sexta-feira, 11 de julho de 2025

O que a mídia pensa | Editoriais / Opiniões

Chantagem rasteira de Trump não passará

Folha de S. Paulo

Cogitar de que a intimidação fará um Poder independente como o Judiciário brasileiro deixar de processar Bolsonaro é devaneio autoritário

A chantagem rasteira de Donald Trump contra o Brasil não vai funcionar. Cogitar de que o Judiciário de uma nação soberana e democrática, que opera com independência, deixará de processar quem quer que seja para livrar o país de retaliações econômicas dos Estados Unidos não passa de devaneio autoritário.

Se a manifestação foi pensada para ajudar Jair Bolsonaro (PL) no julgamento em que é acusado de tramar um golpe, ela, na melhor hipótese para o ex-presidente, terá efeito nulo. Se tentou fortalecer o deputado fugitivo Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para a disputa de 2026, acabará tornando o seu caso na Justiça brasileira ainda mais complicado.

Se seu intento foi impulsionar a direita brasileira, o resultado líquido tenderá a ser negativo. Vai ser difícil ficar do lado de quem patrocina uma agressão estrangeira à soberania e aos empregos brasileiros, pois tarifas adicionais de 50% sobre as exportações teriam efeitos nefastos sobre vários setores da economia nacional.

Chegou a hora de lideranças como o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) escolherem de que lado estão. Ou bem Tarcísio defende os exportadores paulistas e a soberania brasileira ou continua posando de joguete de boné de um agressor estrangeiro e da família Bolsonaro, cujo patriotismo de fancaria se dissolve e se transforma em colaboracionismo diante da perspectiva da cadeia.

Falta-nos o banho de capitalismo - José de Souza Martins

Valor Econômico

A queixa de Mário Covas até hoje se manifesta na continuidade da escravidão em episódios tópicos e reiterados

Uma das explicações principais para o atraso político e social do Brasil não é a polarização entre esquerda e direita. A polarização explica apenas a pobreza da consciência crítica e política do povo brasileiro e a mais pobre ainda consciência da maioria dos políticos.

Mário Covas, que foi senador e governador de São Paulo, fundador do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), tinha o dom de sintetizar em frases curtas impressões densas e significativas do que é propriamente singular na realidade política brasileira.

Lembro-me de uma delas, a de que o Brasil precisa de um banho de capitalismo. Síntese perfeita do que tem caracterizado o Brasil por mais de um século, desde que o país aboliu a escravidão negra, em 13 de maio de 1888.

Os quatro fatos que obrigaram Lula a reagir - Andrea Jubé

Valor Econômico

A percepção de aliados é de que, demorou, mas Lula, enfim, compreendeu que deve investir na disputa política e no confronto direto com os adversários para não perder a eleição

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu sinais de ter saído, finalmente, do modo “adagio”, que embalou sua operação política neste terceiro mandato, para entrar em modo “presto”, enquanto aliados o empurram para um “prestissimo”, mais acelerado, porque o tempo urge, a campanha está nas ruas e os fatos se atropelam no compasso veloz e dramático da “Cavalgada das Valquírias”, de Richard Wagner.

Soa a um clichê, mas pareceu oportuno lembrar a cena da invasão de helicópteros, ao som dos acordes de Wagner, lançando bombas sobre um vilarejo do Vietnã, no filme “Apocalypse Now”, de Francis Ford Coppola. Troque o cenário, adicione suspense, e o leitor visualizará Black Hawks americanos bombardeando o Palácio do Planalto. Nos últimos dias, o governo Lula foi alvejado com a tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros de Donald Trump, quando mal se reerguia da derrota sobre o decreto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no Congresso Nacional.

Impacto negativo do tarifaço de Trump pôs a oposição na defensiva – Luiz Carlos Azedo

Correio Braziliense

O que era uma acusação da oposição contra Lula, a partidarização e a contaminação ideológica da política externa, voltou-se contra Bolsonaro e Tarcísio

Não durou 24 horas a euforia da oposição com o apoio dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que atacou o Supremo Tribunal Federal (STF) por causa do julgamento do ex-chefe do Planalto, e impôs uma tarifa de mais 50% sobre os produtos brasileiros em retaliação ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, por sua atuação nos Brics. A repercussão foi muito negativa, inclusive, para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que havia responsabilizado o PT pela decisão absurda e sem precedentes do norte-americano.

