensa | Editoriais / Opiniões
É preciso dar um basta à sanha arrecadatória
O Globo
Setor produtivo faz bem em exigir suspensão
de aumento do IOF. Governo deve cortar gastos e emendas
É oportuno e certeiro o manifesto de entidades empresariais defendendo o cancelamento do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), definido pelo governo federal na semana passada. Incapaz de promover um programa confiável de controle de gastos, pressionado pelo crescimento das despesas — em especial as previdenciárias, vinculadas ao crescimento real do salário mínimo — e cioso de despejar recursos públicos em seus projetos de estimação, mais uma vez o presidente Luiz Inácio Lula da Silva partiu para cima do bolso do contribuinte. Para tapar o rombo que se vislumbra no Orçamento, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aumentou o IOF em várias operações, inclusive empréstimos e câmbio. Tal medida inibe a tomada de crédito, desestimula investimentos e inevitavelmente acarretará repasse aos preços, com impacto na inflação. Diante da taxa de juros já nas alturas — 14,75% —, o setor produtivo decidiu dar um basta à sanha arrecadatória.
Plantio da esquerda para as safras de 2026 e 2030 - Fernando Exman
Valor Econômico
João Campos assume essa semana presidência do
PSB
Pode-se dizer, com razão, que a campanha
eleitoral de 2026 foi indevidamente antecipada. Em parte, o próprio presidente
Luiz Inácio Lula da Silva pode ser responsabilizado: ao levantar dúvida sobre a
candidatura à reeleição, abriu a temporada de especulações e fomentou uma
concorrência interna entre os ministros que disputam as senhas da fila
sucessória. Na oposição, as discussões também ganharam corpo quando o
ex-presidente Jair Bolsonaro foi declarado inelegível pela Justiça Eleitoral. O
jogo está aberto. Nos próximos dias, contudo, dois movimentos na esquerda podem
ter desdobramentos em um horizonte ainda mais amplo, ou seja, o pleito de 2030.
O mais evidente ocorrerá entre sexta-feira e domingo, durante o congresso nacional do PSB, quando o prefeito do Recife, João Campos, será aclamado presidente do partido. A partir desse momento, ele ganhará status de líder nacional ao circular por Brasília, no meio empresarial e entre agentes do mercado.
Navegação em mudança de época - Sergio Fausto *
O Estado de S. Paulo
Brasil precisa melhorar suas condições e seus instrumentos de navegação, seja para se proteger de tempestades ou para aproveitar os ventos favoráveis
Tornou-se um lugar-comum dizer que não
vivemos numa época de mudanças, mas sim numa mudança de época, tal é a
profundidade das transformações pelas quais o mundo está passando: mudança
climática, avanço da inteligência artificial, “guerra” comercial, financeira e
tecnológica pela hegemonia global, ascensão das autocracias, entre outras
transformações que vêm alterando os parâmetros de funcionamento da economia, da
política, da geopolítica e da própria natureza.
Retrocedendo na história, é plausível comparar os primeiros 25 anos do século 21 com o último quarto do século 19, quando se iniciaram transformações inter-relacionadas que desembocaram em duas guerras mundiais de consequências devastadoras. Transformações tecnológicas (a segunda revolução industrial), sociais (a expansão da classe operária ligada à grande indústria), geopolíticas (a emergência dos Estados Unidos e, logo a seguir, da Alemanha e do Japão) e ideológicas (de um lado, o marxismo e, de outro, o nacionalismo xenófobo e racista, que se desdobrou no nazifascismo). A história não se repete, mas não convém subestimar as “perturbações” desencadeadas por grandes transformações nas bases tecnológicas e nas estruturas de poder.
Tropa de Davi quis abater Marina - Vera Magalhães
O Globo
Ataques foram tão violentos que chocaram o
país, fortaleceram a imagem da ministra e praticamente obrigaram Lula a
endossá-la
Havia um intuito claro na arapuca armada
para Marina
Silva na Comissão de Infraestrutura do Senado ontem: abatê-la, tirá-la
do caminho. O ataque coordenado de senadores da Região Norte, entre eles um da
base aliada, não deixa dúvida sobre de onde parte a investida contra a
ministra. Ela é vista hoje pelo presidente do Senado, Davi
Alcolumbre (AP), como entrave a seus projetos para a região, a começar
pela extração de petróleo na Margem Equatorial.
A ausência vexaminosa dos principais líderes governistas na defesa de Marina também deixa explícito quanto o governo é hoje dependente de Alcolumbre, como foi até pouco tempo atrás de Arthur Lira. A forma como o ex-presidente da Câmara cobrava suas faturas parece quase espartana perto da sem-cerimônia com que o chefe do Senado vai ao pote.
