terça-feira, 21 de outubro de 2025

O que a mídia pensa | Editoriais / Opiniões

Trabalho por aplicativo não cabe na CLT

Por O Globo

Atividades da economia moderna exigem flexibilidade e não devem configurar vínculo empregatício

O IBGE traduziu em números uma realidade que os brasileiros constatam nas ruas, especialmente nos grandes centros urbanos: 1,7 milhão de brasileiros trabalhavam por meio de plataformas digitais em 2024, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. O número representa aumento de 25,4% em relação a 2022, quando somavam 1,3 milhão. No ano passado, esses trabalhadores correspondiam a 1,9% da população ocupada no setor privado (ante 1,5% em 2022).

Embora os entregadores ziguezagueando no trânsito das cidades com suas motos e os motoristas de aplicativos sejam a parte mais visível, o contingente vai bem além disso. A pesquisa do IBGE abrange diferentes categorias que se conectam aos clientes por meio de plataformas digitais, como diaristas, eletricistas ou médicos. Avanços tecnológicos e mudanças de comportamento da população tendem a ampliar o leque de atividades nesse setor que os americanos apelidaram gig economy. (algo como “economia sob demanda”).

Venezuela, o drama mora ao lado, por Fernando Gabeira

O Globo

É uma extensa vizinha, com que fazemos 2.199 quilômetros de fronteira, além de ser grande produtora de petróleo

É uma vizinha que não se pode ignorar, como muitos que morrem na metrópole sem que o morador ao lado perceba. É uma extensa vizinha, com que fazemos 2.199 quilômetros de fronteira, além de ser grande produtora de petróleo. Nas suas últimas crises, exportou mais de 500 mil refugiados para o Brasil num espaço de dez anos.

Acompanhei esse movimento de fuga em Pacaraima, Roraima. Ainda sigo a vida do país, por meio da imprensa de lá. Muita coisa acontecendo, principalmente as tropas americanas no Caribe, bem perto da Venezuela. São navios de guerra, 10 mil soldados, helicópteros, aviões F35 e até um submarino.

O mar revolto da Amazônia, por Míriam Leitão

O Globo

A licença do Ibama para a Petrobras perfurar a região contrapõe governo e ambientalistas às vésperas da COP30

Perfurar petróleo no mar da Amazônia sempre provocará polêmica. As quatro pessoas ouvidas pela coluna mostram isso. A presidente da PetrobrasMagda Chambriard, disse que o embate com o Ibama foi “muito proveitoso” e que, por causa dele, a estatal fez o “maior plano de emergência individual do mundo”. O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, lembra que o socorro em caso de vazamento, que ficava a 800 quilômetros, agora está a 170 quilômetros e já foi testado. Acredita que o instituto melhorou o projeto. O secretário-executivo do Observatório do Clima, Márcio Astrini, considera que anunciar isso a 20 dias da COP é uma forma de sabotar a conferência. A ex-presidente do Ibama, Suely Araújo, que negou a licença no governo Temer, alerta que no próprio documento fica claro que o modelo de dispersão do óleo está desatualizado.

A bolha, por Pedro Doria

O Globo

O crescimento é num único setor muito estreito, baseado numa única inovação

Existe uma bolha da inteligência artificial? Esse é um debate que vem consumindo os círculos no entorno do Vale do Silício há pouco mais de um mês. O anúncio de uma operação casada de Nvidia, Oracle e OpenAI acelerou a preocupação. Afinal, existem vários indícios cada vez mais fortes de que a economia americana se meteu num lugar inédito. O primeiro começa com as magnificent seven — as sete magníficas, companhias que ocupam as sete primeiras colocações na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) em valor de mercado. Por ordem: Nvidia, Microsoft, Apple, Google, Amazon, Meta e Tesla.

