terça-feira, 11 de março de 2025

O que a mídia pensa | Editoriais / Opiniões

Mercados se inquietam com chance de estagflação nos EUA

Valor Econômico

Para o Brasil, a melhor defesa ante instabilidades que virão é buscar o equilíbrio fiscal, desestimulando saídas de capital e novas maxidesvalorizações nocivas do dólar

O cenário de mercados otimistas com a eleição de Donald Trump e seu programa de governo está mudando rapidamente para outro, pessimista, em que os Estados Unidos poderão entrar em recessão, sem que a inflação deixe de subir. As bolsas americanas tiveram um dia para esquecer. A Nasdaq, onde são vendidos os papéis das big techs, chegou a recuar 4,6% - uma liquidação que eliminou US$ 1 trilhão de valor -, enquanto as superprestigiadas ações das companhias de tecnologia tiveram perdas de 16% no ano até agora. S&P e Dow Jones caíram bem, mas um pouco menos. Tesla, do bilionário Elon Musk, membro do governo Trump, viu seu valor de mercado reduzido em US$ 500 bilhões. As perspectivas dos investidores pioraram de vez depois que Trump se negou, em entrevista no fim de semana, a descartar recessão ou mais inflação com as medidas que vem tomando, algo que nunca esteve em seu script.

As expectativas começaram a virar lentamente, já que a possibilidade de recessão tende a derrubar ações, os bônus do Tesouro e o dólar, que ontem recuou no mundo inteiro, menos no Brasil, onde subiu. A velocidade da guinada nos preços dos ativos importa, assim como o ponto da qual partem. Os mercados acionários, em especial os papéis das big techs, vinham exibindo um desempenho excepcional, que cessaria em algum momento. A Nasdaq teve ganhos de 30% no ano passado, a S&P, 23% e Índice Dow Jones, 13%. O acerto de contas pode ter tido um de seus pontos de inflexão ontem, ainda que seja prematuro predizer que haverá “estouro” da bolha parecido ao que ocorreu após a euforia das dotcom em 2000.

A incerteza e seu efeito na economia - Míriam Leitão

O Globo

As dúvidas geradas por Donald Trump paralisam as decisões econômicas. E isso pode levar à recessão

A incerteza é mais forte que a política monetária e a política fiscal para reduzir o ritmo de atividade. Subir juros e cortar gastos têm menos efeito do que a incerteza gerada diariamente pelo governo de Donald Trump. Isso está produzindo queda de investimento e de atividade econômica nos Estados Unidos. O cenário de recessão americana não é considerado o mais provável, mas o fato é que as tarifas, mesmo não estando em vigor, já surtem efeito econômico. Foi o que me disseram dois economistas que ouvi ontem, no governo e no mercado financeiro. Diante disso, o que o Brasil pode fazer? "Não criar mais ruído. A hora é de não aprontar confusão, porque o mundo ficou mais complicado”, me disse um deles.

A democracia e a crise dos 40 - César Felício

Valor Econômico

Desafios foram vencidos desde 1985, mas capacidade da Política de prover soluções está em xeque

Há quarenta anos, quando o regime militar estertorava e o País aguardava o início da nova era democrática, garantir comida era a principal preocupação da população.

Uma pesquisa feita pelo Ibope nas regiões metropolitanas, publicada pelo jornal Gazeta Mercantil e revista Istoé, foi a campo para sondar o que mais angustiava o País que Tancredo Neves ia assumir. Era dezembro de 1984. Tancredo não assumiu, Ibope e Gazeta Mercantil não existem mais e a Istoé desapareceu no formato impresso, mas a pesquisa de então é uma cápsula do tempo que permite ver como os problemas de então se transformaram. Outros se criaram, nada propriamente se perdeu.

Quase a metade dos pesquisados—48,6 %—disseram que a segurança alimentar deveria ser tratada como a prioridade máxima. A segurança pública vinha em segundo lugar, com 20,7%. Problemas sociais, como Educação, Saúde e Habitação, somavam 24%.