O duro recado de Marina no Senado - Vera Rosa
O Estado de S. Paulo
Ministra enfrenta prova de fogo no governo,
mas diz que não pensa na próxima eleição
“Me respeite, ministra! Se ponha no teu
lugar!” Foi assim que o senador Marcos Rogério (PL-RO) se dirigiu ontem à
titular do Meio Ambiente, Marina Silva, em sessão marcada por intenso
bate-boca, na Comissão de Infraestrutura do Senado. Foram horas de desrespeito
transmitidas ao vivo, sem que a base do governo defendesse Marina à altura dos
ataques contra ela.
Marcos Rogério presidia a sessão em que a ministra foi convidada para explicar o motivo da criação de uma unidade de conservação ambiental marinha na Margem Equatorial da foz do Rio Amazonas. A Petrobras reivindica autorização do Ibama para prospectar petróleo naquela área e os senadores avaliam que Marina cria obstáculos para dificultar a exploração.
Despesa cresce e IOF maior não é solução - Lu Aiko Otta
Valor Econômico
Governo ficou de novo com a pecha de querer
ajustar as contas só com mais receitas
As despesas continuam crescendo, mas isso
segue como um “não assunto” no alto escalão do governo. Esse é o problema. Não
tem aumento de IOF ou taxação de bets que dê jeito nisso.
Divulgado na semana passada, o Relatório de
Avaliação de Receitas e Despesas Primárias (Rardp) mais conhecido como
“bimestral”, informa que as despesas obrigatórias deste ano ficarão R$ 36,4
bilhões maiores do que o previsto quando o Orçamento do ano foi aprovado.
Para ter uma ideia: o orçamento do Ministério da Justiça este ano é de R$ 22 bilhões. O dos Transportes, R$ 30,8 bilhões. O da Cultura, R$ 4 bilhões. O do Povos Indígenas, R$ 1,3 bilhão. É dessa ordem de grandeza que estamos falando.
Prévia da inflação de maio é a menor para o mês em 5 anos
Mayra Castro / O Globo
Combinação de resultado melhor que o esperado
com avaliação que IOF restringirá crédito reforça aposta em fim do ciclo de
alta da Selic
A prévia da inflação de
maio, divulgada ontem pelo IBGE, mostrou um alívio disseminado nos preços,
especialmente de alimentos. O
IPCA-15 deste mês ficou em 0,36%, abaixo do 0,43% registrado em abril e das
previsões dos analistas do mercado, de 0,44%. Foi a terceira desaceleração
consecutiva, e a menor alta para o mês desde maio de 2020.
A visão de economistas é de que o resultado começa a apresentar sinais de uma melhora da inflação mês a mês, com desaceleração disseminada entre os grupos analisados.
Força do PIB - Fábio Alves
O Estado de S. Paulo
Mercado está ansioso sobre se o nível da
Selic é suficiente diante da força do PIB
O Banco Central vem alertando os analistas para uma possível surpresa para cima no desempenho do PIB no primeiro trimestre deste ano, puxado basicamente pelo setor agropecuário. Ao mesmo tempo, o BC vem pedindo paciência para o mercado esperar pelo efeito defasado do aperto monetário, esfriando a atividade e trazendo a inflação para baixo. Só que a resiliência da economia e do mercado de trabalho está deixando o mercado ansioso e reticente sobre se o nível da taxa Selic a 14,75% é mesmo suficiente.
O dom de se iludir - Dora Kramer
Folha de S. Paulo
Lula insiste em não ver que o governo leva
surras autoinfligidas, das quais a oposição só se aproveita
Não ficou muito claro o que o
presidente Lula (PT) quis dizer
quando anunciou que a partir de junho vai
voltar a "fazer política", percorrendo o país para "combater a
canalhice".
Talvez tenha querido dar um aviso aos
navegantes de que aquele Lula, que na oposição arrasava quarteirões e na
Presidência não dava moleza aos adversários, estará de volta, mostrando com
quantos paus se faz um embate de mestre.
Se foi esse o significado de suas palavras, vai ter de começar dando um jeito de não levar um baile de Nikolas Ferreira (PL-MG) a cada trapalhada do governo.
A aposta errada de Lula - Hélio Schwartsman
Folha de S. Paulo
Gastos turbinados no início do mandato não se
converteram em popularidade, o que leva governo a querer gastar mais
Lula apostou e está perdendo. Ainda antes de assumir seu terceiro mandato, o petista decidiu que fugiria ao script normal dos governantes, de iniciar a administração apertando o cinto para concentrar os gastos nos anos finais, e obteve do Congresso a PEC da Transição, que lhe deu R$ 145 bilhões para começar a gestão já tinindo. Por seus cálculos, se largasse bem, conseguiria estender a avaliação positiva até 2026 e assegurar a reeleição.
