O Globo
Com as datas ainda em aberto, os peões já se
movimentam no tabuleiro
Depois da convocação feita pelo
ex-ministro José Dirceu por
uma revolução social — a ser empreendida pelo PT! —, mais
o aconselhamento buscado por Janja da Silva junto a Xi Jinping para
banir a extrema direita do TikTok, começaram
de imediato a ser discutidas as possibilidades políticas e humorísticas do pós-Lula.
Com as datas ainda em aberto, os peões já se movimentam no tabuleiro. Daí que
se fala também num hipotético cenário pós-Janja.
Antes dos nomes, as especulações ocorrem em
torno dos temas de campanha, as tais propostas nunca cumpridas em caso de
vitória, e das cláusulas consideradas pétreas na administração — no caso, a
ocupação desesperada de cargos por militantes sem currículo ou expertise.
À boca grande já se avalia ser o caso de
repetir o módulo instagramável de ministério que subiu a rampa em 2023. Com
vagas ocupadas por identidades, e não por qualidades. Haja vista o deficitário
resultado, discute-se a razão de por que a coisa deu ruim. Há divergências. Nos
bastidores, os adversários cantam uma trova existencial: a identidade estragou
a qualidade ou a qualidade estragou a identidade? Num ato de fé e penitência,
buscam rememorar as performances de Anielle
Franco e Daniela
do Waguinho, espécies de anátemas do Lula 3. Para ganhar um caráter
doutrinário, carecem ainda de resolução a ser votada no próximo congresso do
partido. O identitarismo indígena, no modelo turístico adotado por Sonia
Guajajara, sob a chave do pensamento mágico de produtividade, deve
experienciar vivências e troca de energias em água corrente.
Junto às teses a merecer foco pelo partido,
está a desconfiança das ministras Simone Tebet e Marina Silva vis-à-vis
as emolduradas como cotistas. Há significativa distância de produtividade e
empenho administrativo. Só nestes dias, com pontos ganhos na avaliação de
eficiência, percebe-se como Tebet não tem digitais na barafunda (mais uma) da
dupla Haddad/Durigan, e Marina já diminuiu desmatamento e queimadas na Amazônia.
E ainda deu sova nos senadores com nome de dupla caipira — Plínio
Valério e Marcos
Rogério.