Com Gleisi e Padilha, Lula aponta o rumo da estratégia eleitoral – Luiz Carlos Azedo

Correio Braziliense

Presidente sonha com o filho 03 de Bolsonaro no 2º turno

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva empossou, ontem, os novos ministros Gleisi Hoffmann, na Secretaria de Relações Institucionais, e Alexandre Padilha, na Saúde, em cerimônia no Palácio do Planalto prestigiada pelos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicamos-PB), além de outras lideranças do Congresso.

Dois discursos foram importantes: o de Nísia Trindade, ao passar o cargo ao novo ministro da Saúde, no qual registrou com veemência a campanha misógina que sofreu quando estava à frente da pasta; e o de Gleisi, ao pontuar que vai se empenhar no apoio ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cuja política econômica sempre criticou quando presidia o PT. Padilha fez um discurso cuidadoso com a antecessora, criticou o negacionismo e foi enfático na defesa das campanhas de vacinação.

Para onde o vento sopra? - Merval Pereira

O Globo

É difícil ver a nomeação de Gleisi como avanço para um governo mais amplo, de coalizão nacional

Escolher Gleisi Hoffmann como ministra da Secretaria de Relações Institucionais, a esta altura do campeonato, é decisão de posicionamento do presidente Lula. Escolher Edinho Silva para assumir a presidência do PT em lugar de Gleisi indica o oposto. Por isso as diversas facções internas do petismo estão em guerra. Embora garanta que foi escolhida porque pode negociar com os demais partidos, ela não é conhecida pela habilidade de negociadora.

Ao contrário, é uma negociadora dura, inflexível, que pode ser considerada boa para o PT, mas não para um governo de amplo espectro político. É difícil ver a nomeação de Gleisi como avanço para um governo mais amplo, de coalizão nacional. Se o grupo de Gleisi não aceita a indicação de Edinho para a presidência do PT, ele sim, considerado um negociador moderado, por que ela seria avaliada como negociadora capaz de unir em torno de Lula facções partidárias distintas, ampliando a base política do governo? 

Lula como fiador da soma e da subtração de Gleisi - Maria Cristina Fernandes

Valor Econômico

Antes de tomar posse, Gleisi foi anfitriã da reunião de uma facção do CNB, com a presença de Lula, que bombardeou aquele é tido como seu candidato à presidência do PT

A nova ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, tomou posse com um discurso moldado para desfazer a ideia que dela se tem ao ressaltar o respeito aos aliados (“ninguém faz nada sozinho”), o cumprimento de acordos e a abertura a críticas. “Chego para somar”, resumiu, ao destacar a “grandeza da mediação” a serviço tanto do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quanto da Casa Civil, Rui Costa.

Esta ministra que se propõe a algodão entre cristais no governo foi, até a última noite como presidente do PT, o esteio da combustão. Foi em sua casa que integrantes da CNB, corrente majoritária do PT, se reuniram na quinta-feira, véspera da posse do senador Humberto Costa (PE) como presidente interino do PT até julho quando haverá a eleição para a presidência do partido.

A capacidade de sonhar - Jorge J. Okubaro

O Estado de S. Paulo

O País continua coberto de problemas, boa parte dos quais o aflige há anos, sem que os consigamos resolver, quando nos dispomos a tentar fazê-lo

Parte dos brasileiros parece ter perdido a capacidade de sonhar; ou decidiu reprimir sua capacidade de alegrar-se. A economia até pode ir bem, às vezes bem melhor do que o previsto, mas tudo parece ruim, e piorando. O Produto Interno Bruto (PIB) ilustra esse fenômeno perturbador e de impacto político poderoso.

