Descontrole da polícia ao atirar faz de todos vítimas indefesas
O Globo
Agentes da PRF balearam na cabeça jovem que
estava com a família a caminho da ceia de Natal
O descontrole com que policiais têm agido nas
ruas e estradas brasileiras causou mais uma tragédia. Desta vez, na véspera do
Natal. Juliana Leite Rangel, de 26 anos, foi baleada na cabeça durante
abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Rodovia Washington Luís
(BR-040) em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A jovem estava a caminho de
Niterói, na Região Metropolitana do Rio, para cear com a família. Seu pai,
Alexandre Rangel, baleado na mão esquerda, contou ter dado sinal com o
pisca-pisca de que encostaria o carro depois de ouvir a sirene da viatura, mas,
segundo afirmou, os policiais já saíram atirando. A Corregedoria-Geral da PRF
determinou o afastamento preventivo dos agentes envolvidos na ação.
Casos como o de Juliana têm se tornado uma rotina frequente, que não pode ser tolerada num país civilizado. No dia 6 de outubro, Francisca Marcela da Silva Ribeiro, de 33 anos, foi morta no Ipiranga, Zona Sul de São Paulo, numa troca de tiros. Um policial de folga chegou no momento em que bandidos roubavam a motocicleta em que ela estava com o noivo e também atiraram quando não deviam. Francisca tinha casamento marcado para 20 dias depois e foi velada com o vestido de noiva.