Politização não pode prejudicar combate a facções
Por O Globo
Projeto contra crime organizado deve ser encarado como política de Estado, não como fonte de dividendo eleitoral
Não resta dúvida de que o Projeto de Lei (PL)
Antifacção que tramita no Congresso é vital para a sociedade brasileira. Por
isso tem sido lamentável e deletéria a politização que cerca a proposta, com
oposição e governo medindo forças em busca de dividendos eleitorais. Nem todas
as desavenças foram superadas, mas é essencial que sejam.
A tramitação começou mal, quando o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), escolheu para relatar o projeto o deputado linha-dura Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de Segurança licenciado de São Paulo. Era previsível que a escolha acirrasse os ânimos. As primeiras versões propostas por Derrite continham equívocos, como a tentativa de equiparar facções criminosas a grupos terroristas e de engessar a autonomia da Polícia Federal (PF). A reação do Planalto foi descabida. Representantes do Executivo cogitaram até recorrer ao Supremo. Governo e oposição se esgrimiam para as respectivas claques nas redes sociais, esquecendo que o inimigo é outro. Motta e Derrite apresentaram uma versão corrigindo as principais distorções, mais próxima da proposta original, mas o Planalto continuou insatisfeito.













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