Pacote de segurança da Câmara é um equívoco grave
O
Globo
Crise
não será resolvida com medidas isoladas, boa parte erradas. É preciso
corrigi-las ou barrá-las
No
desfecho do ano legislativo, a Câmara aprovou diversos projetos para a
segurança pública cujo efeito tende a ser o oposto do almejado. Entre outras
iniciativas, os deputados querem atenuar punições para violência policial,
enfraquecer o Estatuto do Desarmamento e prever castração química de pedófilos.
Uma das medidas mais preocupantes é o alívio para a violência policial, que guarda semelhança com a medida defendida pelo governo Jair Bolsonaro conhecida como “excludente de ilicitude”. Agora batizado Regra de Isenção da Providência Antecipada (Ripa), tem por objetivo declarado assegurar “proteção jurídica” a operações policiais e aos agentes infiltrados, invalidando “a ilicitude de certas condutas, eventualmente praticadas em função da operação”. A aplicação do dispositivo dependeria de autorização judicial prévia solicitada pelo órgão de inteligência ou segurança do agente. O secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Marivaldo Pereira, diz que o projeto viola garantias e direitos fundamentais. Se for a votação no Senado, deveria ser derrubado.