quinta-feira, 5 de junho de 2014

O 'mistério' desfeito: O Estado de S. Paulo - Editorial

Não conseguindo tapar o sol com peneira, mas tentando achar uma sombra para se proteger dos seus raios, nos últimos tempos a presidente Dilma Rousseff e o seu padrinho, Luiz Inácio Lula da Silva, deram de tratar como um mistério insondável a "difusa inquietação" dos brasileiros com tudo e mais alguma coisa. É bem verdade, concedem, que o País não está no melhor dos mundos. Mas, apressam-se a reparar, o mundo lá fora também não está uma maravilha, principalmente o chamado Primeiro Mundo, cujos problemas econômicos, aliás, são a causa de nossa menos que perfeita situação.

Fechando o círculo, alegam que, ainda assim, as coisas estão de longe melhores do que eram antes de serem eleitos e de resgatarem da pobreza milhões de brasileiros. Em suma, o pessimismo que paira sobre o País como uma nuvem disforme não tem causas reais, objetivas, mensuráveis. Vai ver, acusa Lula, é coisa insuflada pela mídia, no seu papel de partido de oposição e no afã de ver o relógio da história andar para trás, com a tomada do poder pelas forças que pregam abertamente a adoção de "medidas impopulares". Pena que os descontentes os desmintam quando se lhes pede para dizer o que pensam, sem lhes perguntar como votariam se a eleição fosse hoje.

Foi o que fez o respeitado Pew Research Center, um dos principais institutos de pesquisa dos Estados Unidos, que a partir de 2010 tem tomado o pulso das populações de 82 países, entre eles o Brasil. A mais recente sondagem que a entidade realizou no País ouviu 1.003 pessoas entre 10 e 30 de abril. O resultado espantou os próprios patrocinadores do levantamento. "O nível de frustração expressado pelos brasileiros em relação à direção de seu país, sua economia e seus líderes não tem paralelo em anos recentes", afirma o Pew. Foi como se o Brasil tivesse passado por uma crise ou ruptura institucional, a exemplo do Egito, comenta Juliana Horowitz, a responsável pelo trabalho.

O núcleo da mudança, que dá origem à comparação, foi a multiplicação dos insatisfeitos com a situação do Brasil. No ano passado, eram 55% dos entrevistados, praticamente o mesmo índice de 2012 (nos primeiros meses do governo Dilma, eram 46%). São agora 72%, grosso modo 3 em 4 brasileiros. De "difuso", o descontentamento não tem nada. As pessoas estão zangadas - e sabem perfeitamente com o que. Com o estado "ruim" da economia, para começar, responderam 67% (ante 36% em abril de 2013). Ou, trocando em miúdos, com a inflação. A carestia foi citada como o maior problema do País por 85% dos ouvidos - superando a criminalidade e o atendimento médico (83%). E surpreendentes 72% destacaram a falta de empregos.

Como seria de esperar, o desempenho da presidente em relação aos problemas econômicos do País foi reprovado por 63% dos entrevistados. Mas, como talvez não fosse de esperar, ainda pior é a avaliação de seus atos diante de oito outros problemas-chave. Em face da corrupção, por exemplo, Dilma foi criticada por 86% da amostra. Ela também foi reprovada no quesito "preparação para a Copa do Mundo", por 2 em cada 3 entrevistados. O público condena a própria "Copa das Copas" que a presidente prevê com temerário otimismo. O torneio é "ruim" para o Brasil, julgam 61% das pessoas, porque "tira dinheiro dos serviços públicos". Metade desse contingente (32%) discorda, porque a Copa "cria empregos". No "país do futebol" é pouco torcedor.

Chama ainda a atenção a queda muito acima da média da instituição "governo nacional", em comparação com outras oito. A parcela dos que o reprovam disparou de 47% em 2011 para 75% agora. Não está claro se essa variação foi alimentada pelos protestos do ano passado, mas a pesquisa mostra uma nítida divisão de opiniões sobre as manifestações (48% contra, 47% a favor). Divididos também estão os brasileiros em relação à presidente: 51% disseram ter uma opinião favorável sobre ela; 49%, o contrário. (A margem de erro do levantamento é de 3,8 pontos.) Diante das razões da insatisfação dos brasileiros, é um alento para a candidata. Aécio Neves é bem visto só por 27% e Eduardo Campos, por 24%. Eles vão ter de tornar mais conhecidos os seus presumíveis atributos.

Brasília-DF - Denise Rothenburg

- Correio Braziliense

Curto-circuito
Os aliados do governo e o próprio PT identificaram mais um problema capaz de tirar votos da presidente Dilma Rousseff entre o empresariado que atua no Nordeste. É que está para vencer o contrato entre a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) e as empresas, que permite às indústrias ditas eletrointensivas (que consomem muita energia) pagarem US$ 40 o megawatt em vez de comprarem diretamente no mercado distribuidor. Se o benefício não for prorrogado, muitas podem sair da região ou reduzir a atividade por lá, o que representa benefício eleitoral direto para Dilma. Estão nesse barco Salgema, Vale, Gerdau e outras.
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O PMDB e o PT tentam fazer essa renovação dentro da MP 641, que regulamenta o setor elétrico. A área de energia do governo, representada pelo Ministério de Minas e Energia e pela Aneel, resiste a essa prorrogação para conseguir ampliar a arrecadação da Chesf no mercado. O governador da Bahia, Jaques Wagner, tenta reverter os estragos eleitorais. A proposta de renovação está nas mãos da presidente, que ainda não bateu o martelo.

Gatos escaldados...
É bom a população das 12 cidades sedes da Copa ir se acostumando a ver policiais do Exército nas ruas, cuidando da segurança. A ordem da presidente Dilma é usar tudo o que estiver ao alcance para evitar problemas e oferecer esses serviços aos governadores e prefeitos.
Não dá para arriscar e ver repetir o que houve no passado em São Paulo, com os ataques do PCC.

Leitura de alguns aliados
A pequena diferença de intenção de voto entre Dilma e Lula registrada nas últimas pesquisas deixou nos políticos a sensação de que o PT está perdendo parte do cheque especial. Isso quer dizer que a ajuda de Lula pode não somar muito mais em caso de desgaste de material.

Enquanto isso, no PMDB...
Em reunião da bancada de deputados ontem, dos 37 presentes, 20 falaram. Três defenderam a aliança com o PT. Nos bastidores, entretanto, todos dizem que prevalece a vontade de dar um voto de confiança ao vice-presidente Michel Temer aprovando a aliança.

Cadê os tubarões?!!!
O deputado baiano Luiz Argôlo (SDD) tem repetido em telefonemas aos colegas que quer falar o mais rápido possível. A todos tem dito que é "bagrinho": "Estou aqui no primeiro mandato. Você acha que sou eu que mando na Petrobras?" Faz sentido.

Área Vip/ A presidente Dilma Rousseff planeja oferecer um almoço em São Paulo aos chefes de Estado presentes à abertura da Copa da Fifa. O local e o número de convidados ainda não foram fechados. A ideia é evitar aqueles que adoram uma boca livre.

Olho na tabela/ O PDT antecipou a data da convenção nacional para 10 de junho. Finalmente! Afinal, no dia da abertura da Copa, ninguém quer saber de discurso.

Momento celebridade I/ Chamou a atenção o caloroso abraço que a rainha dos baixinhos, Xuxa Meneghel, deu no senador Aécio Neves quando estava no plenário do Senado. Depois, quando se sentou à Mesa Diretora, só se levantou para cumprimentar o ex-presidente e senador José Sarney, de quem é amiga.

Momento celebridade II/ O ator Marcos Palmeira organiza para breve um jantar de representantes da classe com Eduardo Campos e Marina Silva. Palmeira, entretanto, dispensou a participação na campanha como candidato por causa de contratos assumidos anteriormente.

Painel - Bernardo Mello Franco (interino)

- Folha de S. Paulo

Montando a retranca
Preocupado com a CPI mista que investigará o cartel do metrô, o governo de São Paulo começou a treinar os parlamentares do PSDB escalados para defendê-lo. Ontem foram ao Congresso Marcio Aith, subsecretário de Comunicação, e Roberto Pfeiffer, representante da Corregedoria do Estado. Uma das propostas foi vincular o delator do esquema, Everton Rheinheimer, ao deputado estadual Simão Pedro (PT). A ordem é reduzir os danos à campanha de Geraldo Alckmin à reeleição.

O calo aperta O presidente do PSDB paulista, Duarte Nogueira, defendeu atenção redobrada à CPI. "Sabemos que o PT tentará usá-la para atacar nosso governo." O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), também foi à reunião.

Desfalque Os tucanos lamentam não poder contar com o deputado Carlos Sampaio (SP) na defesa do governo paulista. Ele já estava escalado para a fustigar o Planalto na CPMI da Petrobras.

Venda casada Alckmin combinou o programa semanal de rádio do governo às inserções partidárias do PSDB. Nos dois espaços, anunciou um programa contra o crack.

Já ganhei Um empresário espanhol perguntou ontem ao candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, se deveria tratá-lo por "ministro". "Pode me chamar de governador", respondeu o petista, que marcou 4% no último Datafolha.

