Essa foi a expressão em inglês usada pelo
presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, ao falar do mensalão.
"A nação não aguenta mais este julgamento. Está na hora de acabar, está na
hora. Como diriam os ingleses, let's move on".
Em português, "vamos em frente". É uma
boa proposta. O STF poderia aplicá-la a outros casos aguardando julgamento.
Esses processos, como diria Joaquim Barbosa, foram todos "bypassados"
pelo mensalão.
Depois de amanhã, os ministros definirão se os
deputados condenados por causa do mensalão devem perder o mandato sem uma
votação no plenário da Câmara. Como em toda discussão jurídica, há argumentos
sólidos a favor e contra.
Mas não há sob o sol um único argumento aceitável
para o STF estar enrolando há dois anos o caso do deputado Natan Donadon
(PMDB-RO), condenado a 13 anos, 4 meses e 10 dias de prisão pelos crimes de
formação de quadrilha e peculato.
Donadon é do baixo clero. Seu nome raramente
aparece no noticiário. O Supremo o condenou em outubro de 2010, mas o político
continua livre, leve e solto. Exerce de maneira plena o seu mandato de
deputado. Ajuda a aprovar leis, mesmo sendo considerado um quadrilheiro.
Falta o STF julgar recursos ajuizados pela defesa
de Donadon e também dizer se esse político deve perder o mandato já. Por que
não o fez ainda, ninguém sabe. Faltaria espaço para listar na edição inteira da
Folha todos os processos que caminham a passos de tartaruga no Supremo.
É ótima, portanto, a exaltação de Joaquim Barbosa.
"Let's move on". Acelerar o ritmo de andamento dos processos,
inclusive o julgamento do caso do mensalão do PSDB, nascido em Minas Gerais --e
relatado há vários anos pelo próprio Barbosa.
Um registro sobre Niemeyer: era gênio. Nunca quis
viver em Brasília.
Fonte: Folha de S. Paulo
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