Em conjunto, as sete representam quase 35% do índice S&P 500, que reúne as 500 maiores companhias com capital aberto na NYSE e na Nasdaq. Tamanha concentração já ocorreu de forma similar no passado, mas nunca deste jeito. Por uns meses, em 1964, as sete maiores chegaram a valer perto de 30% do total. Entre 1973 e 1974, algo similar aconteceu. Mas não só representavam parte um tanto menor do conjunto, como havia uma diferença crucial. Nos anos 1960, naquele punhado de empresas, havia uma grande companhia telefônica, automobilísticas, petroleiras e até a IBM. Na década seguinte, a lista incluía ainda bancos e a GE. As sete pertenciam a muitos setores distintos. A ramos diferentes. Se houvesse uma crise do petróleo, como aliás houve, isso até aumentava o consumo de telefone. A ação de uma cai, a outra sobe.

Lula ante a ofensiva de Trump no continente, por Maria Cristina Fernandes

Valor Econômico

Como o Brasil vai se reaproximar dos EUA sem colocar em xeque a defesa da soberania do continente

A expectativa de um encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump na Malásia teve como preâmbulo a intensificação dos ataques americanos a embarcações venezuelanas e a elevação do tom contra o presidente colombiano, Gustavo Petro.

Empresários envolvidos na reversão das medidas contra o Brasil aguardam este encontro como o ponto de partida para as negociações de segundo e terceiro escalão dos dois governos e esta aposta pode se confirmar. A dúvida é até quando será possível avançar nesse sentido, com a reversão do tarifaço, da aplicação da Lei Magnitsky e da cassação de vistos, frente à ameaça de intervenções armadas no continente.

Parece claro o desafio posto à liderança brasileira ainda que, no Palácio do Planalto, a visão, pelo menos para o consumo externo, é de que o discurso para a região, pontuado por imigração, narcotráfico e contenção da China, já estava dado e antecede a distensão com o Brasil. Se o rumo da conversa for aquele desejado pelo Brasil, Lula, que tem se colocado contra uma solução militar no continente desde o discurso da abertura da Assembleia Geral da ONU, não precisaria escalar para uma postura de confronto. Esta distensão bilateral permitiria ao país ser ouvido para que a turbulência provocada pelos EUA no continente seja mitigada.

COP30: em meio à tempestade perfeita, por Daniela Chiaretti

Valor Econômico

A conferência ocorre entre eventos geopolíticos extremos e condições domésticas adversas

A COP30 não poderia acontecer em pior momento. Por onde se olhe, os sinais são ruins. A Conferência do Clima das Nações Unidas ocorre em meio a eventos geopolíticos extremos e condições domésticas adversas. É uma tempestade perfeita.

A menos de 20 dias do evento, os superlativos usados pelo presidente Lula e pelo governador paraense, Helder Barbalho, soam bizarros. Ambos disseram, nos últimos dias, que Belém sediará “a melhor COP do mundo”. Se for decente, está bom. Se for coerente com a pauta, será ótimo. Se conseguir algo que ajude o planeta, será considerada estelar.

Lula anuncia Boulos e foca em jovens, moradia e segurança para alavancar a aprovação, por Luiz Carlos Azedo

Correio Braziliense

O foco na classe média foi ampliado com o novo programa de reformas de moradias. E a segurança pública é vista como prioridade para o governo resgatar a bandeira da ordem

O deputado Guilherme Boulos (PSol-SP) foi anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ocupar o lugar de Marcio Macêdo, na Secretária-Geral da Presidência, e o atual advogado-geral da União, Jorge Messias, deve ser indicado para a vaga de Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). Lula pretende efetivar as duas decisões antes da viagem para a Malásia, onde se encontrará com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no domingo. As duas mudanças estão em sintonia com uma série de ações do governo para alavancar sua aprovação e, com isso, aumentar a expectativa de reeleição de Lula.

A missão de Boulos seria aproximar o governo de forma mais orgânica aos movimentos sociais, principalmente de jovens, turbinando a proposta do fim da jornada de trabalho de 6×1, projeto da deputada Érika Hilton (PSol-SP). O governo vai ampliar políticas públicas voltadas para a população com renda familiar até R$ 9 mil, como o novo programa de financiamento de reformas e melhorias de habitações populares. A indicação de Messias, que é evangélico, pode também aproximar o governo das lideranças pentecostais, que hoje têm o ministro André Mendonça, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, como único interlocutor no Supremo.