Esqueci Antes de dar palestra a convidados da agência EFE,Padilha foi instado pelo mediador a abordar a aliança com Paulo Maluf (PP) e a menção a seu nome na Operação Lava Jato da PF. O petista falou por mais de meia hora, mas não deu uma palavra sobre os dois temas.

Pito O presidente do PT paulista, Emidio de Souza, enquadrou deputados estaduais dispostos a aliviar com o colega Luiz Moura, que se reuniu com integrantes do PCC. Avisou que o partido precisa mostrar rigor no caso.

Com que roupa Os tucanos do Rio vão hoje à festa do PMDB local para Aécio Neves sem saber quem terão que apoiar na disputa estadual. Caberá ao mineiro escolher entre Luiz Fernando Pezão (PMDB) e Cesar Maia (DEM).

Feirão Apesar do avanço nas alianças, a campanha de Dilma acha que PP, PSD e PR negociarão com seus adversários até a véspera do registro das candidaturas. Para valorizar os passes, é claro.

Ingresso na mão O governo federal determinou reforço de segurança no acesso às arenas da Copa. A meta é evitar que manifestantes se misturem aos torcedores.

Bolsa Cimento Líderes da base e da oposição comemoraram, no salão azul do Senado, uma manobra que deve poupar grandes empreiteiras na CPMI da Petrobras.

Quase lá Marina Silva, que queria lançar um ambientalista da Rede ao governo de Minas, ainda não formalizou apoio a Julio Delgado (PSB). Mas já gravou uma mensagem ao lado dele e de Eduardo Campos para o programa do partido na TV.

Esotérica A ex-ministra Gleisi Hoffmann (PT-PR) adotou um ritual curioso: só apresenta projetos de lei no Senado em períodos de lua crescente. "Se influencia as marés, também pode influenciar a política...", justifica.

Ânimo! Apesar de alertar para dificuldades na campanha, João Santana disse a aliados de Dilma que o nível de confiança do eleitorado na presidente ainda é forte.

Visita à Folha Aldo Rebelo, ministro do Esporte, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Paulo Rossi, assessor de imprensa.

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Tiroteio
"O governo tucano não trata transporte como prioridade. Queremos ver no Metrô a mesma vontade que ele tem para gastar com a Copa."
DO PRESIDENTE DO SINDICATO DOS METROVIÁRIOS, ALTINO PRAZERES, sobre os motivos que levaram à falta de acordo entre a categoria e a estatal paulista.
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Contraponto
Fazendo a cuia roncar

No frio de ontem em Porto Alegre, os repórteres gaúchos queriam saber o que o pernambucano Eduardo Campos (PSB), que visitava a cidade, fará para se aproximar do eleitor do Estado. O candidato do PMDB ao governo do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, se adiantou:

--Ele já tomou chimarrão! E a cuia até roncou!

Antes que fosse acusado de usar o mate como arma de marketing, o presidenciável brincou com os jornalistas:

--Eu acho muito bonito quando vocês chegam na minha terra e tomam água de coco. Então não me reprimam com o meu chimarrão!

Diário do Poder – Cláudio Humberto

- Jornal do Commercio (PE)

• Empreiteiras negociam blindagem nas CPIs
Grandes empreiteiras brasileiras, enroladas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, estão negociando a blindagem dos seus respectivos presidentes, para que não venham a ser convocados para depor na CPI Mista da Petrobras. Pela rigorosa nova Lei Anticorrupção, em vigor desde janeiro, os presidentes respondem pelos atos de corrupção de suas empresas, em razão do princípio do “domínio do fato”.

• Negociantes
Indóceis com a escassez de dinheiro para campanha, em razão de investigações recentes da PF, políticos negociam o alcance das CPIs.

• Nervosismo
Donos de empreiteiras como Camargo Corrêa, Odebrecht, Queiroz Galvão estão à beira de um ataque de nervos, com o caso Lava Jato.

• Fundo do poço
Projeto do deputado Vicentinho (PT-SP), de inspiração equina, quer proibir a importação de livros para coibir a “evasão de divisas”.

• Disco arranhado
Na reunião de ontem, a bancada do PMDB na Câmara se dedicou ao hobby predileto: falar mal do presidente do Senado, Renan Calheiros.

• Dilma suaviza e Merkel endurece com os EUA
A presidenta Dilma, por recomendação do Itamaraty, decidiu amaciar as relações do Brasil com os Estados Unidos. Em entrevista ao New York Times, ela insinuou que o mal-estar gerado pela espionagem da NSA já foi “superado”. Ao contrário, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, inflexível em questões de princípio, acha que a espionagem americana, da qual também foi vítima, não pode ser esquecida.

• Inquérito aberto
O jornal Der Spiegel confirmou que a Alemanha quer investigar a fundo a espionagem. O procurador federal Harald Range já abriu inquérito.

• Paz e amor
Dilma confirmou a Simon Romero, do NYT, que encontrará Joseph Biden, vice de Obama, que vem ao Brasil para o jogo EUA x Gana.

• Preocupação
A constatação de rejeição de metade do eleitorado à presidenta Dilma, no Sudeste, instalou o pânico no comando de campanha do PT.

• Exigência do PPS
O presidente do PPS, Roberto Freire, avisou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que o partido só aceitará Gilberto Kassab (PSD) na chapa caso ele rompa com Dilma para apoiar Aécio Neves (PSDB-MG) ou Eduardo Campos (PSB-PE).

• Ninguém merece
Quem estiver interessado, é só conferir no cupom fiscal da padaria, onde a referência é obrigatória por lei: o governo “morde” 15,73% de cada pão francês que vai à mesa dos brasileiro, a título de impostos.

• Fadiga de material
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) ganhou confiança maior para disputar o governo do Rio de Janeiro após receber pesquisas indicando que os adversários representam o que o eleitor rejeita: a política velha.

• Viajando na maionese
O líder da minoria, Domingos Sávio (PSDB-MG), ironiza as declarações do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) de que nação indígena não tem fronteiras: “Deve estar se baseando no Tratado de Tordesilhas…”.

• Senador Geddel
Em campanha para senador, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) repete o mantra, sempre que encontra um eleitor: “Você terá em Brasília um senador para chamar de seu!”

• O veterano e o novato
No dia 25, o ministro Joaquim Barbosa completa 11 anos no Supremo Tribunal Federal. No dia seguinte, o mais novo integrante do STF, Luís Roberto Barroso, completará seu primeiro ano na Corte.

• Cada um por si
Centenas de colecionadores e esportistas podem ser presos a qualquer momento por porte de armas, com a bagunça do setor do Exército, em Brasília, que há meses dificulta o registro legal. Já os bandidos…

• Chega de sacrifício
Contrariando a vontade do PV, a vice-prefeita de Salvador, Célia Sacramento, sinalizou ao partido que prefere sair candidata a deputada federal a ser vice de Eduardo Jorge na disputa pela Presidência.

• Flor de lótus
Dilma confessou que não sabe por que a economia não cresce. Deve ser influência da teoria do guru japonês Akimiko Nunsei.

Panorama político – Ilimar Franco

- O Globo

‘Carta ao Mercado’
Embalado pela estagnação da economia, o presidenciável Aécio Neves (PSDB) lançará uma “Carta ao Mercado”, propondo “um choque de mudança”, como definiu um tucano. Aécio quer sinalizar aos empresários que é contra o intervencionismo e que cumprirá as metas de crescimento. A carta está sendo elaborada por Antonio Anastasia e pelo time de economistas do PSDB.

Vai e volta
O PSDB reabriu conversas com o PSD pela indicação de Henrique Meirelles a vice de Aécio Neves. As negociações passam pela chapa de Geraldo Alckmin ( PSDB) e Gilberto Kassab (PSD), em São Paulo, estimulada por Aécio

Uma folga da política
A cidade-sede que mais receberá turistas brasileiros para os jogos da Copa do Mundo será Brasília: 17% dos torcedores, seguida por São Paulo, para onde viajarão 14% dos turistas; Belo Horizonte, 13%; Rio, 11%; e Fortaleza, 10%. Os dados são de pesquisa concluída ontem pelo Ministério do Esporte, que ouviu 6.842 brasileirosde 26 de maio a 3 de junho. Dos torcedores, 38% conseguiram comprar ingressos para um jogo; 21%, para dois; e 11%, para três ou quatro partidas. Deles, 42% viajarão de carro, e 35%, de avião. A maioria se hospedará em hotéis: 42%, em econômicos; 33%, de primeira classe; e 5%, de luxo. Outros 18% reservaram pousadas e hostels.

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“O Congresso tem de parar de acreditar que há conflito entre a democracia representativa e a direta. Propor a extinção dos conselhos, porque eles poderiam ser aparelhados, é absurdo”
Henrique Fontana (PT-RS)
Líder do governo na Câmara
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Dia de deputado
O medalhista olímpico Fernando Scherer, o Xuxa, passará o dia hoje em imersão na Câmara dos Deputados. Candidato pelo PSB de São Paulo, terá aulas sobre o processo legislativo, o trabalho das comissões e as votações. Quer fugir do perfil da campanha de Tiririca (PR), campeão de votos em 2010, que dizia não saber o que faz um deputado.