A reação formal do governo a Trump ocorreu em nível diplomático, a carta foi devolvida, e no plano político, com o presidente Lula refutando suas alegações em nota oficial firme, porém, moderada. Nas redes sociais, entretanto, houve uma forte mobilização política dos brasileiros, que criticaram Trump no seu próprio perfil do X.

Bolsonaristas vibram com ataque ao Brasil – Vera Magalhães

O Globo

No momento em que anuncia o tarifaço ao Brasil, usando como justificativa uma inventada “caça às bruxas” a Jair Bolsonaro, Donald Trump está enredado, para variar, numa teia de enroscos domésticos e internacionais, que vão da complicação da guerra da Rússia contra a Ucrânia às decisões da Justiça cassando outras de suas decisões arbitrárias, passando pela tragédia das mortes no acampamento de férias no Texas.

Usa o Brasil, com outras bazófias, como uma de suas habituais cortinas de fumaça para tentar obscurecer assuntos que lhe são desconfortáveis. Não está nem aí para o Brasil, nem mesmo para Bolsonaro. Mas o ex-presidente, seus apoiadores e a parcela mais fanatizada do eleitorado que ainda lhe é fiel reverberam uma comemoração estúpida, por não levar em conta que todos no país serão afetados negativamente por essa chantagem absurda, que desconsidera a soberania brasileira.

Resposta a Trump – Flávia Oliveira

O Globo

A interação (negativa) dos brasileiros no perfil do presidente americano foi intensa a ponto de os administradores restringirem comentários na conta

Quase um ano atrás, o artigo de uma jornalista americana sobre o impacto da iminente suspensão no Brasil do X, de Elon Musk, jogou luz sobre a relevância do ativismo digital no país. Citando um internauta, Taylor Lorenz, fundadora da User Magazine, uma newsletter sobre tecnologia e cultura on-line, escreveu que o bloqueio do antigo Twitter por descumprimento de uma ordem judicial do ministro Alexandre de Moraes, do STF, equivaleria ao incêndio da Biblioteca de Alexandria nas comunidades de fãs. O exagero da metáfora ajuda a dimensionar a força vocal dos brasileiros nas redes.

— As contas brasileiras ressuscitaram sozinhas programas de televisão, filmes, músicas e celebridades americanas — publicou Lorenz.

A chantagem e sabujice - Bernardo Mello Franco

O Globo

Capitão e aliados usam mote “Brasil acima de tudo”, mas bajulam quem ataca o país

O tarifaço de Donald Trump contra o Brasil é um ato de chantagem em favor da impunidade de Jair Bolsonaro. Em carta enviada a Lula, o presidente dos EUA anunciou uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros. Ao justificar a medida, cobrou o fim “imediato” do processo contra o aliado no Supremo Tribunal Federal.

Bolsonaro é réu por tentativa de golpe. Arquivar a ação sem julgá-lo não é uma alternativa. Ao exigir que o Judiciário se dobre à sua vontade, Trump agride as instituições brasileiras e trata o maior país da América Latina como uma república de bananas.

Além de tudo, ruim de mira - Eliane Cantanhêde

O Estado de S. Paulo

Trump deu a Lula uma chance de ouro de recuperar apoios políticos e popularidade

Com sua megalomania, impulsividade e imprevisibilidade, Donald Trump deu a Lula tudo o que ele precisava para recuperar apoio político e popularidade: um inimigo externo e um discurso. Um discurso catalisador, resumido no slogan que o Planalto produziu, mas terceirizou para seus militantes e aliados massificarem nas redes sociais: “Lula quer taxar os superricos, Bolsonaro taxa o Brasil”. É assim, unindo o “pobres contra ricos” com a “defesa da soberania”, que Lula tem sua grande chance de sair das cordas.

