Combate à violência escolar exige maior engajamento
O Globo
De 1,8 milhão de professores, apenas 7.500
realizaram treinamento do MEC para lidar com o problema
Depois dos casos graves de violência nas
escolas em 2023, o Ministério da Educação (MEC)
criou um programa de treinamento à distância para professores. A intenção era
prepará-los para enfrentar situações difíceis dentro e fora das salas de aula.
Foram oferecidos cinco cursos a 1,8 milhão de docentes, mas apenas 7.581, menos
de 0,5%, participaram do programa, de acordo com o Ambiente Virtual de
Aprendizagem do MEC. Dois anos depois, o governo também encontra dificuldades
para implementar outra promessa: um sistema de monitoramento e combate à
violência escolar chamado Snave, com o objetivo de produzir estudos, mapear os
casos e facilitar as medidas de prevenção e de enfrentamento do problema.
A realidade da rede de ensino do país deveria ser motivo suficiente para que as iniciativas fossem tratadas com mais urgência. Elas foram precipitadas por um dos casos de maior repercussão, ocorrido em São Paulo em março de 2023. Um ataque à faca matou uma professora e deixou quatro feridos. O agressor tinha 13 anos. Em novembro do ano anterior, um ex-aluno atacara a tiros duas escolas em Coqueiral de Aracruz, Litoral Norte do Espírito Santo, matando quatro pessoas, entre as quais três professoras, e ferindo 12. Em dezembro, um garoto de 10 anos fora agredido em Ibatiba, Espírito Santo. Hospitalizado com uma vértebra quebrada, terminou morrendo.