Cenário no Rio
Pesquisa encomendada pelo PMDB ao GPP Instituto mostra a presidente Dilma com 32,9% no Rio, o dobro de Aécio Neves (PSDB), 16%. Eduardo Campos (PSB), 7,1%, está empatado tecnicamente com Pastor Everaldo (PSC), 6,1%.

Vai feder
A uma semana da Copa, o governo do Distrito Federal está preocupado com a repercussão sobre o maior lixão em funcionamento no país. Ele já deveria ter sido fechado, mas o governo teve problemas com a licitação do aterro sanitário, suspensa pelo Tribunal de Contas. O ganhador ofereceu preço maior do que o segundo colocado.

Torcida ou discurso
Eduardo Campos foi aconselhado por integrantes do PSB a mudar a data da convenção que oficializará sua candidatura a presidente e de Marina Silva a vice. Será dia 28, quando, possivelmente, o Brasil disputará as oitavas.

No DNA
A Câmara aprovaria ontem a troca do nome da Ponte Rio-Niterói de Costa e Silva para Betinho. O deputado Alexandre Leite (DEM-SP) pediu vista. Jandira Feghali (PCdoB) se irritou com o colega: “Está no DNA do DEM a defesa da ditadura”.

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PAULO SKAF (PMDB), candidato ao governo de São Paulo, recebeu apoio do PDT, que indicará o vice, e do PROS. Ambos negociados por Michel Temer

Ana Moura - 'Os Búzios'

Fernando Pessoa: Poema em linha reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado
[sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe — todos eles príncipes — na vida…

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos — mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Opinião do dia: Gilvan Cavalcanti

Reconhecer que derrotar o atual bloco no poder não é coisa fácil.

Já em abril afirmava que uma das opções para derrotar o bloco governista seria estimular, trabalhar na desagregação, na formação de dissidência e deslocá-la para o campo opositor.

O que era uma possibilidade se transformou em realidade.

Um bom caminho é estabelecer aproximação com os dirigentes das forças de oposição e das partes que se desprenderam do bloco no poder.

Que esse movimento seja percebido e compreendido nas respectivas bases para haver uma convergência efetiva de votos no segundo turno.

O papel do PPS seria facilitar esse diálogo, buscar convergências de programas.

Acenar para a sociedade que um novo pólo está se constituindo no país – a antiga oposição (PSDB, PPS e DEM) e a oposição dissidente (REDE/PSB, etc.).

Essas conversas seria preciso ter impacto nas discussões internas do PSDB - como principal força da oposição- e também nos demais agrupamento do novo pólo.

Gilvan Cavalcanti é membro da direção nacional do PPS. “Quinze teses sobra a conjuntura”. Rio de Janeiro, 17 de outubro de 2013

Brasileiro teme alta de preços mais que corrupção

• Para 85%, a inflação é um grande problema no país

• Pesquisa do instituto americano Pew Research Center mostra insatisfação generalizada

Levantamento do Pew Research Center, um dos mais importantes institutos de pesquisa dos EUA, mostra que, para os brasileiros, a inflação é um problema maior do que a corrupção: 85% apontaram a alta de preços como preocupação, acima dos 78% que mencionaram os políticos corruptos. Pela primeira vez em quatro anos, a avaliação negativa da economia prevalece sobre a percepção positiva, com 67% das respostas. Para Juliana Horowitz, analista da pesquisa, “o nível atual de frustração que os brasileiros expressam não tem paralelo em anos recentes”.

Brasil: 72% de insatisfação

• Pesquisa americana mostra pessimismo com economia. Inflação preocupa mais que corrupção

Flávia Barbosa  – O Globo

WASHINGTON- O sentimento de frustração avançou consideravelmente entre os brasileiros no último ano, marcado por protestos generalizados, inflação em alta e baixo crescimento. Não tem precedentes nos anos recentes e contaminou negativamente a avaliação da população sobre os rumos do país, as condições da economia, o governo da presidente Dilma Rousseff e a Copa do Mundo, revela levantamento feito, entre os dias 10 e 30 de abril, pelo Pew Research Center, um dos mais importantes institutos de pesquisa dos Estados Unidos. Segundo a sondagem, divulgada ontem, 72% dos brasileiros se dizem insatisfeitos com a situação do país, e 85% apontam a escalada dos preços como preocupação central, superando temas como criminalidade (83%) e corrupção (78%).

Há 12 meses, 55% estavam insatisfeitos, pouco acima dos 50% de 2010, último ano do governo Lula e início da série histórica. A economia tem papel central no mau humor corrente. Dois terços (67%) dos 1.003 entrevistados no Brasil com mais de 18 anos consideram a situação econômica ruim, após quatro anos seguidos em que a percepção positiva foi amplamente dominante.

Em 2010, consideravam boa a situação da economia 62% dos brasileiros, percentual que chegou a 65% em 2012 e era de 59% no ano passado.

Em abril, apenas 32% dos pesquisados estavam satisfeitos com os rumos econômicos. Mas 63% acreditam que as condições vão melhorar nos próximos 12 meses.

— Se pegamos desde 2010, as avaliações sobre a situação geral do país e a economia não estavam alinhadas. A opinião sobre a economia deu uma guinada e certamente é o fator que alimentou o rápido pessimismo dos brasileiros — afirma a principal analista da pesquisa, Juliana Horowitz.

Depois da inflação, criminalidade e saúde (83%) e corrupção no meio político (78%) aparecem como principais desafios para os brasileiros. A falta de oportunidades de emprego (72%), o hiato entre pobres e ricos (68%) e a baixa qualidade das escolas (64%) completam a lista.

— Esses problemas sempre estiveram presentes.

O que chama a atenção é que o nível atual de frustração que os brasileiros expressam não tem paralelo em anos recentes — afirma Juliana, acrescentando que tamanho descontentamento, acumulado de forma tão rápida, só foi captado recentemente pelo Pew em países que passaram por revoluções, como o Egito.

Dilma tem desaprovação de 63%
Para Paulo Sotero, diretor do Instituto Brasil do Wilson Center, think tank sediado em Washington, o resultado aponta um quadro difícil para a reeleição de Dilma. Ele lembra que a economia brasileira terminou o primeiro trimestre estagnada (expansão de 0,2%) e pode estar em recessão.

— Terminado o futebol, as pessoas voltarão à realidade, e a inflação, particularmente, é um tema essencial nas eleições brasileiras — avalia Sotero.

Curiosamente, a melhor avaliação da presidente é na condução da economia. Ainda assim, 63% desaprovam sua gestão econômica, frente a 34% que a chancelam. Os números pioram para o governo Dilma nos outros oito temas consultados: pobreza (65% de desaprovação), preparação da Copa do Mundo (67%), educação e política externa (71%), transporte público (76%), saúde e criminalidade (85%) e corrupção (86%).

De forma geral, o país está dividido sobre Dilma: 52% acham a influência de sua Presidência negativa para o Brasil, ao passo que 48% a consideram positiva. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2010, recebeu a boa nota de 84% dos entrevistados. Brasileiros de maior renda e mais escolarizados desaprovam a presidente de forma mais contundente, mas mesmo nas classes de menor poder aquisitivo e educação a avaliação negativa se sobrepõe.

A sondagem, porém, revela que Dilma é, pessoalmente, mais apreciada que seus dois principais adversários este ano. Perguntados se tinham uma visão favorável ou desfavorável da presidente, 51% escolheram a avaliação positiva.

No caso do presidenciável do PSDB, Aécio Neves, 27% o veem favoravelmente, contra 53% negativamente. Em relação a Eduardo Campos, do PSB, 24% têm visão favorável e 47%, desfavorável.

Porém, um em cada cinco entrevistados ainda não tem opinião formada sobre Aécio, e um a cada quatro, sobre Campos. Lula, o político mais bem avaliado da sondagem (66% de visão favorável), apresenta-se como grande cabo eleitoral, assim como o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, que anunciou sua aposentadoria e é bem-visto por 60%. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sobre o qual 67% dos entrevistados têm visão negativa, recebe a pior avaliação.

Vários dos problemas que mais atormentam os brasileiros estiveram no centro das manifestações que tomaram as ruas do país no último ano.

No entanto, o levantamento do Pew mostra fadiga com o movimento: 47% consideram os protestos uma boa coisa, por terem jogado os holofotes sobre deficiências relevantes do país, enquanto 48% acham que eles foram nocivos.

Copa terá impacto negativo para 39%
O impacto da Copa do Mundo, um dos catalisadores da insatisfação nas ruas, é considerado negativo por 61% dos entrevistados, devido aos recursos públicos que o evento dragou e que poderiam ter sido investidos em serviços públicos.

Apenas 34% afirmam que o Mundial será benéfico, por girar a economia e criar empregos.

O efeito da Copa para a imagem do Brasil perante o mundo não é uma unanimidade. Quase
quatro em cada dez pessoas ouvidas (39%) acham que o impacto será negativo, enquanto 35% avaliam que será positivo e 23%, nulo.