O ataque às universidades - Simon Schwartzman

O Estado de S. Paulo

Os problemas de elitismo e ameaças à autonomia se referem a dilemas fundamentais das universidades em qualquer parte do mundo

As universidades dos Estados Unidos estão entre as melhores do mundo, segundo as diversas avaliações internacionais, graças à qualidade da pesquisa, à formação que dão a seus estudantes e seu impacto na economia e na sociedade. Só as universidades Harvard, Chicago e Berkeley têm cada uma mais de cem ganhadores de Prêmio Nobel, entre professores e ex-alunos. Graças às parcerias que estabelecem com empresas e governos, são corresponsáveis pelas principais inovações científicas nas áreas de saúde, engenharia e computação, e seus departamentos de economia, ciências sociais e literatura são fontes permanentes de novas ideias e interpretações sobre a sociedade e a cultura. Não é à toa que tantos países tratam de copiar seu modelo, com suas escolas de pós-graduação, parcerias com o setor produtivo e formas modernas de gestão, e que estudantes de todo o mundo compitam para estudar lá. E, no entanto, elas estão sendo violentamente atacadas pelo governo de Donald Trump, que as acusa de discriminar os que não concordam com as doutrinas que propagam; discriminar contra americanos brancos, em detrimento de estrangeiros e membros de supostas minorias; e de antissemitismo, por permitirem que professores e alunos mobilizem-se contra as políticas do governo de Israel em Gaza. Além disso, são acusadas de gastar mal o dinheiro que recebem e de não pagar os impostos que deveriam.

Inflação mais baixa. Até quando? - Celso Ming

O Estado de S. Paulo

A inflação de junho, relativamente mais baixa, de 0,24%, veio dentro do esperado, mas não reflete uma melhora significativa da economia interna. Agora, é preciso observar que tipo de impacto o tarifaço do presidente Donald Trump sobre o Brasil pode produzir nos preços internos.

O despejo de moeda pelo governo continua intenso, como indica o avanço do rombo fiscal neste exercício e a expectativa de aumento nos dois anos seguintes, diante da omissão do governo e da baixa vontade política de atacar a gastança.

Ordem mundial - Laura Karpuska

O Estado de S. Paulo

Cordell Hull repetia que livre-comércio era aliado da estabilidade e tarifas altas alimentavam conflitos

A ordem mundial em que vivemos hoje nasceu, em grande parte, do horror da Segunda Guerra Mundial. Construiu-se, então, um novo arranjo geopolítico que buscava também um novo pacto civilizatório. A criação da ONU, do FMI, do Banco Mundial e do GATT – que mais tarde se tornaria a OMC – veio acompanhada da fundação do Estado de Israel e de uma nova configuração de alianças militares, comerciais e diplomáticas.

Um país confiável - José Sarney*

Correio Braziliense

A verdade é que, no momento, estamos vivendo um excesso de crises. E, nesses momentos, as instituições têm de ser muito fortes para não serem atingidas

Quando do término da elaboração da Constituição de 1988, tive a oportunidade de dizer que, embora não fosse perfeita, tínhamos de concluí-la para que a nossa Carta Maior coroasse a transição democrática e assegurasse que o país fizesse da melhor maneira a travessia de um regime autoritário para um regime de liberdade absoluta. Nesse sentido, era crucial promulgar a Constituição possível.

Assim, ressaltei que a nossa Constituição era híbrida, parlamentarista e presidencialista, o que sem dúvida provocaria no tempo conflitos de competência entre um Poder e outro. E agora estamos assistindo a essas disputas entre o Legislativo e o Executivo, além da recorrente acusação de ativismo judicial contra o Supremo Tribunal Federal (STF), que estaria invadindo a competência do Congresso.