Principal estrategista eleitoral do governo, Sidônio Palmeira, ministro da Secretaria de Comunicação Social do Planalto, virou a chave do marketing oficial. O binômio União e Reconstrução foi substituído pelo novo slogan: “Governo do Brasil. Do lado do povo brasileiro”. A nova estratégia de marketing da gestão Lula aposta na comunicação digital, com aumento da verba para redes sociais e influenciadores, além da mensagem focada em soberania, justiça tributária e programas sociais. Ou seja, o governo mira as eleições de 2026.

Lula e Trump, paz e amor, por Eliane Cantanhêde

O Estado de S. Paulo

Lula não pode demonstrar fraqueza, mas o tema Venezuela será pura formalidade com Trump

Quanto mais se aproxima do Brasil e de Lula, mais Donald Trump investe contra a Venezuela e, agora, a Colômbia. O Brasil é líder político e econômico da América Latina e, até por isso, ou principalmente por isso, o presidente Lula não pode ignorar a gravidade dessas investidas no encontro que terá com Trump, possivelmente no próximo domingo, na Malásia. Não pode ignorar, mas também não deve perder o foco: a prioridade brasileira é o Brasil.

Lula vai cumprir a formalidade de manifestar preocupação, mas sem gastar cartuchos para defender os dois países vizinhos, num encontro marcado para consolidar o processo para livrar o Brasil de sanções econômicas e políticas injustas. Posicionarse na tensão na Venezuela e na Colômbia, sim. Ameaçar o namoro com Trump e o fim das sanções, definitivamente, não.

O último show de Barroso, por Carlos Andreazza

O Estado de S. Paulo

Lula – assim se planta – indicaria Jorge Messias ao Supremo na sexta passada. Não o fez porque informado de que Luís Roberto Barroso, tutor-educador de eleitos, armaria seu show derradeiro. Não deu outra, o pavão, aquele que nos protege de nós mesmos, deixando o seu voto – ato final do artista – no julgamento sobre a descriminalização do aborto até doze semanas de gestação.

A forma importa. Voto publicado à última hora, ao apagar das luzes. Isso depois de reter o processo por dois anos, sua presidência adentro, período no curso do qual, sendo o senhor da pauta, algumas vezes disse que não colocaria a ação para jogo porque o país, tribunal incluído, não estaria preparado.

Tão forte e tão protegido, por Jorge J. Okubaro

O Estado de S. Paulo

Por que, com desempenho tão exuberante e de tão longa duração, o setor agropecuário continua sendo um dos que mais recebem benefícios tributários?

O Dia Nacional da Agricultura, comemorado na sexta-feira passada, mereceu oportuna lembrança pelo portal Agrishow, mantido pela instituição que organiza anualmente, em Ribeirão Preto, a feira de mesmo nome, considerada uma das maiores do mundo em seu gênero. A data, observou o portal, “convida à reflexão sobre o impacto da agricultura na economia”. A reflexão vale a pena.

Num longo período em que a economia brasileira vem patinando, o agronegócio bate recordes de produção, exportação, produtividade, adoção de novas tecnologias, geração de emprego e diversificação. Bastam alguns dados recentes para comprovar o que talvez constitua uma façanha num mundo cada vez mais competitivo. Com base em dados levantados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz da USP, o portal Agrishow informa que o agronegócio representou 23,2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024.

O crime organizado está em todo lugar, por Alvaro Costa e Silva

Folha de S. Paulo

O tráfico de drogas é apenas a ponta mais visível do iceberg bandido

Com territórios ocupados, todas as classes sociais estão ameaçadas, inclusive as mais ricas

Desbaratado pela Polícia Federal na semana passada, o comércio ilegal de armas de fogo produzidas em escala industrial funcionava no interior de São Paulo e abastecia o Complexo do Alemão e a Rocinha. Uma evidência de que o crime organizado tem ramificações em todo o país, não é exclusividade paulista, carioca, cearense ou amazonense.