Os brasileiros também acreditam que o Brasil deveria ser mais respeitado internacionalmente, opinião de 76% dos entrevistados. Porém, menos pessoas afirmam que o Brasil é ou se tornará uma das nações mais poderosas do mundo: o percentual combinado, que era de 77% em 2010, caiu a 59% este ano.

O Pew Research Center realiza pesquisas de sentimento em 82 países relevantes para os EUA, a fim de avaliar questões domésticas e temas de interesse americano. O Brasil, por exemplo, integrará levantamento sobre classe média no mundo emergente, a ser divulgado em setembro.

Nove siglas alegam que consulta pública deve passar pelo Legislativo

• Parlamentares argumentam que decreto do Planalto invade atribuição do Congresso

Mariana Haubert e Tai Nalon – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - Nove partidos se mobilizam para tentar derrubar o decreto editado pela presidente Dilma Rousseff que obriga órgãos do governo a fazer consultas públicas antes de decidir sobre temas de interesse da sociedade.

Parlamentares alegam que o decreto invadiu a competência do Poder Legislativo --que, segundo eles, é o local adequado para que a sociedade se manifeste.

O líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), apresentou na semana passada um projeto de decreto legislativo que susta os efeitos do decreto presidencial. Para ser votado em plenário é preciso que os deputados aprovem antes a urgência da proposta.

Nesta terça-feira (3), sete partidos de oposição (DEM, SDD, PV, PSD, PSB, PPS e PSDB) e dois da base governista (Pros e PR) assinaram o pedido de urgência. A decisão de levar a matéria à votação depende do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

"Não somos contra os conselhos, mas isso precisa ser criado por projeto de lei ou por outra medida do Legislativo. A presidente passou por cima da nossa competência", afirmou Mendonça.

Na semana passada, o Planalto editou o decreto que obriga órgãos do governo a fazer consulta pública antes de decidir sobre temas de interesse da sociedade civil.

A decisão vale para todos os órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta, o que inclui ministérios, autarquias e até agências reguladoras.

A norma instituiu a chamada Política Nacional de Participação Social (PNPS), com o objetivo de "consolidar a participação social como método de governo" e aprimorar "a relação do governo federal com a sociedade".

O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) atribuiu à oposição "leitura eleitoral" dos atos do Executivo.

"Eu queria fazer um apelo para que as pessoas, pelo menos nesse caso, tirassem aquilo que eu chamei de clivagem eleitoral, de leitura apenas eleitoral de cada ato do governo", declarou.

Segundo o ministro, o decreto é "regulamentador" porque o Poder Executivo não está criando algo novo. "O que a presidenta Dilma fez é um processo que ajuda no funcionamento e para dar mais eficácia àquilo que os conselhos produzem", disse.

"Eu só posso entender como ou desconhecimento ou excessivo debate de processo eleitoral a interpretação que se dá de que a Dilma está querendo fazer um processo de ditadura no Brasil, de ofender o Legislativo", acrescentou.

Partidos montam frente para barrar criação de conselhos populares

• Dez bancadas querem votar com urgência projeto para derrubar decreto que obriga órgãos públicos a consultar movimentos sociais

Daiene Cardoso e Rafael Moraes Moura - O Estado de S. Paulo

Dez partidos na Câmara dos Deputados decidiram apoiar pedido de urgência na votação de um projeto de decreto legislativo que pretende barrar os conselhos populares criados por decreto da presidente Dilma Rousseff.

Na semana passada, Dilma publicou um decreto que cria nove instâncias de negociação e comunicação com a sociedade civil. O texto, que institui a Política Nacional de Participação Social (PNPS) e o Sistema Nacional de Participação Social (SNPS), regula a relação do governo com os setores organizados. Os integrantes não serão remunerados e as propostas apresentadas não precisam necessariamente ser levadas adiante pelo poder público.

Para a oposição, o decreto seria uma forma de burlar a democracia representativa e permitiria o “aparelhamento” desses conselhos por aliados do governo. O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), apresentou o projeto que revoga o decreto presidencial. Além do DEM, PPS, PSDB, PR, PRB, Solidariedade, PV, PSB, PSD e PROS concordaram em votar o requerimento de urgência para análise da proposta.

“O presidente da Câmara afirmou que até amanhã (hoje) dará posição sobre a inclusão da urgência da minha proposta na pauta. Essa medida de Dilma Rousseff é inconstitucional, antidemocrática e uma afronta ao Congresso Nacional”, disse Mendonça.

O governo nega que o decreto afronte a Constituição e espera que o Legislativo mantenha a criação dos conselhos. “Não acredito que o Congresso Nacional praticará esse ato de simplesmente querer anular aquilo que é uma conquista histórica da democracia brasileira, que é a participação social. Eu queria fazer uma apelo para que as pessoas, pelo menos nesse caso, tirassem aquilo que eu chamei da ‘clivagem eleitoral’, da leitura apenas eleitoral de cada ato do governo”, disse o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral).

Bom, mas... No Rio, a pré-candidata a vice-presidente do PSB, Marina Silva, defendeu a criação dos conselhos, mas criticou o momento em que isso foi feito. “É fundamental que os governos façam coisas com as pessoas e não para as pessoas. Mas isso é para ser feito ao longo de toda uma vida, e não apenas vinculado à eleição”, disse. “Mas antes tarde do que nunca. Nada está sendo dado de presente”, afirmou a ex-senadora.

Eduardo Campos pede ajuda à classe artística para a campanha

• Segundo o pré-candidato, antes de gravar depoimento, ele precisa da ajuda para chamar a sociedade brasileira para o debate

Cássio Bruno – O Globo

RIO - O pré-candidato à Presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, fez um apelo à classe artística, na noite desta terça-feira, no Jockey Club Brasileiro, na Gávea, Zona Sul do Rio, para que o ajude nas eleições de outubro. O ex-governador de Pernambuco participou de um jantar com artistas ao lado da pré-candidata a vice em sua chapa, a ex-senadora Marina Silva.

- Nós precisamos de ajuda! Antes do voto, de gravar depoimento, do engajamento, precisamos da ajuda para chamar a sociedade brasileira para o debate e para animar a juventude. O Brasil está no caminho perigoso para a democracia, para a economia e para os mais pobres que não conquistaram quase nada - discursou Campos, que à tarde visitou o centro cultural do AfroReggae, em Vigário Geral.

O encontro foi promovido pelo tio do pré-candidato, o diretor de cinema Guel Arraes. A imprensa não teve acesso ao local e foi proibida de fazer imagens do evento a pedido dos convidados, segundo informaram os organizadores. Boa parte dos artistas, produtores culturais e diretores de cinema, TV e teatro têm contratos de patrocínio com instituições ligadas ao governo Dilma Rousseff, que tentará a reeleição pelo PT, como Caixa Econômica Federal e Petrobras.

Eduardo Campos fez duras críticas ao governo federal. Ele lembrou da crise da Petrobras e do setor energético. Segundo o ex-governador, ele e Marina optaram “pelo caminho mais duro”.

- Foi uma decisão de não nos integrarmos a conveniência do poder pelo poder. Vamos pelo caminho mais duro. Precisamos mostrar que a sociedade deve participar dessa eleição mais do que qualquer outra. Há um esforço de quem está no poder para que a sociedade não participe e para que a juventude ache que não vale a pena - afirmou ele, que respondeu a perguntas da plateia.

O pré-candidato também lembrou:

- Estamos há quatro meses (das eleições) para uma decisão importante que vai definir as conquistas do futuro do Brasil.

Em seu discurso, Marina Silva atacou a área ambiental do governo Dilma. Segundo a ex-senadora, a escolha da aliança com Eduardo Campos foi uma tentativa de evitar a “estagnação do poder pelo poder”.

- Não foi apenas uma opção de palanque. Foi uma questão de legado para fazer com que a política se renove e para evitar a estagnação do poder pelo poder - disse ela.

No fim, Marina declarou aos convidados:
- Esse jovem governador (Eduardo Campos) sabe da responsabilidade que está sobre os seus ombros.

Na lista de presentes estavam Marco Nanini, Marcos Palmeira, Beth Goffman, Eriberto Leão e Alceu Valença.

Campos é tão fundamental para derrotar o PT quanto Aécio, diz Roberto Freire

Valéria de Oliveira - Portal do PPS

O presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), afirmou, após reunião da Executiva Nacional do partido em Brasília, nesta terça-feira (03), que “Eduardo Campos é tão fundamental quanto Aécio Neves para derrotar o PT”.

O que Freire chamou de “transição” do governo petista para um novo horizonte político pode ser feito, na avaliação do deputado, com maior facilidade com Campos, que deixou a base aliada, do que com Aécio, “que representa uma oposição mais consolidada”.

Segundo Roberto Freire, “é preciso compreender que não se derrota um governo sem atrair bases que eram desse governo e que querem uma nova alternativa, como busca hoje a sociedade brasileira”.

Foi essa sociedade, avaliou o presidente do PPS, que elegeu Dilma “e que hoje busca agora um novo caminho”. No entender de Freire, os eleitores escolheram Dilma embalados pelo boom da economia e pelo clima de euforia do governo Lula.

