Regras para praias devem respeitar o bom senso
O Globo
Elas são o espaço mais democrático do país —
e, como toda democracia, precisam de normas para funcionar
Costuma-se dizer que as praias são o espaço
mais democrático do país. E com razão. Qualquer um, independentemente de
posição social ou aparência, pode chegar e ocupar seu lugar ao sol. Não tem de
mostrar identidade, CPF ou carteira de vacinação. Tampouco pagar ingresso — é
verdade que, dependendo do local, o banhista será compelido a alugar cadeira,
guarda-sol e a consumir os produtos do ambulante “dono” do pedaço. Mas a areia
é vasta. É justamente por ser o lugar de todos que regras mínimas de convivência
se impõem. Ou o lazer se transforma em pandemônio.
A música a todo volume na caixa de som pode agradar ao dono do aparelho — mas desagrada a outros tantos, que preferem o barulho do mar à playlist de gosto incerto. O esporte à beira d’água é diversão para a confraria, mas incomoda quem não quer levar boladas. O churrasquinho do ambulante mata a fome, mas precisa ser fiscalizado para não causar danos à saúde. Em calçadões e ciclovias, o frenético vaivém de banhistas, corredores, skatistas, ciclistas, bicicletas elétricas e patinetes se traduz não apenas em desordem, mas também em risco de acidentes.