Com componentes estrangeiros e peças retiradas de equipamentos de airsoft, a fábrica tinha capacidade para montar cerca de 3.500 fuzis por ano, quantidade sete vezes maior que o número de armas do mesmo tipo apreendido pela Polícia Militar do Rio de Janeiro em 2024.

Nova fronteira do desemprego está entre os jovens qualificados, por Cecilia Machado

Folha de S. Paulo

Inteligência artificial generativa tende a restringir as oportunidades iniciais

Transição definirá se IA será motor de inclusão ou obstáculo para uma geração

No passado, transformações tecnológicas —como a disseminação do computador pessoal, nos anos 1980— reconfiguraram profundamente o mercado de trabalho, a estrutura de salários e as desigualdades.

Os ganhos de produtividade foram expressivos, mas favoreceram mais os trabalhadores qualificados, em comparação aos de menor escolaridade ou inseridos em ocupações rotineiras que foram automatizadas, ampliando a desigualdade.

Agora, a inteligência artificial generativa (IAG) sinaliza nova onda de mudança. Algumas ferramentas, como assistentes virtuais em serviços de atendimento, aumentam a produtividade em torno de 15%, chegando a 30% em alguns casos. Já os impactos em emprego variam conforme o perfil dos trabalhadores.

Muitas aplicações concentram-se em geração de textos, sínteses e códigos —tarefas típicas dos recém-ingressos no mercado de trabalho. Não por acaso, a taxa de desemprego entre jovens recém-formados está, pela primeira vez em 30 anos, acima da média da economia americana. Evidências recentes confirmam que os efeitos recaem sobretudo sobre eles.

Dados de milhões de trabalhadores nos EUA mostram que jovens de 22 a 25 anos em ocupações expostas à IAG sofreram queda de emprego de cerca de 13% desde 2022, período de forte expansão do uso dessas ferramentas no ambiente de trabalho.

Para as demais faixas etárias, nas mesmas funções, o emprego continuou crescendo. Já em ocupações menos expostas, jovens e adultos tiveram trajetória semelhante.

Isso sugere que a IAG está moldando de forma decisiva o início da carreira de muitos jovens, especialmente daqueles que investiram em "conhecimento codificado", adquirido em cursos formais, mas facilmente replicado pelos algoritmos.

Nem todo uso da IAG, contudo, está associado à queda do emprego: quando as aplicações complementam o trabalho humano —apoiando processos, transmitindo boas práticas, difundindo conhecimento—, o emprego de jovens até cresce. A redução concentra-se nas aplicações que automatizam tarefas.

Esta dinâmica é inédita: em vez de abrir espaço para os jovens mais escolarizados, como ocorreu em ondas tecnológicas passadas, a IAG tende a restringir as oportunidades iniciais. Se a tendência se consolidar, os jovens encontrarão menos portas abertas não por falta de qualificação, mas porque parte de seu conhecimento já foi absorvida pelos algoritmos.

De um lado, os ganhos de produtividade são reais, podem dinamizar a economia e até produzir novas ocupações. De outro, se a substituição recair sobre os jovens, os custos sociais poderão ser elevados e duradouros.

O risco não é apenas de maior desemprego entre os recém-formados, mas de erosão do processo de aprendizado no trabalho —momento crucial de acumular "conhecimento tácito", construído pela prática e menos suscetível à automação. Sem esse processo, compromete-se a formação da experiência que sustenta o futuro da força de trabalho.

A regulação da IAG não deve se restringir aos riscos de segurança ou aos vieses algorítmicos: é essencial incorporar também seus efeitos distributivos.

