Retrocesso na PM de São Paulo deve preocupar o país
O Globo
Outrora exemplo para resto do Brasil,
corporação paulista sofre reviravolta que traz risco a políticas de sucesso
Num momento em que o Brasil enfrenta crise na
segurança pública, a Polícia
Militar de São Paulo — outrora exemplo para o país — vive dias
turbulentos, dentro e fora dos quartéis. Nesta semana, o governador Tarcísio de
Freitas (Republicanos) exonerou, com uma só canetada, o
subcomandante da PM e trocou mais da metade dos coronéis da cúpula da
corporação. As decisões causaram insatisfação na tropa e foram vistas como
reflexo da interferência política do secretário de Segurança Pública, Guilherme
Derrite (PL-SP).
É certo que mudanças na PM, explicadas oficialmente por “conveniência de serviço”, podem até se justificar tecnicamente. Mas reviravoltas dessa natureza trazem risco enorme para uma corporação que se profissionalizou nas últimas décadas, especialmente depois do Massacre do Carandiru, em 1992, com resultados incontestáveis.