Confiança dos americanos sobe - Vinicius Torres Freire
Folha de S. Paulo
Apesar de projeto tirânico seguir em frente,
mais consumidores e eleitores se acalmam
A confiança do consumidor americano deu um
salto grande, depois de cinco tombos. De abril para maio, passou de 85,7 para
98 pontos, segundo a pesquisa do Conference Board. Está entre os níveis mais
baixos desde 2022. As expectativas ainda estão em um nível que, se estima,
indicaria recessão adiante. Ainda assim, a alta é um espanto.
A redução do fragor da guerra
comercial e a recuperação do preço médio das ações deve tem ajudado.
Uns 60% das famílias têm investimento em ações.
E daí?
Uma esperança de que Donald Trump cause menos mal ao mundo e, talvez, à democracia se baseia no possível efeito político do dano que o Huno Laranja causar à economia. É a esperança da sabedoria convencional, que não tem se mostrado muito sábia nesta era de extremos bárbaros e redes insociáveis. A ideia, óbvia, é que o desprestígio de Trump o obrigasse a recuos políticos e, quem sabe, o derrotasse na eleição parlamentar de 2026.
Redefinindo um novo progressismo libertário - Rui Tavares
Folha de S. Paulo
Direitistas traíram e distorceram a
liberdade, mas parte da culpa é dos esquerdistas, que não a deviam ter
abandonado
Quando o presidente dos Estados
Unidos, Donald Trump, ataca
diretamente a liberdade acadêmica de uma universidade como Harvard, fica
muito claro que ele nunca teve verdadeiramente uma agenda de liberdade. Como
tantos autoritários antes dele, a conversa da liberdade foi apenas um meio para
chegar a um fim, o poder, a
partir do qual passou a esmagar a liberdade dos outros.
A culpa principal é de quem participou nessa
perversão ideológica. Há já uma década que duas versões da liberdade têm sido
vendidas pela direita radicalizada. Uma delas é conservadora, patriarca e
nacionalista: a liberdade de
ofender, insultar e degradar, apresentada contra a "ditadura do
politicamente correto" ou do wokismo ou, mais frequentemente, apenas para
chatear a esquerda. Qualquer observador minimamente atento sabia que esse
pessoal nunca quis saber de liberdade.
Uma segunda versão, a dos ultraliberais, era mais genuína: eles acreditavam (e alguns ainda acreditam) em uma versão da liberdade como não interferência por parte do Estado, mas é uma liberdade desidratada. Menos Estado, mais liberdade. Menos impostos, mais liberdade. Não passa disso. É uma liberdade poucochinha, como dizemos aqui em Portugal.
Agressão misógina e negacionista contra Marina é um vexame para o Senado – Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense
A aprovação do projeto de lei que flexibiliza
o licenciamento ambiental no país, conhecido como PL da Devastação, é um
"golpe de "morte" na legislação ambiental
Casa de ex-governadores e ex-ministros de Estado, o Senado protagonizou, nesta terça-feira, um vexame político de repercussão internacional, às vésperas da realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes), de 10 a 21 de dezembro, em Belém: a agressão misógina e negacionista à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante audiência na Comissão de Infraestrutura, que foi uma verdadeira arapuca política. A ministra foi desrespeitada por três parlamentares e, ofendida, abandonou a reunião. Presidente da Rede Solidariedade, Marina foi senadora da República de 1995 a 2011 e é deputada federal licenciada em função do cargo que exerce. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apoiou o gesto de Marina.
Marina abandona sessão após senador dizer que ministra não merecia respeito
Thaisa Oliveira / Folha de S. Paulo
Senador Plínio Valério (PSDB-AM), que já
havia dito ter vontade de enforcar a ministra em março, recusou-se a pedir
desculpas
Brasília - A ministra do Meio Ambiente,
Marina Silva, abandonou a Comissão de Infraestrutura do Senado nesta
terça-feira (27) depois que o líder do PSDB, senador Plínio Valério (AM),
afirmou querer separar a mulher da ministra porque a primeira merecia respeito
e a segunda, não.
"Ministra Marina, que bom reencontrá-la. E, ao olhar para a senhora, eu
estou vendo uma ministra, eu não estou falando com uma mulher. Eu estou falando
com a ministra. Porque a mulher merece respeito, a ministra não. Por isso que
eu quero separar", disse Plínio ao cumprimentar Marina.
Plínio já havia ofendido a ministra em março quando disse
ter vontade de enforcá-la. "Imagine o que é tolerar a Marina 6 horas e
10 minutos sem enforcá-la?", afirmou o senador sobre a participação de
Marina em audiência na CPI das Ongs.
Na ocasião, Marina rebateu: "Com a vida dos outros não se brinca. Quem brinca com a vida dos outros ou faz ameaça aos outros de brincadeira e rindo, só os psicopatas são capazes de fazer isso".