Em dezembro de 2023, a previsão dominante entre centenas de operadores do mercado financeiro semanalmente consultados pelo Banco Central para seu boletim Focus era a de que em 2024 o PIB cresceria 1,5% ou, na melhor das hipóteses, 1,51%. A realidade foi mais radiante. Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB aumentou 3,4% em 2024, mais do que o dobro das projeções. Alguma retratação, alguma celebração? Nenhuma. Apenas a ressalva de que, daqui para a frente, tudo vai piorar.

Lupi critica 'especialistas' que sacrificam assalariado e protegem capital especulativo

Painel / Folha de S. Paulo

Ministro da Previdência Social diz que os 'ex-alguma coisa' são porta-vozes de um modelo que está exaurido

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, critica os "especialistas que defendem o capital especulativo e sacrificam o assalariado" ao tratar da situação econômica do país.

Em artigo enviado ao Painel, ele diz que o grupo é formado pelos "ex-alguma coisa" –ex-ministros, ex-presidentes de instituições financeiras e ex-diretores.

Presidente licenciado do PDT, Lupi afirma que "os especialistas são porta-vozes de um modelo que está exaurido e que, a cada dia, traz mais conflitos sociais".

Raquel Lyra se filia ao PSD de Kassab e busca se fortalecer

José Matheus Santos / Folha de S. Paulo

Governadora deixa PSDB após críticas ao partido por oposição a Lula e diz que recebeu em nova sigla 'a acolhida necessária'

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, filiou-se ao PSD na noite desta segunda-feira (10) no Recife. O evento de filiação contou com participação de líderes do partido, como o presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab.

Raquel Lyra deixa após nove anos o PSDB, que está sob um processo de fragilização da força política nos últimos anos. A chefe do Executivo pernambucano também busca se fortalecer para uma eventual disputa em 2026 contra o prefeito do Recife, João Campos (PSB).

No evento, Raquel agradeceu ao "partido que me acolheu nos últimos nove anos" e disse que agora "é um novo momento" no PSD. "Encontrei no PSD a acolhida necessária para ajudar na construção do partido e no fortalecimento dele no Nordeste. É um novo começo."

Raquel se filia ao PSD em evento com lulistas

Luíza Marzullo / O Globo

Filiação de Lyra ao PSD coloca partidos da base de Lula no governo de todos os estados do Nordeste

Com a presença de três ministros do presidente Lula, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, oficializou na noite de ontem sua migração do PSDB para o PSD. Com essa movimentação, todos os estados do Nordeste passam a ser administrados por partidos aliados ao Palácio do Planalto. A ex-tucana realiza a troca partidária de olho em sua campanha à reeleição no ano que vem, quando deve enfrentar o prefeito do Recife, João Campos (PSB), próximo de Lula, que foi alfinetado na solenidade.

— Não estamos aqui esquentando cadeira para quem quer voltar ao poder — afirmou, em referência aos 16 anos que o PSB esteve à frente do estado. — Estamos fazendo um projeto.

A filiação de Raquel Lyra a um partido da base do governo federal coloca o Palácio do Planalto em posição delicada caso decida apoiar Campos nas eleições do ano que vem.

Ao entrar no ministério, Gleisi promete ajudar pauta de Haddad

O Estado de S. Paulo

Vera Rosa colaboraram Sofia Aguiar, Gabriel Hirabahasi e Lavínia Kaucz

Nova titular da articulação política usa cerimônia de posse para tentar dissipar mal-estar com ministro da Fazenda, alvo de suas críticas; Padilha faz discurso contra bolsonaristas

Em cerimônia de posse, a nova titular da articulação política tentou aparar arestas com ministro da Fazenda. Em 2023, a cúpula do PT classificou ajuste das contas públicas apresentado por ele de “austericídio fiscal”.

A nova articuladora política do Palácio do Planalto, Gleisi Hoffmann, fez questão de aproveitar a cerimônia de posse na Secretaria de Relações Institucionais, ontem, para fazer um afago ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticado por ela desde o início do governo. Haddad foi o primeiro ministro citado por Gleisi, na tentativa de mostrar que, ao deixar a presidência do PT e ocupar essa cadeira, não será adversária da política econômica conduzida pelo colega.

