Narcogarimpo ameaça segurança da Amazônia
Por O Globo
Apesar das sucessivas operações policiais,
garimpeiros ilegais persistem, em aliança com o tráfico
A informação de que o Sul do Pará volta a ser
ocupado por balsas do garimpo ilegal, apesar de sete operações realizadas
apenas neste ano na região, reflete a dificuldade de estabelecer uma política
eficaz de segurança pública para a região. Tal política não pode se resumir às
operações, cujo efeito se assemelha a enxugar gelo. As distâncias na Amazônia
podem ser maiores, mas, como nas áreas urbanas, o combate à ilegalidade exige
informação e estratégia para sufocar os criminosos.
Os alvos mais recentes dos garimpeiros são a Terra Indígena Kayabi e o Refúgio de Vida Silvestre Rio São Benedito e Azul, criado pelo governo do Pará em 2021. A corrida à região é motivada pela duplicação do preço do ouro em apenas um ano, para R$ 630 por grama. A rentabilidade do negócio se tornou tão grande que garimpeiros, ao ser surpreendidos, preferem afundar suas balsas e tentar recuperá-las depois. Em reportagem do GLOBO, um morador da região comparou o que acontece no Sul do Pará à descoberta de ouro em Serra Pelada nos anos 1980, quando era comum habitantes de fora venderem tudo o que tinham para tentar a sorte no garimpo.
