“Agora essas pessoas estão começando a ver que, com Dilma, as coisas pioraram muito e elas passam a entender que muitos dos problemas atuais são fruto da irresponsabilidade do governo Lula”, ponderou Roberto Freire.

As duas candidaturas da oposição – Eduardo e Aécio –, na opinião do parlamentar, são mais estratégicas do que a união dos dois postulantes à Presidência da República no primeiro turno. “Se fosse apenas uma candidatura, perderíamos a chance de um segundo turno no qual os dois estarão unidos, trabalhando juntos, com amplas chances de vitória”.

Segundo Freire, o PPS vem perseguindo o objetivo de fazer a campanha de Eduardo Campos nos estados. “Se puder fazer isso com os partidos que o apoiam em nível nacional, ótimo. Mas o partido é livre para fazer as coligações que julgar apropriadas nos estados, desde que estejam no campo da oposição (ao governo federal)”.

Freire informou que ainda não é possível definir as perspectivas do PPS nas eleições de 2014 porque existem candidaturas majoritárias que podem se tornar proporcionais e vice-versa. “Vamos ficar com a ideia de que o partido deve eleger mais de 20 deputados federais, que é mais concreta no momento" , afirmou.

Campos visita AfroReggae e ataca política nacional de segurança pública

• O pré-candidato à presidência da República defendeu a criação de um Sistema Nacional de Segurança, nos moldes da Saúde e da Assistência Social

Cássio Bruno – O Globo

RIO — Em ritmo de campanha, o pré-candidato a Presidência da Republica pelo PSB Eduardo Campos visitou na tarde desta terça-feira o Centro Cultural do AfroReggae, na favela de Vigário Geral, zona norte do Rio, que é dominada pelo tráfico de drogas. Ao lado da ex-senadora Marina Silva, que será a vice em sua chapa, Campos atacou a política nacional de segurança pública do governo da presidente Dilma Rousseff, pré-candidata à reeleição pelo PT. Segundo o ex-governador de Pernambuco o governo federal é omisso em relação ao tema.

— O governo federal corre desse tema de segurança, se omite. Não coloca recursos, não discute um pacto federativo para fortalecer e formar um sistema nacional de defesa social e segurança pública — criticou o socialista.

Aos jornalistas, Campos defendeu a criação de um Sistema Nacional de Segurança, nos moldes da Saúde e da Assistência Social. O pré candidato, no entanto, negou criar um ministério de Segurança Pública caso seja eleito. O ex-governador também defendeu as manifestações no período da Copa do Mundo, mas sem violência.

— O Brasil não conseguiu construir e consolidar um sistema nacional de segurança. Não se pode ter um sistema apenas para quando houver uma Copa do Mundo. O povo está precisando de mais segurança — afirmou ele.

Eduardo Campos evitou criar polêmica após as declarações do deputado federal Alfredo Sirkis (PSB-RJ). Em entrevista ao GLOBO, Sirkis disse que Campos está conduzindo de forma bizarra e negligente a sua pré-campanha no estado do Rio.

— O Sirkis vai ser ouvido e vai dar a contribuição dele — disse Campos, que defendeu a pré-candidatura do deputado federal Miro Teixeira (PROS) ao governo fluminense. — Nenhuma campanha decolou ainda. Essa é uma fase de diálogo e preparação.

Campos e Marina chegaram ao AfroReggae por volta das 16h, e foram recebidos por um grupo de crianças do projeto, que fizeram uma apresentação de percussão. Os dois também visitaram as instalações do Centro Cultural criado após a chacina de Vigário Geral, em 1993. Eles foram recepcionados pelo idealizador do projeto, José Júnior, que chegou ao local acompanhado por seguranças e por policiais do CORE (Coordenadoria de Recursos Especiais), que fazem sua segurança após ter recebido ameaças de morte.

Além de Marina, Campos estava acompanhado por assessores e pelo prefeito de Petrópolis, Rubens Bontempo (PSB). O grupo assistiu apresentações de dança, teatro e música. Em fevereiro deste ano, o pré-candidato à presidência pelo PSDB Aécio Neves, esteve na sede do AfroReggae na Lapa.

Dissidências da base aliada é a tendência, diz Eduardo Campos

Italo Nogueira – Folha de S. Paulo

RIO - O presidenciável Eduardo Campos (PSB) disse nesta terça-feira (3) que as dissidências regionais de partidos da base aliada do governo federal "é tendência" porque o governo federal está perdendo "apoio popular".

"A tendência é que isso se reproduza em vários Estados na medida em que o governo vai perdendo apoio popular", disse Campos, após visita à sede do AfroReggae na favela Vigário Geral, na zona norte do Rio.

No Rio, o pessebista recebe apoio do pré-candidato ao governo Miro Teixeira (PROS), cujo partido é parte da base aliada da presidente Dilma Rousseff. Boa parte dos deputados do PMDB e do PP do Rio apoiarão o senador Aécio Neves (PSDB), divergindo da orientação nacional.

"Na medida em que vai se aproximando o processo da campanha, a sociedade vai descolando claramente da continuidade e ir no caminho da mudança, é natural que muitos da base de sustentação vá descolando para a mudança", disse o pessebista.

Segurança
Campos criticou a política de segurança pública do governo federal. Ele disse que o "governo federal corre do tema da segurança, se omite".

"Não coloca recursos, não discute com o pacto federativo o que tem que ser discutido e forma um sistema nacional de defesa social e segurança pública. É isso que nós queremos formar. Assim como tem o sistema nacional de saúde, na assistência social. Um sistema para o qual todos contribuam para que a gente reduza o medo que há hoje na sociedade. Não pode ter um sistema só quando tem Copa do Mundo. Tem que ter para quando não tem Copa e o povo precisa de segurança."

O pessebista, contudo, afirmou que não há necessidade de criação de um ministério para tratar exclusivamente do tema. Atualmente, há uma Secretaria Nacional de Segurança Pública, subordinada ao Ministério da Justiça.

"Não se trata de ministério, até porque a questão da segurança é muito mais amplo do que só a visão repressiva."

Marina defende consulta pública, mas diz que iniciativa federal é eleitoreira

Italo Nogueira – Folha de S. Paulo

RIO - A ex-ministra Marina Silva, pré-candidata a vice-presidente pelo PSB, defendeu nesta terça-feira (3) as consultas públicas determinadas em decreto editado pela presidente Dilma Rousseff para que órgãos federais decidam.sobre tema da sociedade civil.

Marina, contudo, disse que a criação da Política Nacional de Participação Social (PNPS) –nome oficial da medida– está vinculada ao "processo eleitoral".

"A participação social é algo muito bom. Obviamente isso deve ser feito ao longo de toda uma vida e não apenas um processo vinculado ao processo eleitoral. Tem que ser uma inovação na gestão pública. Poderia ter sido feito antes, afinal de contas, temos doze anos desse governo", disse Marina, após visita à sede da ONG AfroReggae, na favela Vigário Geral, na zona norte do Rio.

Partidos da oposição (PSDB, PPS, DEM, SDD, PV, PSD e PSB) e da própria base, como PROS e PR, criticaram a medida. Um grupo de parlamentarestenta derrubar o decreto. Congressistas dizem que o governo passou por cima do Legislativo ao estabelecer as novas regras por decreto, e não por projeto de lei, que teria necessariamente de passar pelo crivo do Congresso.

O presidenciável Eduardo Campos (PSB), companheiro na chapa de Marina, não se posicionou sobre o tema.

"Estou ainda fazendo uma análise aprofundada sobre o tema para fazer nos próximos dias uma fala", disse Campos, poucos antes de Marina no mesmo evento.

O PNPS foi instituído, de acordo com o governo, com o objetivo de "consolidar a participação social como método de governo". Assinado no último dia 26 de maio, o decreto determina que sejam criados conselhos, a realização de conferências nacionais, entre outras formas de participação.

Marina afirmou que quando ministra do Meio Ambiente buscou estimular a participação de universidades, gestores públicos e movimentos sociais na discussão sobre programas da pasta. Ela disse que ainda não analisou os termos do decreto, mas que defende as consultas.

"Não tive ainda como analisar no detalhe. A ideia de participar é sempre boa. Mas é um esforço da sociedade. Não é nada que esteja sendo dado de presente."

Marina cobra do PSB candidatura própria em SP

• Vice de Campos avalia que aliança com Alckmin favoreceria projeto do PSDB

Sérgio Roxo – O Globo

SÃO PAULO — Vice na chapa de Eduardo Campos, a ex-senadora Marina Silva cobrou do PSB uma candidatura própria ao governo de São Paulo e disse que uma aliança do partido com o governador tucano Geraldo Alckmin no estado favoreceria o projeto nacional do PSDB, encabeçado por Aécio Neves.

Marina destacou na manhã desta terça-feira que, na sua primeira conversa com Campos, em outubro do ano passado, quando acertou a adesão ao projeto do PSB, foi definida a necessidade de a legenda ter uma chapa na eleição paulista.

