DEU EM O GLOBO
Goldman diz que PSDB não permitirá que debate se concentre entre FH e Lula
Dada a largada da pré-campanha do ex-governador José Serra à Presidência pelo PSDB, o novo governador de São Paulo, Alberto Goldman, deixa claro que o partido não vai permitir que o debate eleitoral se concentre na comparação entre as gestões de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Luiz Inácio Lula da Silva, como quer o PT. Para ele, isso não passa de uma tentativa de esconder a “fragilidade” da candidatura de Dilma Rousseff, pré-candidata do PT.
Goldman diz que PSDB não permitirá que debate se concentre entre FH e Lula
Dada a largada da pré-campanha do ex-governador José Serra à Presidência pelo PSDB, o novo governador de São Paulo, Alberto Goldman, deixa claro que o partido não vai permitir que o debate eleitoral se concentre na comparação entre as gestões de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Luiz Inácio Lula da Silva, como quer o PT. Para ele, isso não passa de uma tentativa de esconder a “fragilidade” da candidatura de Dilma Rousseff, pré-candidata do PT.
“Eleição é escolha. Lula e FHC não são os candidatos”, afirma, convicto de que a vitrine de Serra, o governo de São Paulo, é superior à de Dilma. O PAC, para ele, é um desastre em termos de ação de execução: “Não se realizou”.
Leila Suwwan, SÃO PAULO
O GLOBO: Como andam os preparativos da campanha de José Serra à Presidência?
ALBERTO GOLDMAN: Eu diria que ela já começou esta semana, quando ele fez um discurso no qual apresentou um conjunto de valores, conceitos e visão de governo. Isso será a substância da campanha, o resto são instrumentos.
E como o senhor vê o discurso feito pelo outro lado da disputa, que chamou os opositores de "viúvos da estagnação"?
GOLDMAN: Mostra a fragilidade da candidatura da Dilma. A comparação entre os dois candidatos hoje revela de forma muito flagrante as diferenças. A consistência, formação, vivência e experiência que o Serra traz é muito diferente daquilo que a Dilma trás, pelo histórico de vida de cada um. Esse quadro, na minha opinião, é muito favorável ao Serra, e obriga o PT a fugir desse confronto e buscar um outro confronto: Lula com FHC. Buscam uma comparação pretensamente desfavorável, mas as pessoas têm consciência clara do que foi cada época e quais eram as conjunturas. Interessa comparar o que cada um dos candidatos pode realizar.
Serra disse que torce pelo êxito administrativo de seus adversários. É uma sinalização de que não serão renegados os feitos da gestão Lula?
GOLDMAN: Se a coisa é correta, não interessa de onde vem. O que não está correto, evidentemente, precisa mudar.
Há insinuação de que uma mudança de governo mudaria políticas, o Bolsa Família.
GOLDMAN: Será preciso deixar claro. Algumas coisas devem mudar, mas precisa dizer o que mudar e como mudar.
O que precisa mudar?
GOLDMAN: Por exemplo, o relacionamento político que deve existir com o Congresso, que foi deteriorado no primeiro mandato, aquela tristeza. Aquilo não é aceitável.
Outro ataque é o rótulo de Estado mínimo e omisso.
GOLDMAN: Mas quando, no Brasil, o Estado foi mínimo? Omisso, às vezes foi, por incompetência dos governantes. Vejo, hoje, que o Estado foi omisso em vários momentos, não enfrentou temas importantes, como a segurança pública. Por que deixam só nas mãos dos estados? É um problema nacional.
Leila Suwwan, SÃO PAULO
O GLOBO: Como andam os preparativos da campanha de José Serra à Presidência?
ALBERTO GOLDMAN: Eu diria que ela já começou esta semana, quando ele fez um discurso no qual apresentou um conjunto de valores, conceitos e visão de governo. Isso será a substância da campanha, o resto são instrumentos.
E como o senhor vê o discurso feito pelo outro lado da disputa, que chamou os opositores de "viúvos da estagnação"?
GOLDMAN: Mostra a fragilidade da candidatura da Dilma. A comparação entre os dois candidatos hoje revela de forma muito flagrante as diferenças. A consistência, formação, vivência e experiência que o Serra traz é muito diferente daquilo que a Dilma trás, pelo histórico de vida de cada um. Esse quadro, na minha opinião, é muito favorável ao Serra, e obriga o PT a fugir desse confronto e buscar um outro confronto: Lula com FHC. Buscam uma comparação pretensamente desfavorável, mas as pessoas têm consciência clara do que foi cada época e quais eram as conjunturas. Interessa comparar o que cada um dos candidatos pode realizar.
Serra disse que torce pelo êxito administrativo de seus adversários. É uma sinalização de que não serão renegados os feitos da gestão Lula?
GOLDMAN: Se a coisa é correta, não interessa de onde vem. O que não está correto, evidentemente, precisa mudar.
Há insinuação de que uma mudança de governo mudaria políticas, o Bolsa Família.
GOLDMAN: Será preciso deixar claro. Algumas coisas devem mudar, mas precisa dizer o que mudar e como mudar.
O que precisa mudar?
GOLDMAN: Por exemplo, o relacionamento político que deve existir com o Congresso, que foi deteriorado no primeiro mandato, aquela tristeza. Aquilo não é aceitável.
Outro ataque é o rótulo de Estado mínimo e omisso.
GOLDMAN: Mas quando, no Brasil, o Estado foi mínimo? Omisso, às vezes foi, por incompetência dos governantes. Vejo, hoje, que o Estado foi omisso em vários momentos, não enfrentou temas importantes, como a segurança pública. Por que deixam só nas mãos dos estados? É um problema nacional.
O PT sustenta que a gestão FHC foi pequena.
GOLDMAN: E no que eles mudaram da gestão FHC? Só se entenderem que o governo máximo é a contratação de pessoas. O Estado mínimo é aquele que não cumpre seu papel. Nós defendemos o Estado forte, atuante, incentivador e articulador. Deixamos para a atividade privada o que é próprio dela. O Estado não é apropriado para fazer negócios.
Qual é a fragilidade da candidatura Dilma?
GOLDMAN: Quando me perguntam o que acho dela, digo que não sei. Não sei dizer. O que é? Qual o grande feito dela? Qual a experiência, a ação, a responsabilidade que ela teve? Se me disser que é o PAC, vou dizer que é o contrário. Os projetos do PAC são um desastre do ponto de vista de uma ação executiva. Não se realizaram. Não têm se realizado.
Como descolar Dilma do presidente, da popularidade de Lula?
GOLDMAN: Não tem que descolar nada. É só apresentar os candidatos. O foco não pode ser aqueles que não são os candidatos.
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