Gleisi acena a Congresso e Haddad na articulação política

Mariana Brasil, Catia Seabra e Mateus Vargas / Folha de S. Paulo

Nova ministra tomou posse junto a Alexandre Padilha, na Saúde, nesta segunda-feira (10)

A ministra Gleisi Hoffmann (PT) tomou posse à frente da Secretaria das Relações Institucionais nesta segunda-feira (10) fazendo acenos ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), com quem já divergiu publicamente, e também aos presidentes da Câmara e do Senado.

A posse da agora ex-presidente do PT foi realizada com a presença do presidente Lula (PT) no Palácio do Planalto, em cerimônia que também deu início à gestão de Alexandre Padilha (PT) no Ministério da Saúde, no lugar de Nísia Trindade.

"Chego para somar. Foi essa missão que recebi e pretendo cumprir num governo de ampla coalizão, dialogando com as forças políticas do Congresso e com as expressões da sociedade, suas organizações e movimentos", disse Gleisi.

Contra desconfiança, Gleisi acena a Haddad e ao Centrão na posse

Karoline Bandeira, Jeniffer Gularte, Sérgio Roxo, Victoria Abel e Camila Turtelli / O Globo

Escolha de Lula foi criticada por não atender a siglas aliadas que reivindicam mais espaço na Esplanada

A posse dos ministros Alexandre Padilha, na Saúde, e Gleisi Hoffmann, na Secretaria de Relações Institucionais, em evento ontem no Palácio do Planalto, foi marcada por recados ao Congresso, sinalizações sobre 2026 e a ausência de parte dos líderes do Centrão. A escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelos dois novos ministros, ambos filiados ao PT, foi criticada nos bastidores por não atender a siglas aliadas que reivindicam mais espaço na Esplanada.

As trocas foram as primeiras da reforma ministerial prevista por Lula para a segunda metade do mandato, quando passou a enfrentar queda vertiginosa de popularidade. As nomeações de Padilha e, em especial, Gleisi, ex-presidente do PT, foram vistas por aliados como uma guinada à esquerda do governo, principalmente pelas críticas públicas que ela já fez à pauta econômica do ministro Fernando Haddad. Ao tomar posse, Gleisi adotou um tom de conciliação, com acenos tanto ao titular da Fazenda quanto ao Congresso.

Gleisi no Planalto torna o governo mais petista - Joel Pinheiro da Fonseca

Folha de S. Paulo

Presidente caminha para longe do centro ao fazer indicação para ministério que negocia com Congresso

Um governo com notória dificuldade na relação com o Congresso; que perdeu a confiança do mercado financeiro; e que assiste à queda acentuada de sua aprovação popular. Algo precisa mudar. O caminho mais natural seria caminhar para o centro. O Congresso está à direita do governo. Os segmentos em que ele é pior avaliado na população. Do mercado financeiro nem se fala.

Ao tirar Gleisi Hoffmann da presidência do PT e trazê-la para a Secretaria de Relações Institucionais —que negocia a articulação com o Congresso, estados e municípios— , Lula dá a resposta contrária: caminha para longe do centro. Para você que achava que já havia PT demais e frente ampla de menos neste novo governo Lula, as mudanças de ontem respondem: o governo acaba de ficar ainda mais petista.

A fila anda, e sem Bolsonaro - Alvaro Costa e Silva

Folha de S. Paulo

Mas, de olho na herança de votos, não abrem mão do discurso golpista

"Em política, uma cousa de nada desvia o curso da campanha e dá a vitória ao adversário", ensina Camacho, personagem do "Quincas Borba" que tinha uma frase inútil para todas as ocasiões. Com esta, tenta convencer Rubião a se candidatar a deputado. Como se sabe, o protagonista do romance de Machado de Assis acaba mal. Enlouquecido, nem as batatas do vencedor ele leva.