- No dia que eu conversei com o Eduardo pela primeira vez no dia 4 (de outubro), uma das coisas que nós discutimos foi exatamente a necessidade de ter candidatura própria nos lugares mais importantes, principalmente em São Paulo.

Na avaliação da pré-candidata a vice, a definição de palanques exclusivos para Campos evoluiu desde então nos estados mais importantes, entre eles o Rio, onde o PSB apoiará Miro Teixeira (PROS) e em Minas, onde a legenda rompeu o acordo com o PSDB e lançará o deputado Júlio Delgado.

- Caberá ao PSB de São Paulo decidir se quer fortalecer esse projeto que todos estão fortalecendo nacionalmente ou se quer fortalecer o projeto do PSDB.

Marina acha que a questão deve ser tratada como "prioridade" pelo partido no estado.

- Obviamente eu não consigo imaginar como o estado mais importante, com a relevância que tem, não fará o mesmo (que os outros estados e definir um candidato próprio).

O presidente do PSB de São Paulo, Márcio França, avalia que se a decisão sobre o rumo o do partido na eleição for levada para a convenção, a proposta de apoiar Alckmin deve sair vitoriosa.

Aécio lidera no DF com 24,5%

• Levantamento realizado na última semana no DF mostra que tucano mineiro venceria a presidente Dilma numa disputa em segundo turno

Denise Rothenburg – Correio Braziliense

BRASÍLIA - Pesquisa do Instituto Dados realizada entre 24 e 30 de maio, com 3 mil eleitores do Distrito Federal, mostra que, se depender dos brasilienses, a disputa será acirrada tanto no plano local quanto no federal, com a vantagem para o senador Aécio Neves (PSDB-MG), na campanha presidencial e para o ex-governador José Roberto Arruda na corrida pelo Buriti. Mas ninguém venceria no primeiro turno pelos números obtidos pela consulta.

Na pesquisa estimulada, registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número TSE BR-00138/2014 e no TRE -00010/2014, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) aparece na liderança, com 24,5% dos votos, enquanto a presidente Dilma Rousseff (PT) ficou na segunda posição, com 18,9%. Eduardo Campos, do PSB, obteve 10%, o pastor Everaldo (PSC) ficou com 2,9%, Randolfe Rodrigues (PSol), 1,9%, e Eduardo Jorge (PV), 0,8%.

No plano local, Arruda surgiu com 23,1% de preferência, e o governador Agnelo Queiroz (PT), candidato à reeleição, alcançou 16,4%. O senador Rodrigo Rollemberg (PSB) obteve 10,5%, Toninho do PSol, 5,2%, e o deputado Luiz Pitiman, do PSDB, 3,3%. Chama atenção o percentual daqueles que não souberam dizer em quem vão votar ou não responderam: 23,4% — praticamente o mesmo daqueles que pretendem votar em Arruda. Os votos nulos e brancos também atinge índice alto: 18,1%. A margem de confiança é de 95% e a de erro, 1,8%.

A pesquisa espontânea, aquela em que o eleitor diz em quem votará sem consultar uma lista prévia, indica que todos precisarão caminhar muito ainda para ter a fidelidade do eleitor em 5 de outubro. No plano federal, a presidente Dilma Rousseff aparece com 13%, enquanto Aécio Neves fica com 11,2%; Eduardo Campos, 3,8%; Pastor Everaldo foi citado por 0,3% do total da amostragem, menos que Lula, o não-candidato que sempre é citado nessas amostragens, com 1,8%. Randolfe Rodrigues surge com o mesmo que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (0,1%).

Empate
No plano local, a espontânea indica Arruda e Agnelo praticamente empatados. O ex-governador obteve 10%, enquanto Agnelo ficou com 9,5%. Distante deles aparece o ex-governador Joaquim Roriz, que não é candidato, citado por 3,6% dos entrevistados. Rollemberg ficou om 2,5% e Reguffe, que se coloca como pré-candidato ao Senado, foi mencionado por 1% os entrevistados, seguido por Pitiman e Toninho do PSol (0,8%).

No cenário da pesquisa estimulada sem Arruda, Agnelo lidera com 17%, enquanto Rollemberg fica com 12,3%, Toninho do PSol, 6,3%, e Liliane Roriz (PSD), 5,7% — praticamente empatada com Pitiman, 5,4%. Entre os pré-candidatos ao Senado, Reguffe lidera com 24,5% no cenário com Magela (PT, 11,2%), Gim (PTB, 8%), Alberto Fraga (DEM, 7%) e Eduardo Brandão (PV, 4,6%). O atual governador aparece com um índice de rejeição de 28,7%, enquanto Arruda ficou com 17,4, e Liliane Roriz, 9,9%. A rejeiççao mais baixa é a de Rollemberg (3,7%), Luiz Pitiman (4,6%) e Toninho do Psol (4,7%).

Para Campos, governo só dá prioridade à segurança na Copa

• Pré-candidato do PSB visita ONG em favela do Rio e critica governo federal por ‘omissão’ no combate à violência

Luciano Nunes leal - O Estado de S. Paulo

RIO - O pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, afirmou nesta terça-feira, 3, na favela de Vigário Geral, zona norte do Rio, que o governo federal não pode dar atenção à segurança pública apenas em eventos internacionais, como a Copa, que começa na próxima semana.

“O governo federal corre desse tema da segurança, se omite. Não coloca recursos com o pacto federativo para formar um Sistema Nacional de Defesa Social e Segurança Pública em que todos contribuam para reduzir a sensação de medo da sociedade”, afirmou o ex-governador de Pernambuco, depois de uma visita de pouco mais de uma hora ao Centro Cultural AfroReggae. O grupo foi criado logo após a chacina de Vigário Geral, em 1993, que matou 21 pessoas da comunidade. “Não pode ter sistema (de segurança) só quando tem Copa do Mundo”, disse.

Campos definiu o AfroReggae como “uma bela experiência de como uma cultura pode salvar vidas”. Entre outras atividades, o grupo desenvolve um programa de inserção social de ex-presidiários e de resgate de jovens que trabalham para o crime organizado. Vigário Geral não está entre as 38 áreas do Rio que já receberam Unidades de Polícia Pacificadora (UPP).

O ex-governador defendeu a criação de um Sistema Nacional de Segurança Pública que integre União, Estados e municípios, nos moldes do que há em assistência social e saúde. A Constituição define segurança como responsabilidade dos Estados, mas a oposição cobra mais ações da União. O governo, por sua vez, alega ajudar os Estados com repasses.

Fronteiras. Ao citar que a droga é uma das grandes responsáveis pelo crescimento da violência, Campos defendeu que “o primeiro enfrentamento tem que ser da União”. “O efetivo da Polícia Federal nas fronteiras foi reduzido nos últimos anos.”

Ao contrário do pré-candidato do PSDB, Aécio Neves, Campos disse que não pensa em criar um Ministério da Segurança Pública. O tucano defendeu a inclusão da “Segurança Pública” no nome oficial do Ministério da Justiça.

Campos estava acompanhado da pré-candidata a vice Marina Silva. Ele viu apresentações de grupos de música, dança e teatro e tentou aprender a manejar uma mesa de som com o DJ Nino Leal, professor do AfroReggae.

Direção do PROS deve sepultar candidatura de Miro no Rio

• Miro Teixeira está fora

Ilimar Franco - O Globo

A direção nacional do PROS deve sepultar amanhã a candidatura do deputado Miro Teixeira ao governo do Rio. Os parlamentares do partido estão rebelados, pois não creem na viabilidade eleitoral de Miro. Nem consideram que uma coligação nas eleições para a Câmara e a Assembleia garante a reeleição de seus atuais representantes. Os dirigentes do PROS vão se reunir para tratar da questão.

A tentativa agora, ao lado do PSB, é a de fechar uma aliança com o candidato do PT, senador Lindbergh Farias. Desde a semana passada, o próprio Miro está conversando diretamente com Lindbergh sobre a formação desta aliança. Os entendimentos caminham para que a coligação PROS-PSB indique o candidato ao Senado da chapa. Este nome pode ser Miro Teixeira ou o do deputado Romário (PSB).

--Tenho interesse nessa aliança. Temos um vice, o Roberto Rocco, do PV. Mas tem a vaga ao Senado -- disse Lindbergh.

Esta solução ainda depende do aval do candidato do PSB ao Planalto, Eduardo Campos. E também de uma manifestação da direção nacional do PT, pois Lindbergh poderá ter de abrir seu palanque para a chapa Eduardo Campos/Marina Silva. Se tudo der errado com o PT, o PROS ainda tem a alternativa de apoiar o deputado Anthony Garotinho, nome do PR ao governo.

'Péssimo humor' de empresários afetou economia, diz Lula

• Ex-presidente se reuniu com Dilma para avaliar economia e sugeriu evitar o tema crescimento na campanha eleitoral

• Lula também reclamou de discrepâncias nas avaliações feitas por assessores e cobrou diagnóstico mais preciso

Andréia Sadi, Valdo Cruz e Natuza Nery – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - Após se reunir com Dilma Rousseff em Belo Horizonte, na sexta-feira (30), o ex-presidente Lula fez o seguinte diagnóstico a interlocutores: foi o "péssimo humor empresarial" que derrubou o PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre.

