Coluna do Estadão
A despeito da tentativa do ministro Alexandre de Moraes de dar um freio de arrumação no episódio da censura à Crusoé, o clima na relação STF-Lava Jato é de “saloon” de bangue-bangue: ninguém confia em ninguém. Há teorias conspiratórias para toda sorte de narrativas sobre supostos bastidores do depoimento de Marcelo Odebrecht no qual ele cita Dias Toffoli. Em linhas gerais, parte dos ministros acha que os procuradores querem emparedar o STF, enquanto os procuradores têm certeza de que a Corte atua para acabar com a Lava Jato.
Como eu digo. Um dos pontos criticados pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, no inquérito instaurado pelo Supremo para investigar notícias falsas é o fato de o processo não indicar quem seriam os investigados.
Como eu faço. A procuradora, porém, já pediu a abertura de um inquérito sem indicar ao Supremo quem eram os alvos da apuração.
Tique-taque. No ano passado, o ministro Edson Fachin deu três dias para Raquel esclarecer quem deveria “figurar como investigado” no inquérito que apura esquema de pagamentos do grupo J&F. A PGR levou 16 dias para mandar a lista.
Deixa quieto 1. O senador Antônio Anastasia (PSDB-MG) deu sinais de que não pretende alterar o rito de recebimento de pedidos de impeachment ou de denúncias contra ministros do STF e contra o procurador-geral da República.
Deixa quieto 2. Anastasia foi nomeado relator na CCJ do projeto de Lasier Martins (Podemos-RS) que tira poderes de o presidente do Senado decidir monocraticamente a respeito da abertura de impeachments.
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