O Globo
Flávio Dino no Supremo é Lula agindo por um
Alexandre de Moraes para chamar de seu. Sabe que esse gênio não voltará mais à
lâmpada e que os ímpetos e inquéritos autoritários — pela democracia — que ora
agradam poderão desagradar.
Sabe que a força togada proativa que topou
brigar na rua contra o bolsonarismo é tão estável-confiável quanto a crença em
que seja possível defender a República num vale-tudo.
Sabe, sobretudo, que o gênio que não voltará
mais à lâmpada é o dos precedentes. As liberdades excêntricas autorizadas a
Moraes — em nome da virtude — ficarão; para que outros, por virtudes outras,
lancem mão. Os nunes-marques-mendonças. Então: Dino. Já não bastará um
Lewandowski. Doravante: Lewan na agenda, Xandão na atitude. Dino.
Dino no Supremo é Lula investindo nos vícios do tribunal. Que identifica. Que escolheu alimentar. Talvez o presidente, por meio de uma espécie de líder do governo na Corte constitucional, projete — deseje — a diluição do poder xandônico. Multiplicá-lo-á.