Isso significa incentivar aplicações que fortaleçam o aprendizado dos recém-ingressos, atualizar currículos universitários para incluir as novas competências demandadas e apoiar a realocação dos trabalhadores afetados. A forma como conduzirmos essa transição determinará se a revolução da IAG será motor de inclusão produtiva ou, ao contrário, obstáculo para toda uma geração.

 

 

A ordem que sustentava o domínio progressista ruiu, por Joel Pinheiro da Fonseca

Folha de S. Paulo

Toda vez que a elite tenta impor seus valores à revelia da maioria da população ela gera um ressentimento

Com as redes sociais, 'patriotas indignados' fazem frente aos 'militantes progressistas'

Em sua despedida do STF, o ministro Barroso deixou seu voto na ação que visa a liberar o aborto até 12 semanas de gestação. Cumpriu, ali, o papel de vanguarda iluminista que ele sempre defendeu para o Supremo. Seu voto, ademais, repete pontos que eu e muitos leitores desta Folha devem concordar.

Suspeito que haja quase um quase consenso moral progressista e laico na imprensa —mesmo entre vozes relativamente mais à direita como eu. Mas ele não se reflete na sociedade como um todo.

Demora enfraquece Bolsonaro, por Dora Kramer

Folha de S. Paulo

Quanto mais insiste na ilusão de ser candidato, menos chance o ex-presidente tem de impor um nome

A direita está inquieta e cheia de cobras criadas que não querem perder terreno por causa de indecisões

Apesar da presença de novatos e de amalucados, a direita está cheia de cobras criadas. E estas, depois de militar na meia-sombra e atuar como linha auxiliar dos governos pós-redemocratização, estão vendo a oportunidade de assumir o poder.

Chance que não estão dispostas a deixar que se esvaia desde já, nos malefícios do bolsonarismo. Melhoria da popularidade de Lula (PT), entrega de discurso da defesa nacional ao presidente, divisões nas hostes direitistas e, sobretudo, o aprisionamento às decisões de Jair Bolsonaro (PL), são os males desse grupo.

Joel Mokyr, por Ricardo Marinho*

Na madrugada da segunda-feira passada Adam Smith faz uma ligação telefônica para Joel Mokyr, e o parabeniza. A conversa avança e Joel revela “Eu tinha uma lista inteira de pessoas que achava que iriam ganhar”, e na sequência complementa, “e eu não estava nela”. Ele havia acordado cedo, e ao abrir seu computador para saber sobre o Prêmio Nobel de Ciências Econômicas de 2025 e encontrou e-mails dizendo a ele ‘Parabéns’. Então, como Mokyr diz a Adam Smith, do Prêmio Nobel, nesta breve ligação, ele viu chamadas perdidas da Suécia em seu telefone e, “A suspeita começou a amadurecer!”.

Para Joel, a notícia de que ele fora laureado nesse 2025 foi uma surpresa inesperada. Pouco depois Adam Smith lembrou de quando Joel esteve na cerimônia do Prêmio Nobel em Estocolmo de 2015 e o pergunta se ele nem por um momento imaginou que um dia seria laureado. Joel dirá: “Você está brincando comigo? Eu sou um historiador econômico. Não ganhamos prêmios Nobel.”

Os dados falam. O discurso nem sempre, por Ivan Alves Filho*

Os números ou os dados estatísticos são fundamentais para que se compreenda a realidade atual vivida pelo Brasil e os brasileiros. Esquematicamente, o que desejamos destacar tem que ver com a vida cotidiana, concreta, das pessoas:  

Em 2006, a economia brasileira era 20% maior do que a da Índia e, em 2025, representava 60 % desta mesma economia. No mesmo período, o Brasil representava 40% da economia da China e, hoje, pouco mais de 10%. Isso se explica pela ausência de investimentos relevantes nas áreas da infraestrutura e da Educação. E nada talvez denuncie mais a ausência de um projeto de nação do que estes dois fatores.

Poesia | Terra de Santa Cruz, por Adélia Prado

 

Música | Alceu Valença e Zizi Possi cantam Tesoura do Desejo