Bolsonarismo entrega bandeira a Lula – Jocélio Leal

O Povo (CE)

O discurso dito patriótico do bolsonarismo age contra a pátria. Dá de ombros para o que pudesse ser um rascunho da ideia de Estado. Ignora a temporalidade dos governos versus o interesse nacional, este acima do governante de plantão. As manifestações com bandeira do Brasil erguida junto com bandeiras estrangeiras, como EUA e Israel, já dizem de há muito o quão raso é aquele oceano

A ignorância dói. Imaginem uma mobilização de militantes republicanos - incluindo parlamentares e o governador de um estado importante - contra os interesses dos Estados Unidos. Bem comparando, é o que se dá hoje no ataque tarifário norte-americano sobre o Brasil. Os Bolsonaro, o PL e o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), um pré-candidato à Presidência, se juntaram para celebrar o tarifaço. Sem nenhuma cerimônia, esta cena se repete desde a quarta-feira quando da divulgação do panfleto endereçado pelo presidente Trump ao presidente Lula. 

O discurso dito patriótico do bolsonarismo age contra a pátria. Dá de ombros para o que pudesse ser um rascunho da ideia de Estado. Ignora a temporalidade dos governos versus o interesse nacional, este acima do governante de plantão. As manifestações com bandeira do Brasil erguida junto com bandeiras estrangeiras, como EUA e Israel, já dizem de há muito o quão raso é aquele oceano.

Tarcísio de Freitas entre a vassalagem e a presidência - Guálter George

O Povo (CE)

A coisa caminha para exigir que o governador se decida entre a lealdade absoluta a Jair Bolsonaro e a missão que o eleitorado paulista entregou ao elegê-lo em 2022, que é cuidar dos interesses de São Paulo

Convenhamos, é desconfortável a situação política atual do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Há pouca dúvida de que seja, hoje, o nome de melhor recepção como alternativa de candidatura à presidência em 2026 para representar as forças políticas mais à direita, juntando desde o segmento dado como moderado até os extremistas reunidos em torno do bolsonarismo. O bloco completo do antipetismo, enfim.

Acontece, porém, que um projeto eleitoral de Tarcísio no próximo ano somente parece viável, nas condições atuais, trazendo para o movimento também o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua capacidade de gerar votos. Demonstrada, aliás, com ele próprio em São Paulo, em 2022, quando sua candidatura ao governo de São Paulo foi inventada e acabou por dar certo, garantindo-lhe a posição de protagonismo na qual se encontra agora.

Trump cria armadilha à direita – Dora Kramer

Folha de S. Paulo

Ao penalizar o Brasil, o celerado do Norte pode jogar população contra Bolsonaro e companhia

Donald Trump não sabe nada de Brasil. Demonstra-se um fingidor quando resolve penalizar o país, com ameaça de taxar em 50% nossos produtos, falando em déficit numa realidade em que os Estados Unidos são superavitários na relação comercial.

Isso na economia. Na política, então, o presidente norte-americano é mais que um amador nas questões brasileiras.

É um desinformado, característica que alia à má-fé.

Trump precisa de professor de lógica - Hélio Schwartsman

Folha de S. Paulo

Tarifaço ao Brasil não ajuda nem Bolsonaro nem a busca por superávits perseguida pelos EUA

Não é de assessoria política, econômica e nem mesmo da ajuda de um profissional de saúde mental que Donald Trump precisa agora. O que ele deveria fazer é convocar com urgência um professor de lógica para auxiliá-lo na Casa Branca, pois suas ações estão mais erráticas do que o habitual.

Se o objetivo do presidente americano é ajudar Jair Bolsonaro, então a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros é uma péssima escolha. É zero a chance de a ameaça tributária aliviar a situação jurídica do capitão reformado no STF.

Trump expõe custo de Bolsonaro para a direita - Igor Gielow

Folha de S. Paulo

Lula ganha ativo eleitoral com ataque inédito do americano, mas também corre risco

O inaudito ataque de Donald Trump ao Brasil, após meses ignorando solenemente a relação com o país, transformou o presidente americano em ator central da corrida eleitoral do ano que vem.

Não há precedente histórico para o ocorrido, embora seja importante lembrar que o americano costuma reverter suas decisões mais drásticas em pouco tempo, como parte de sua propalada técnica de negociação passivo-agressiva —que até aqui só logrou trazer balbúrdia ao cenário global.

