Queda da miséria e da desigualdade precisa ser contínua
O Globo
Sem equilibrar contas públicas, governo
petista corre risco de outro retrocesso nas conquistas sociais
Nos últimos dois anos, cerca de 6 milhões de brasileiros saíram da pobreza extrema. Pelas estatísticas oficiais, os miseráveis eram 8,3% da população em 2023 e passaram a ser 6,8% em 2024. Em todo o país, um contingente equivalente à população do Rio ultrapassou a linha de R$ 333 mensais de rendimento domiciliar per capita. Principalmente para os mais pobres entre os pobres, ter mais dinheiro no bolso é transformador. Abre a possibilidade de acesso a mais comida, moradia melhor, uma vida mais digna. Outra boa notícia divulgada pelo IBGE na semana passada diz respeito à desigualdade de renda. O índice mais usado para medi-la, o Gini, caiu em 2024 para o nível mais baixo registrado desde 2012. Fora da África, o Brasil é o segundo país mais desigual, em situação melhor apenas que a Colômbia. O lugar nesse vergonhoso ranking segue inalterado, mas a queda abre uma oportunidade única.