O crescimento de 0,2%, divulgado pelo IBGE no mesmo dia, é o pior desde o terceiro trimestre de 2013, indicando desaceleração da economia.

A conversa entre Lula e Dilma, num hotel da capital mineira, durou 40 minutos. Os dois analisaram os números do PIB divulgados pelo IBGE e avaliaram que o governo precisa adotar medidas para destravar os investimentos.

Para o petista, a presidente tem se esforçado para recompor pontes com o empresariado, mas precisa fazer mais. "A avaliação é que dá tempo de reverter, não totalmente, mas o suficiente para quebrar esse aparente consenso contra ela", diz um interlocutor de Lula.

Para auxiliares da presidente, a rejeição só aumentará "sem uma sinalização de que o jogo será diferente a partir de 2015"". Entre os conselheiros de Lula, a inflação é apontada como um dos principais problemas do momento da economia.

Lula e Dilma voltaram a se encontrar na segunda-feira (2), para participar de reunião de coordenação da campanha presidencial no Palácio da Alvorada.

No encontro, o petista e os demais integrantes da cúpula petista afirmaram ser impossível vender o paraíso quando a economia mundial não vai bem --principalmente os Estados Unidos, que estão numa recuperação bem mais lenta do que o previsto.

O ex-presidente também alertou sua candidata à reeleição para não cair na armadilha de discutir "crescimento" com os adversários, críticos da baixa evolução do PIB nos últimos anos.

Segundo a Folha apurou, a avaliação feita na reunião no Palácio da Alvorada é que a desaceleração é um fenômeno mundial, não ocorre só no Brasil.

Também estavam no Alvorada o presidente do PT, Rui Falcão, o ex-ministro Franklin Martins, o marqueteiro João Santana, o ex-chefe de gabinete de Dilma Giles Azevedo, o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil), o tesoureiro da pré-campanha, Edinho Silva, e o ministro Paulo Bernardo (Comunicações).

Discrepâncias
Lula cobrou diagnósticos mais precisos de conjuntura, reclamando das discrepâncias de avaliações no grupo. Enquanto uns exibem mais otimismo, caso de Mercadante, outros projetam cenários eleitorais mais pragmáticos.

Para o ex-presidente, não adianta ficar "dourando a pílula", com alguns achando que tudo vai muito bem enquanto outros avaliam que vai muito mal. Para ele, o governo não está nem num lugar nem no outro.

Seguindo os conselhos de Lula, Dilma intensificou seus contatos com empresários. Reuniu-se recentemente por duas vezes com empresários da indústria e jantou com representantes do agronegócio.

Na quinta-feira (5), vai participar da reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado Conselhão, grupo que reúne empresários e trabalhadores para discutir o cenário econômico do país.

O governo prepara ainda reunião com o setor sucroalcooleiro, em crise com a perda de competitividade do etanol em relação à gasolina, por causa da política de retenção de preços. Está em análise o aumento do percentual de etanol na gasolina.

Partidos fecham alianças e revelam estratégia eleitoral

Cristian Klein – Valor Econômico

SÃO PAULO - A temporada de convenções partidárias definirá as candidaturas para as eleições de outubro entre a próxima terça-feira e o dia 30, mas os movimentos das quatro grandes legendas com vocação executiva estadual e nacional - PT, PSDB, PMDB e PSB - já podem ser antecipados. Levantamento feito pelo Valor mostra que o casamento entre o PT e o PMDB - apesar das brigas durante todo o primeiro semestre, especialmente no Rio de Janeiro - permanece firme e pode ser até ampliado em relação à disputa de quatro anos atrás. Nas eleições estaduais, as duas siglas terão apoio mútuo a seus candidatos a governador em até 12 unidades da Federação, enquanto em 2010 a relação ocorreu em nove Estados.

Neste ano, o PMDB toma o lugar que foi do PSB como o grande parceiro dos petistas no plano regional. O projeto presidencial do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos levou à quase completa separação entre PT e PSB. Há quatro anos, os dois partidos apoiaram seus candidatos a governador em 14 unidades da Federação, número que, desta vez, deverá ficar em um ou no máximo dois Estados.

A consequência para o jogo de alianças é o maior distanciamento entre o PMDB e o maior rival dos petistas, o PSDB, e uma tendência de aproximação dos tucanos com o PSB. Essa união só não é maior porque o grupo de Marina Silva, pré-candidata a vice na chapa de Campos, desfez acertos estaduais com o PSDB, cujo presidente nacional, o senador mineiro Aécio Neves, será adversário na corrida ao Planalto.

O consórcio PT/PMDB revela uma divisão estratégica e simbiótica de território. Cioso da importância para seu projeto prioritário - a eleição presidencial - os petistas terão candidatos próprios nos seis maiores colégios eleitorais (60% dos votos do país). No entanto, a partir do nono maior Estado, o Pará, os petistas cedem seu apoio à legião de caciques regionais pemedebistas: de Helder Barbalho (PA) a Renan Filho (AL), de Lobão Filho (MA) a Eduardo Braga (AM).

PMDB domina alianças estaduais do PT

Cristian Klein – Valor Econômico

SÃO PAULO - A menos de uma semana para o início da temporada de convenções, que vão sacramentar as alianças partidárias até o dia 30, os grandes movimentos dos quatro maiores partidos com vocação executiva nacional e estadual - PT, PSDB, PMDB e PSB - já estão, na prática, definidos no tabuleiro para as eleições de outubro. Todos - à exceção dos tucanos - terão mais candidatos a governador do que em 2010. Apesar da relação conturbada, PT e PMDB, sócios majoritários da coalizão no governo federal, vão reproduzir a parceria com ainda mais intensidade no plano regional, de acordo com levantamento do Valor. O apoio mútuo - que há quatro anos ocorreu em nove Estados - pode chegar a 12.
Em compensação, o projeto presidencial de Eduardo Campos levou à quase completa separação de corpos entre PSB e PT. Em 2010, as duas legendas apoiaram seus candidatos a governador em 14 unidades da Federação. A união agora ficará restrita a um ou, no máximo, dois Estados, ambos de eleitorado reduzido: o Acre e o Amapá.


O mapa das alianças mostra as prioridades dos partidos nesta eleição e, quando associada às escolhas nas últimas quatro disputas (1998, 2002, 2006, 2010), dá um panorama mais amplo, que pode surpreender. O Norte e o Nordeste - onde o PT obteve as votações mais expressivas ao eleger o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua sucessora Dilma Rousseff - são as regiões em que a sigla mais abdica de lançar nome próprio e cede apoio a outras legendas.

Mesmo com o aumento no número de candidaturas - de dez para pelo menos 13 - o PT só terá dois candidatos no Nordeste, como em 2010. Dos nove Estados da região, em seis o PT terá cedido mais do que ocupado a cabeça de chapa nas cinco eleições desde 1998. As exceções são Sergipe - onde agora o partido apoiará o PMDB -, Piauí (terceira candidatura em cinco disputas) e Bahia, que faz parte do grupo de oito unidades da Federação há tempos priorizadas pelos petistas.

Desde 1998, além da Bahia, a legenda sempre lançou candidatos em São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Acre. Esse núcleo duro reúne quase 42% do eleitorado do país. Desta vez, a sigla pode abdicar de concorrer no oitavo Estado, Rondônia, com apenas 0,79% dos eleitores brasileiros.

Caso isso ocorra, reforça a mesma tendência na região Norte, onde o PT cedeu mais do que lançou nome próprio em quatro dos sete Estados. As exceções, além de Rondônia, são o Acre - bastião petista conquistado em 1998 e comandado desde então pelos irmãos Viana -, e o Pará, que agora o partido abrirá mão em favor de Helder Barbalho (PMDB), filho do senador pemedebista Jader Barbalho. Além de tentar reeleger Tião Viana, a única candidatura confirmada na região é a de Ângela Portela, em Roraima. O petistas, no entanto, ainda cogitam lançar um concorrente em Rondônia (o deputado federal Padre Ton) e Tocantins (o ex-prefeito de Porto Nacional Paulo Mourão).

O "desprezo" do PT pelas regiões onde as votações presidenciais do partido são proporcionalmente maiores reflete uma estratégia racional. Nestes Estados, a legenda concede espaço a líderes, oligarquias e partidos de perfil regional, em troca de apoio parlamentar no Congresso, ao mesmo tempo em que preserva sua influência ao projeto prioritário: a eleição ao Planalto. Nestas regiões, dependentes dos recursos da União, o presidente da República é capaz de fazer uma "ligação direta" e receber o crédito por boa parte das políticas públicas mais importantes para o cidadão.

