O Globo
No sétimo mês de governo, Lula declarou que
não demitiria Nísia Trindade do Ministério da Saúde. “Tem ministros que não são
trocáveis. Tem pessoas e funções que são uma coisa da escolha pessoal do
presidente da República”, disse. “A Nísia não é ministra do Brasil, ela é minha
ministra”, acrescentou.
A titular da Saúde estava na mira do Centrão,
que tentava derrubá-la para pegar a chave do cofre do SUS. Sem filiação
partidária, ela conseguiu resistir aos torpedos disparados do Congresso. Ontem
sucumbiu ao fogo amigo do Planalto.
Nísia passou dois anos e dois meses no cargo. Enfrentou diversas crises, mas só se tornou “trocável” quando pesquisas apontaram um tombo na popularidade do governo. Transformada em bode expiatório, ela viu sua cadeira virar alvo de cobiça no PT. Agora será substituída pelo deputado Alexandre Padilha, que deixa o abacaxi da articulação política para assumir um dos maiores orçamentos da Esplanada.