• Em Davos, assessor do empresário eleito rebateu críticas e descartou ‘guerra comercial’
- O Globo
A poucos dias da posse de Donald Trump como presidente dos EUA, as incertezas em relação ao seu governo esquentaram debates no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Defensor de ações protecionistas, o republicano foi indiretamente atacado pelo presidente chinês, Xi Jinping, que defendeu a globalização. As críticas foram rebatidas pelo assistente de Trump, Anthony Scaramucci, que garantiu que os “EUA não querem uma guerra comercial”.
Em seu discurso de uma hora, Xi não mencionou Trump diretamente, mas muitas das mensagens pareciam direcionadas ao bilionário, que fez campanha para a Casa Branca com promessas de proteger as indústrias americanas da concorrência estrangeira e cobrar novas tarifas sobre mercadorias da China e do México.
— Ninguém sairá como vencedor em uma guerra comercial — disse Xi, no Fórum.
Frequentador do encontro em Davos há dez anos, Scaramucci teve a missão de defender Trump. Em apresentação a líderes, ele destacou que espera uma colaboração da China para evitar uma guerra comercial.
— Os EUA e o novo governo não querem ter uma guerra comercial. Queremos ter uma relação fenomenal com os chineses — explicou o assessor de Trump, segundo o “Wall Street Journal”, acrescentando: — Eles precisam ir ao nosso encontro e nos permitir criar essa simetria.
FALA DE XI É ‘BOM COMEÇO’
Scaramucci descreveu o sistema de comércio internacional como um modelo que precisa de reparos. Encarregado de defender e decifrar para os líderes globais o modo de pensar de Trump, ele destacou que o novo presidente “pode ser uma das grandes esperanças para o globalismo”.
Para o economista-chefe da consultoria IHS Markit, Nariman Behravesh, a fala de Xi — a primeira feita por um líder chinês no encontro anual — foi uma defesa “rigorosa” da globalização. Mas destacou que é preciso mais do que palavras para provar que a China vai colaborar para evitar uma guerra comercial.
— Ele se comprometeu a abrir a China para mais importações e investimento direto estrangeiro, além de garantir que a política de câmbio chinesa não desestabilize a economia global. Tudo isso é muito encorajador. No entanto, ações falam mais alto que palavras. Tudo vai depender muito do que a China fizer. A fala é um bom começo, mas vamos ver os desdobramentos — afirmou o analista ao “The Guardian”.
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