É preciso sabedoria ao tirar proveito do avanço da China
O Globo
Investimento chinês bate recorde, e país
responde por 41% do superávit brasileiro. Risco é criar dependência
É crescente a importância global da China — e ela só
tende a aumentar com o isolacionismo dos Estados Unidos sob Donald Trump. É
essencial, portanto, que o Brasil tenha uma estratégia para lidar com seu maior
parceiro comercial, de que se torna a cada dia mais dependente como fonte de
investimentos e destino de exportações. Há, em virtude da guinada na política
externa americana, clara intenção chinesa de aprofundar as relações com países
latino-americanos. É uma situação que exigirá da nossa diplomacia sabedoria
para aproveitar as oportunidades e evitar as armadilhas.
Em 2024, o Brasil obteve superávit comercial de US$ 30,8 bilhões com a China (US$ 94,4 bilhões em exportações e US$ 63,6 bilhões em importações). Os investimentos chineses bateram recorde pelo quarto ano consecutivo, alcançando US$ 73 bilhões, segundo dados preliminares do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC). Confirmada a estimativa, os chineses estão em quinto lugar como investidores no Brasil, atrás de americanos, holandeses, franceses e espanhóis.