segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

O que a mídia pensa | Editoriais / Opiniões

Direita pode disputar nas urnas sua vaga no 2º turno

Por Folha de S. Paulo

Datafolha indica que disputa irá à 2ª rodada; oponente de Lula é capaz de atrair votos avessos ao petista

É considerável ainda a probabilidade de que setores moderados do eleitorado venham a decidir a eleição por pequena margem, como em 2022

A principal incógnita da política nacional hoje é quem ocupará o posto de maior líder da direita com a neutralização de Jair Bolsonaro (PL), inelegível e condenado por tentativa de golpe de Estado. O que parece mais provável —e reforçado por mais uma pesquisa do Datafolha— é que a direita terá um lugar no segundo turno da disputa presidencial de 2026.

A outra vaga, salvo reviravolta improvável, será de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o incumbente que preserva um capital eleitoral invejável, mas não suficiente, nas hipóteses mais fortes, para encerrar o pleito na primeira rodada.

O STF está se paquistanizando? Por Marcus André Melo

Folha de S. Paulo

Cortes por vezes combinam ativismo e populismo, mas este não é o caso da decisão sobre o impeachment

A cornucópia de desvios no caso paquistanês permite distinções finas nas patologias que também se manifestam no nosso STF

Em 2018, comovido com o infortúnio de um estudante de medicina sem condições de pagar as mensalidades de uma universidade privada, o presidente da Suprema Corte do Paquistão, determinou que o próprio tribunal custeasse seus estudos.

Ele também criou uma comissão para a análise da ração de galinhas. E outra para se contrapor a política de taxação zero de remessas do exterior implementada pelo governo. Seus apoiadores justificam suas ações por causa da inação do Poder Executivo. A corte também cancelou os direitos políticos do primeiro-ministro Nawaz Sharif quando vieram à tona os Panamá Papers. Dez anos antes ocorreu o inverso: o governo militar destituiu o então presidente do tribunal e mais 60 juízes. Juízes populistas e juízes independentes por vezes se confundem.

A flor do estado inconstitucional das coisas, por Ana Cristina Rosa

Folha de S. Paulo

Diversos direitos e garantias não passam de letra fria para a maioria negra da população nacional

A intolerância em relação à prática de religiões de matriz africana é outro exemplo de violação constitucional

É imperativo admitir que a perenidade do racismo no Brasil é fruto do estado inconstitucional das coisas. Independentemente do que preconizam as leis e as normas, a distância entre o direito formalizado (formal) e o que se materializa (material) é monumental.

Diversos direitos e garantias não passam de letra fria (ou melhor dizer morta?) para a maioria negra (56%, IBGE) da população nacional. A interseção étnico-racial presente na violação de direitos fundamentais (vida, liberdade, segurança, igualdade e propriedade estão previstos no Art. 5º da Constituição Federal) é gritante e deixa claro que características típicas desses preceitos, como universalidade e inalienabilidade, não se aplicam a todos.

Poesia | Tabacaria, de Fernando Pessoa

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Música | Elis Regina - Cadeira vazia (Lupicínio Rodrigues / Alcides Gonçalves)

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