Na eleição de 2022, bolsonaristas se queixaram da nota da embaixada americana defendendo o sistema eleitoral contestado pelo então presidente, mas perto da carta de Trump aquilo foi um sussurro.

Perde de imediato Jair Bolsonaro (PL), que já declarou ter em Trump seu ídolo político. A coincidência de arco narrativo dos dois populistas sempre foi notável, na ascensão, na queda, na contestação institucional com toques golpistas.

Petra Costa expõe presença evangélica na direita golpista - Marcos Augusto Gonçalves

Folha de S. Paulo

'Apocalipse nos Trópicos', criticado por usar Silas Malafaia como fio condutor, mostra sistema de crenças em apoio a bolsonarismo

Uma falha involuntária do documentário "Apocalipse nos Trópicos", de Petra Costa, não deixa de ter consequências para a discussão sobre o lugar do chamado mundo evangélico no universo social e político brasileiro. Anterior aos dados do Censo, o filme e seu personagem condutor, o pastor Silas Malafaia, assumem que os evangélicos no Brasil, em crescimento acelerado, já ultrapassariam 30% da população.

As apurações recentes do IBGE revelaram um freio nessa expansão —que, na realidade, chegou a 26,9% da população. Essa reversão de expectativas quanto a um país fadado a se tornar majoritariamente evangélico, como imaginavam alguns, passa a ser um ponto a considerar no entendimento da cena religiosa no país. Um dos aspectos é o triunfalismo de certa elite de pastores que ascendeu em vertentes pentecostais por meio do business da fé e passou a arregimentar fiéis para sustentar um projeto político teocrático de ocupação do Estado com evidente viés reacionário. A ideia de fazer do Brasil um país "governado por Jesus" parecia questão de tempo.

Um sociólogo em busca de contradições

Paulo Nogueira/ Jornal Unesp

Agraciado como Personalidade Acadêmica no próximo prêmio Jabuti Acadêmico, José de Souza Martins discute, em entrevista ao Jornal da Unesp, as linhas que orientam sua extensa produção no campo da Sociologia e a persistência da escravidão na sociedade brasileira

No último dia 23 de junho, a Câmara Brasileira do Livro (CBL) anunciou o sociólogo José de Souza Martins como Personalidade Acadêmica da segunda edição do Prêmio Jabuti Acadêmico. Professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, Martins é autor de uma vasta e diversificada obra que compreende mais de 40 livros e capítulos publicados no Brasil e no exterior.

Três desses livros foram vencedores do prêmio Jabuti na categoria Ciências Humanas: Subúrbio (Editora Unesp), A Chegada do estranho (Hucitec Editora) e A aparição do demônio na fábrica (Editora 34). Curador do prêmio Jabuti Acadêmico e ex-reitor da Unicamp, Marcelo Knobel afirmou que a indicação é “um reconhecimento justo para quem tanto se dedicou e contribuiu para estudar a sociedade contemporânea brasileira”. 

Seu último livro, publicado pela Editora Unesp, Capitalismo e Escravidão na Sociedade Pós-Escravista, analisa o fenômeno da servidão contemporânea e sua importância dentro do sistema de produção capitalista, um tema ao qual o pesquisador dedicou boa parte de sua trajetória profissional. Durante 12 anos (1996 a 2007), Martins atuou como representante das Américas na Junta de Curadores do Fundo Voluntário da ONU contra as Formas Contemporâneas de Escravidão. Em 2002 coordenou voluntariamente uma comissão da Secretaria de Direitos Humanos do Ministério da Justiça que elaborou o Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil e Escravo.

Nesta entrevista para o Jornal da Unesp, Martins discute as linhas de pesquisa que têm orientado sua extensa produção acadêmica, que ele descreve como “conjunto complexo de linhas conexas de investigação sociológica”, além de analisar algumas das causas da persistência da escravidão na sociedade brasileira.

Entrevista de do Presidente Lula - JN/ Globo

 

Poesia | O mapa, de Mario Quintana

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Música | Kleiton & Kledir - Corpo e Alma