Um dia após o governador Alckmin dizer que é contra o PSDB manter ministros no governo, Eliseu Padilha, braço-direito de Temer, disse que o partido “já não está mais na base aliada”. A decisão tem a anuência de Temer, que, em público, nega a saída. Ela será feita aos poucos, para garantir apoio dos tucanos às reformas.
Saída à moda tucana
Diante de sinais trocados do partido aliado, Padilha anuncia que PSDB deixou a bas
Eduardo Barretto, Geralda Doca / O Globo
-BRASÍLIA- O chefe da Casa Civil, ministro Eliseu Padilha, declarou formalmente que os tucanos não integram mais a base aliada do governo. Aparentemente deu fim, de forma objetiva, à disputa travada há meses entre as alas governista e independente do PSDB. A mensagem do braço-direito do presidente Michel Temer acabou sendo uma resposta à declaração do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que, na véspera, horas depois de virar candidato único à presidência do PSDB, anunciou que era contra o partido continuar com ministros no governo.
— O PSDB não está mais na base do governo. Vamos fazer de tudo para manter a base do governo e o projeto único de governo para 2018. O PSDB já disse que vai sair — afirmou Padilha.
Poucas horas após a declaração de Padilha, Temer participou de um almoço no Clube Naval de Brasília. O presidente evitou aproximar-se da imprensa, mas, à distância, perguntado sobre a situação do PSDB no governo, apenas sinalizou positivamente. No entanto, ao responder se o PSDB “saiu do governo”, fez um sinal de negativo com o dedo indicador.
De acordo com auxiliares do presidente, Temer não teria articulado com Padilha o pronunciamento sobre a saída do PSDB do governo, mas teria o mesmo entendimento:
— Time entrosado não precisa de treino — explicou esse auxiliar.