O PSDB, o outro polo na disputa presidencial, também apresenta padrão de candidaturas semelhante nas duas regiões, sem comprometer o seu desempenho ao Planalto. No Nordeste, os tucanos têm - como o PT - dois candidatos: o senador Cássio Cunha Lima, na Paraíba, e Eduardo Tavares, em Alagoas. Há menos probabilidade de um terceiro nome, o deputado estadual Daniel Coelho, em Pernambuco. Isso ocorreria em reação a Campos, que quebrou acordo com Aécio Neves pelo qual o PSB não lançaria candidato em Minas Gerais, reduto do adversário à Presidência. O senador mineiro, no entanto, tende a relevar a decisão, de olho no apoio de Campos caso chegue ao segundo turno. Em 2010, o PSDB concorreu em apenas três Estados nordestinos: Alagoas, Ceará e Piauí.


Na região Norte, os tucanos deverão ter três candidatos (Pará, Rondônia e Acre) menos do que os cinco de quatro anos atrás.

A concessão que PT e PSDB fazem a legendas aliadas no Norte e no Nordeste reflete também o reduzido peso eleitoral da maioria dos Estados destas regiões. O PT, por exemplo, pode bater o recorde de apoios a um só partido neste ano, ao ceder em mais de sete Estados ao PMDB. No entanto, não abrirá mão de ter concorrente próprio nos seis maiores colégios eleitorais, que reúnem 60% do total de votantes do país. São Estados essenciais - as principais bases para que candidatos a governador do partido ajudem a puxar a votação para presidente.

A partir do nono maior Estado, o Pará, é que o PT cederá à constelação de caciques regionais pemedebistas. Neste ano, o PMDB poderá lançar até 20 nomes a governador, 50% a mais que em 2010. Até metade deles pode ser apoiada pelos petistas. Em contrapartida, o PMDB apoiará o PT em apenas dois Estados - Minas Gerais e Distrito Federal e, talvez, em Mato Grosso - e na reeleição de Dilma à Presidência.

Assim, apesar de tantas divergências, a união dos dois partidos parece demonstrar um casamento simbiótico: o PT atende o PMDB em sua avidez pelo poder local e os pemedebistas entendem a prioridade dos petistas ao Planalto e a necessidade de competir nos grandes colégios eleitorais.

A aproximação com o PT nos Estados, por sua vez, vem afastando o PMDB do PSDB. Embora os tucanos tendam a aderir à reeleição de Luiz Fernando Pezão, no Rio, terceiro maior Estado, os apoios mútuos entre as siglas, que foram sete em 2010, podem se reduzir a até três neste ano.

Alinhamentos estratégicos à parte, os duelos entre as quatro grandes legendas ocorrerão em até um terço dos Estados. Os mais frequentes serão entre PT e PSDB e PMDB contra PSDB. Em três unidades da Federação - São Paulo, Goiás e Rondônia - a previsão é de embate entre candidatos de todos os quatro partidos.

Base dita ritmo de trabalho da CPI mista

• Em votação simbólica, comissão aprovou convocações de atual e ex-presidente da Petrobrás, de ex-diretores e de doleiro

Débora Álvares e Ricardo Brito - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - Mesmo com algumas ausências, a base governista conseguiu aprovar ontem 233 requerimentos na CPI mista da Petrobrás sem passar perto das indesejadas quebras de sigilo. Em número bem menor, a oposição chegou a pedir, sem sucesso, a abertura de informações do ex-diretor Nestor Cerveró e da MO Consultoria, empresa suspeita de ter sido usada pelo doleiro Alberto Youssef para distribuir propina a políticos e servidores públicos, mas acabou aceitando o ritmo impresso pelo calendário do relator Marco Maia (PT-RS).

Como previsto, deputados e senadores centraram as atenções em personagens, em detrimento das quebras de sigilo. Aprovaram em votação simbólica várias convocações, entre as quais a do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, de Youssef, além de Cerveró. A presidente da estatal, Graça Foster, e o antecessor no cargo, José Sergio Gabrielli, também serão chamados. Ainda não foi marcada a data dos depoimentos.

Pela manhã, na reunião da CPI exclusiva do Senado, o presidente Vital do Rêgo (PMDB-PB), que também comanda a CPMI, marcou para a próxima terça-feira, 10, o depoimento de Costa. Como tem ocorrido desde a instalação, há duas semanas, a tendência é que a reunião esteja esvaziada, especialmente por coincidir com a convenção do PMDB, marcada para a mesma data.

Além das convocações, o pacote aprovado tem um pedido para que a Justiça Federal do Paraná remeta para a comissão os dados referentes às quebras de sigilo bancário, fiscal e telefônico de investigados na Operação Lava Jato. O bloco de requerimentos inclui ainda pedidos de acesso a documentos que envolvem o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

Embora o deputado oposicionista Onyx Lorenzoni (DEM-RS) tenha sido atendido em seu pedido de exclusão de quatro requerimentos que se referiam à gestão do PSDB, um “cochilo” da oposição, segundo descrição de um membro da base, fez com que sobrasse um pacote. O requerimento 520 solicita à Agência Nacional de Petróleo (ANP) cópia de relatórios e demais documentos relativos ao acidente com a plataforma P-36. Ou seja, esse pedido foi aprovado sem que os oposicionistas percebessem. O caso da Repsol, porém, ficará de fora da investigação.

A previsão de trabalho ditada na reunião ignora boa parte da proposta apresentada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), que na primeira reunião da CPMI usou da prerrogativa de liderança “temporária” para se posicionar. O pré-candidato tucano à Presidência pediu a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Costa, Cerveró, Youssef e Gabrielli, assim como a das empresas MO Consultoria, Labogen, Piroquímica e Labogen Química.

O ex-gerente executivo Internacional da Petrobrás Luis Carlos Moreira da Silva afirmou ontem, em depoimento à CPI da Petrobrás do Senado, que a estatal tinha uma relação de “ganha-ganha” com a Astra Oil, sua sócia na compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). “Havia um consenso de que a parceria seria um bom negócio”, disse.

Merval Pereira - As razões do desânimo

- O Globo

Aprofundo aqui o comentário que fiz ontem em vídeo para O Globo a Mais. Dois estudos divulgados ontem revelam com detalhes as razões da insatisfação generalizada que pesquisas eleitorais já haviam ressaltado: o Pew Research Center, um dos mais importantes dos Estados Unidos, indica que 85% apontam a alta da inflação como a razão da insatisfação registrada na pesquisa. Dois terços dos entrevistados consideram a situação econômica ruim, em contraste com 59% que a consideravam boa no ano passado.

A corrupção no meio político, a Segurança e a Saúde são as maiores preocupações depois da inflação, segundo o Pew Research Center. Já a Pnad Contínua do IBGE mostra que a taxa de desemprego subiu para 7,1% no primeiro trimestre deste ano, mas revela situações graves em regiões do país como o Nordeste, onde o desemprego chega a 20% na faixa de 18 a 24 anos.

A taxa de desemprego entre os menos instruídos está em dois dígitos, enquanto entre os mais instruídos, com curso superior, ela fica em 4%, menor, pois, que o índice nacional.

A deterioração dos índices favoráveis ao governo impressionou os organizadores da pesquisa, que a realizam desde 2010, quando 50% dos pesquisados disseram-se insatisfeitos com o governo, em contraponto com o número atual de 72% de insatisfeitos. O nível de frustração dos brasileiros em relação à direção do país, a economia e seus líderes só tem paralelo em países que passaram por convulsões sociais, como o Egito, disse a analista brasileira Juliana Horowitz, uma das responsáveis pela pesquisa.

Para piorar a situação do governo, a melhor avaliação que a presidente Dilma consegue é na economia, onde 63% desaprovam sua gestão. Os outros setores da administração têm índices ainda piores: Saúde e combate à criminalidade, por exemplo, têm 85% de desaprovação; e combate à corrupção, 86%.

Já a pesquisa Pnad Contínua do IBGE mostra que as regiões em que a presidente Dilma tem o maior apoio são as que têm piores níveis de desemprego. A Região Sul, que tem sido hostil aos candidatos petistas nas últimas eleições, tem o menor nível de desocupação, de apenas 4,3%, taxa que vai a 2,4% na faixa daqueles que têm ensino superior.

No Nordeste, ao contrário, o desemprego ficou em 9,3%, acima da média nacional. A principal diferença entre a Pnad Contínua e a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) é a abrangência. Enquanto a PME acompanha o mercado de trabalho nas seis maiores regiões metropolitanas brasileiras, a Pnad Contínua tem dados de 3.464 municípios.

Mesmo o governo afirmando que a queda em relação ao último trimestre do ano passado não é um dado correto, pois não se comparam períodos do ano diferentes, outros dados confirmam a piora do mercado de trabalho. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de abril mostram que a indústria de transformação, em vez de contratar, como é característica do mês, cortou milhares de empregos.

O mês de abril teve também o pior índice de criação de empregos desde 1999, com uma queda de 46% em relação ao mesmo período do ano passado. O número de pessoas ocupadas com carteira assinada é inferior em 600 mil ao resultado do último trimestre de 2013.

São números que, reforçados por férias coletivas e cortes localizados de empregos devido ao crescimento pífio previsto para este ano — cerca de 1%, segundo a maioria das estimativas — e aos muitos feriados por causa da Copa do Mundo, indicam problemas à frente para a candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff no talvez único ponto forte de seu governo: a criação de vagas de trabalho.