Marina abandona sessão no Senado após bate-boca sobre rodovia na Amazônia
Alice Cravo / O Globo
Senador Plínio Valério disse que a ministra
não merecia respeito; antes, houve discussão com senador Omar Aziz, da base de
Lula
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva,
abandonou a Comissão de Infraestrutura do Senado
Federal nesta terça-feira após bate-boca com senadores e embates sobre
a pavimentação da BR-319, estrada que liga Porto Velho a Manaus.
Marina Silva deixou a sessão depois que o líder do PSDB, senador Plínio Valério (AM), afirmou querer separar a mulher da ministra porque a primeira merecia respeito, e a segunda não. A ministra disse que só continuaria na comissão se houvesse um pedido de desculpas. Plínio se recusou. Em março, disse ter vontade de enforcar a ministra.
Gleisi defende Marina: ‘Ofensivos e desrespeitosos’
Por O GLOBO
Aliado do governo, Omar Aziz não foi citado
em postagem de defesa da titular do Meio Ambiente. Janja e Anielle Franco
também saíram em defesa da ministra
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi
Hoffmann, defendeu a atitude da colega Marina Silva (Meio
Ambiente), que abandonou a Comissão de Infraestrutura do Senado Federal nesta
terça-feira após bate-boca com senadores e embates sobre a pavimentação da
BR-319, estrada que liga Porto Velho a Manaus.
Em postagem nas redes sociais e em uma nota divulgada por sua assessoria, Gleisi reagiu aos senadores Marcos Rogério (PL-RO) e Plínio Valério (PSDB-AM), mas não citou Omar Aziz (PSD-AM), que também discutiu com a ministra durante a audiência.
Senado armou arapuca para desgastar Marina Silva - Bernardo Mello Franco
O Globo
Senadores se revezaram para atacar ministra,
que se irritou e abandonou a sessão
Seis dias depois de implodir as regras de
licenciamento ambiental, o Senado armou nesta terça uma arapuca para desgastar
a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
Convidada a falar na Comissão de
Infraestrutura, ela foi submetida a uma série de provocações e hostilidades até
perder a paciência e se retirar da sessão.
O cerco foi incentivado pelo presidente do colegiado, senador Marcos Rogério (PL-RO). Em diversos momentos, ele silenciou o microfone da ministra, impedindo-a de se defender.
"Furiosa obsessão negativa contra os ganhos do Judiciário" - Aylê-Salassié Filgueiras Quintão*
'O capital' volta às livrarias e prova que o espectro de Marx ainda nos ronda; entenda
Ruan de Sousa Gabriel / O Globo
'Um clássico que não cessa de provocar, de
estimular', diz José Paulo Netto, biógrafo
São Paulo - Em 20 de outubro de 2008,
no início da maior crise financeira desde a Grande Depressão, o jornal londrino
The Times, insuspeito de esquerdismo, noticiou um espectro que se supunha
exorcizado desde a queda do Muro de Berlim, em 1989, voltava a rondar o mundo: Karl
Marx. “O Capital”, dizia a reportagem, “que na última década vinha sendo
usado principalmente como peso de porta”, fora reabilitado por leitores que
buscavam entender a raiz da crise. Quase duas décadas depois, os efeitos da
debacle econômica ainda não passaram — e nem o interesse nas ideias do velho
Marx. Tanto é que uma tradução do “Capital” produzida na Guerra Fria acaba de
retornar às estantes do país.
No dia 5 de maio (aniversário de Marx), a editora Ubu relançou a célebre tradução de Regis Barbosa e Flávio R. Kothe, publicada em 1983 na coleção “Os economistas”, da Abril Cultural. Totalmente revisada, a nova edição inclui as modificações de Marx na tradução francesa, de 1875, até agora inéditas no Brasil. Ele incorporou observações críticas ao texto, acrescentou material histórico e estatístico, reposicionou parágrafos e capítulos inteiros, indicando que sua reflexão estava longe de encerrada. O primeiro volume do “Capital” foi publicado em 1867. O segundo e o terceiro foram editados por Friedrich Engels em 1885 e 1894, após a morte de seu parceiro intelectual.
Livro - Antônio Segatto: Capitalismo & Socialismo
PRÓLOGO
Este livro consiste numa tentativa de interpretação de uma extensa época histórica, abarcando cerca de um século e meio, que pode ser delimitada, grosso modo, entre 1848 — aberta com a entrada no cenário político de trabalhadores fabris e intelectuais socialistas, coincidente com a publicação do projeto inaugural do movimento socialista, o Manifesto do partido comunista, de autoria de Karl Marx e Friedrich Engels — e 1989, com a explosão da crise, latente e/ou crônica, que abalou a socialdemocracia e o Welfare State, concomitante ao colapso do socialismo real e do Movimento Comunista Internacional.