Confiando no fato novo, a coisa de nada que muda o rumo da história, os presidenciáveis de 2026 estão alvoroçados diante de uma disputa que se apresenta aberta, sobretudo com a queda de popularidade de Lula e a inelegibilidade e a prisão dada como certa de Bolsonaro.

Direita põe o bloco na rua - Dora Kramer

Folha de S. Paulo

Caiado sai a campo e normaliza a existência de candidaturas no espaço eleitoral de Bolsonaro

O lançamento do nome de Ronaldo Caiado (União) como postulante à Presidência não significa que o governador de Goiás será mesmo candidato quando chegar a hora de a onça beber água, em meados de 2026.

Por enquanto é só uma hipótese, inclusive porque Caiado está inelegível por decisão judicial de primeira instância, à qual cabe recurso. Mas o ato marcado para o próximo dia 4 de abril quer dizer que a direita põe o bloco na rua e começa a testar suas possibilidades. O governador é apenas um dentre os vários pretendentes do campo ainda liderado por Jair Bolsonaro (PL) —com quem tem divergências explícitas, o que facilita o movimento.

Pode falar abertamente da candidatura sem prejudicar a estratégia de outros aspirantes que por ora ficam na muda para evitar que o vingativo capitão lhes incinere as pretensões na largada, criando problemas com o ambicionado eleitorado.

Lula, as galinhas e os preços - Hélio Schwartsman

Folha de S. Paulo

Discurso de presidente contra atravessadores reproduz viés contra economia de mercado ao não reconhecer a importância de atividades logísticas

Sempre me intrigou o fato de termos conseguido desenvolver uma economia de mercado sofisticada considerando as barreiras que nosso psiquismo impõe a ela.

Nossos cérebros da Idade da Pedra não têm dificuldade para perceber que um agricultor ou um artesão produzem valor. Eles, afinal, transformam sementes e matérias-primas em colheitas e produtos úteis. Mas não aplicamos o mesmo raciocínio a comerciantes e outros intermediários. Por alguma razão, não vemos sua atividade de logística como "produtiva" e os chamamos pejorativamente de "atravessadores".

O presidente Lula melhor que ninguém exemplifica essa tendência. Vendo sua popularidade acossada pela inflação de alimentos, ele ameaçou medidas "drásticas". Contra quem? Falando de ovos, ele elaborou.

Mudar, é preciso - Elimar Nascimento

Revista Será?, edição de 07 de março de 2025

Aparentemente, o governo Lula está com graves problemas. Caindo nas pesquisas a cada dia, enquanto os seus adversários, à direita, manifestam pujança. Os quatro governadores de oposição – RS, PR, SP, MG – apresentam bons sinais de desempenho, todos com índices superiores a 60% de aprovação. Lula não chega a 30%. Dentre aqueles governadores deverá sair pelo menos um candidato à presidência. E se ocorrer uma aliança entre eles, será difícil vencê-la.

Criticar o governo Lula, cuja eleição nos impediu de hoje estar sob um regime ditatorial não é fácil. Esta é uma dívida que contraímos com ele, e não poderemos jamais esquecer. Ou alguém duvida que Bolsonaro no poder aqui, e Trump lá, sobraria algo da nossa democracia?

O fracasso do  governo Lula será a porta para a direita alcançar o poder. E não sabemos quais concessões a direita vitoriosa fará para a extrema-direita. Por isso, mas não só, é preciso torcer pelo sucesso do governo Lula, o que implicará atrair a direita democrática para o governo de forma mais clara, dando-lhe também papel de protagonista. Seguir o conselho que escutei de Miguel Arraes: “aqui (diria no momento atual) para vencer (eleitoralmente) é preciso dividir a direita, atraindo sua vertente democrática”. 

Poesia | Traduzir-se, de Ferreira Gullar

 

Música | Samba Que Elas Querem :: Guerreira :: ZUMBIDO